Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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31 de março de 2007

Dia do índio


ORAÇÃO DO INDÍGENA
Íris Matilde Boff Serbena


Ó GRANDE ESPÍRITO, Pai e mãe da cadeia da Vida

A modernidade transformou as ondas do ar numa grande comunicação planetária e já não escutamos o silêncio da tua voz.

As nuvens do progresso técnico e científico ofuscaram tua luz e não conseguimos te ver.

eeTua solene veste verde de florestas, campos e pradarias te deixou semi-nu, exposto à exploração pela inteligência do Branco e nos sentimos expulsos, rasgados, divididos e ultrajados. Assim não reconhecemos tua soberana Beleza.

Os modernos meios de produção embaçaram de poluição o espelho dos teus lagos e nós não Te conhecemos. A dança dos rios foi profanada por dejetos e venenos. Silenciaram em represas o canto das Tuas cascatas e, já não ouves nossos lamentos de socorro, tortura e saudade. Enfraqueceu e desafinou o canto e a dança de nossos rituais.

Em nome do progresso ou para saciar a selvageria do homem "civilizado", muitas das espécies raras de nossos irmãos ancestrais, os animais foram sacrificados e dormem fossilizados no Teu Ventre. Os que sobrevivem estão enjaulados, domesticados, comercializados ou expostos à apreciação para cuirosidade pública. Perdemos assim a nossa origem.

O que resta de nossa gente, nossas aldeias, ritos e costumes, serve apenas para evocar ao "civilizado" a Natureza Divina que nos deste, o Origem esquecida, a Sabedoria perdida. Ajuda-nos a reatar o fio arrebentado na trama da vida que nos levam a Ti.

Como uma árvore arrancada de sua raiz, vivemos órfãos de Ti. Estamos nas ruas quase como amostra grátis, nas prateleiras como oferta, nossa história e cultura nos livros e museus para estudo, pesquisa ou simples curiosidade: nas leis como um disfarce de proteção.

Benditos irmãos "civilizados" que compartilham conosco o exílio na nossa própria terra.

Espírito de Luz,Sabedoria, Criação, nosso canto é o choro, nossa voz é o silêncio, nossa dança é a fuga, nossa esperança é retornar ao Coração Vivo e aconchegante da Grande Mãe " a terra dos sem males" e sermos todos embalados e amados como filhos do mesmo Pai e da mesma Mãe.



Holocausto

Os jovens queimaram o índio
Pensando ser um mendigo.
Será que o ser humano
Foi reduzido a mero lixo?
Queimaram o índio:
Hediondo sacrifício
Acaso a violência
Eliminou a consciência?
Queimaram o índio:
Liberdade sem ética.
Onde enterraram a mística?
A sensibilidade, a poética?
Queimaram o índio,
Queimaram o Brasil.
Queimaram o índio,
Queimaram o Divino

(Leíza Azenaide lima)


REFLEXÃO:
  1. ""Ó GRANDE ESPÍRITO, Pai e mãe da cadeia da Vida" Com quem o indígena está falando?
  2. Como os indígenas têm sido afetados pelo homem branco?
  3. Cite algumas características dos povos indígenas.
  4. Como a terra é usada pelo homem branco?
  5. Como o indígena trata seus animais?
  6. Como o indígena ama sua terra
  7. Quem são os "irmãos civilizados" que compartilham o exílio na própria terra?
  8. CNo último parágrafo: "nosso canto é o choro, nossa voz é o silêncio, nossa dança é a fugz, nossa esperança é retornar ao Coração Vivo e aconchegante da Grande Mãe, "a terra dos sem males..." , o que o índio quiz dizer com essas afirmações?
  9. A que fato o poema Holocausto se refere?

Sujeito e predicado


A galinha põe
O vaidoso antepõe
O agricultor apõe
O músico compõe
O teimoso contrapõe
O químico decompõe
A testemunha depõe
O industrial expõe
O Estado impõe
O atrevido interpõe
O artista justapõe
O preguiçoso pospõe
O arrependido repõe
O orgulhoso sobrepõe
O caluniador supõe
O ladrão transpõe
E Deus dispõe

(Revista Boa Nova - Portugal)

Sugestão de atividade:
  1. Trabalhar os sinônimos dos verbos mais difíceis
  2. Reescrever o poema no plural
  3. Identificar sujeito e predicado

Onomatopéia

Convocação

De longe
Se ouvem os sinos
Da igreja
A chamar

Já chamando...
Já chamando...
Tá chamando...
Tá chamando...

Vem, por favor!
Vem seu louvor...
Vem sua dor...
Vem, por amor!

Vai lá, seu João!
Vai lá, seu Bembém!
Vai lá, seu Simão!
Vai lá, seu Julim!

Vem, dona Santa...
Vem também, dona Moça...
Pode vir, meninim!
Vamo lá, meninão!
Vai com fé, pecador!
Vai lá, penitente!

Vem pr'oração
Vem: louvação
Vem: petição
Vem: gratidão

(E o sinim, sinim, sinim):
- Vem, vem, vem, vem!
(E o sinão, siNÃO, SINÃO):
- Se não, se NÃO, SE NÃO):

(O sacristão):
- Ficou BÃO? BÃO? BÃO? BÃO?
(O sineiro vizim):
- Sim! Sim! Sim! Sim!

Wilson Gomes Pereira

Sugestão de atividade:
  1. Leitura expressiva pelo professor e pelos alunos.
  2. Identificar as onomatopéias do sino
  3. Produzir um texto em prosa ou verso com onomatopéia. Ex:
    barulho de água, fogos de artifício, trovão, pássaros, ...

Íbis



 http://eraseunavezmiclase.blogspot.com.br/2014/01/los-animales-del-antiguo-egipto.html

O Íbis, ave do Egito,
Pousa sempre sempre sobre um pé
(O que é
Esquisito).
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.


Quando vejo esta Lisboa,
Digo sempre, Ah quem me dera
(E essa era
Boa)
Ser um íbis esquisito
Ou pelo menos estar no Egito.

Fernando Pessoa



ATIVIDADE: Colorir o fundo e colar penas na ave






O menino e o padre


Conto tradicional do Folclore Nordestino


Um padre andava pelo sertão e, certa vez, com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro. Veio então um menino muito mirrado.

_ Bom dia, meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?

_ Água tem não senhor, aqui tem um pote cheio de garapa de açúcar _ respondeu o menino.

_ Serve, vá buscar _ pediu-lhe o padre.

E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede, o padre aceitou. Depois de beber, o padre, curioso, perguntou ao menino:

_ Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?

_ Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, tinha uma barata morta dentro do pote.

Surpreso e revoltado, o padre atirou a cabaça no chão e esta quebrou-se em mil pedaços, e exclamou:

_ Moleque danado, por que não me avisou antes?

O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:

_ Agora sim eu vou levar uma surra das grandes, o senhor acaba de quebrar a cabacinha da vovó fazer xixi dentro!


Pintura criativa




A primeira imagem não é a pintura, mas o resultado da combinação de imagens. Olhe atentamente a figuras e veja a criatividade do artista.

21 de março de 2007

Gandhi



Como a abelha que colhe o mel de diversas flores, a pessoa sábia aceita a essência das diversas escrituras e vê somente o bem em todas as religiões


A única revolução possível é dentro de nós mesmos.

Gandhi


18 de março de 2007

Marcador de páginas

Imprima o desenho numa cartolina e dê
para o aluno colorir e usar na hora da leitura

8 de março de 2007

Luis Homero


Se você não gosta de trabalhar, não dê trabalho aos outros.

Se não tem condições de edificar um palácio, não derrube o casebre alheio.

Se não tem fósforos para acender sua lamparina, não apague a dos outros,

Se não tem vontade de sorrir, não faça os outros chorarem.

Se não quer ser rosa que perfuma o passo do caminhante exausto, não seja espinho que indica o caminho.

Enfim, se não tem a bondade de um santo, procure ao menos ter a compostura de um ser humano.

Luis Homero

1 de março de 2007

A ratoeira



Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
"- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!! "
A galinha, disse:
"- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda."
O rato foi até o porco e lhe disse:
"- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!!!"
"- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces."
O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:
"- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! "
Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. O problema de um é problema de todos."
(desconheço o autor)




SEIS ERROS A EVITAR


Há 20 séculos, Cícero, estadista e orador romano, classificou assim os seis erros mais terríveis que uma pessoa pode cometer durante a vida:
  1. a ilusão de que se consegue a promoção individual rebaixando os outros.
  2. A Teimosia em preocupar-se com as coisas que não se pode mudar ou corrigir.
  3. A insistência em crer que uma coisa é impossível só porque nós não podemos fazê-la.
  4. Não ser capaz de colocar de parte as preferências mesquinhas.
  5. Descuidar o aperfeiçoamento da mente e não adquirir o hábito da leitura e do estudo.
  6. Querer obrigar os outros a ser e a viver exatamente como nós.
Embora com vinte séculos, estes erros, infelizmente, ainda continuam atuais.


Sugestão para reflexão:


1- O fazendeiro agiu certo quando armou a ratoeira?

2- O rato agiu certo alertando a todos? Por quê?

3- Por que quase todos os animais da parábola morreram?

4- Cite exemplos de ocasiões em que as paessoas costumam negar cooperação.

5- Quando devemos colarorar com as pessoas?

6-Que atitudes devemos tomar quando alguém procede como os animais da parábola?

7- Por que o problema de um é problema de todos?


Fernando Pessoa


GATO
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Fernando Pessoa

MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa

Dia internacional da mulher


Oito de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Nada mais justo, já que nas últimas década vem conquistando um espaço cada vez maior numa sociedade tipicamente machista. Esse avanço tem sido lento e gradual, graças a sua competência, força de vontade, sonho e persistência em busca dos seus objetivos. Ainda enfrenta preconceito no mercado de trabalho e na política, mas pede respeito. Quer garantir igualdade entre os sexos.

A mulher tem conquistado espaço porque comparada ao homem tem uma vantagens: a maternidade. Isto a fez desenvolver o seu lado intuitivo. Toma decisões rápidas, demonstra maior afetividade. O fato de ter sido inferior na história a fortaleceu ainda mais. Não mede esforços para atingir sua realização pessoal. Estuda mais que os homens, esforça-se, está mais preparada, sabe impor seu ponto de vista, enfrenta desafios, não tem medo de competir, é persistente.

Na realidade, mulher e homem possuem suas características próprias. Um é complemento do outro. Ambos são indispensáveis, têm o mesmo valor, só que a persistência e teimosia feminina, nessa sociedade machista sempre foi motivo para desvirtuar a mulher. A fábula de La Fontaine ilustra o ponto de vista da época em que foi escrita e que perdura até os dias atuais.

T. Bordignon

A MULHER AFOGADA

Uma mulher, ao atravessar um rio, afogou-se e desapareceu. O marido mui extremoso andava a procurá-la, pois queria dar-lhe uma sepultura decente e cristã.

Um grupo de pessoas passeava junto à margem do rio. O marido pergunta a um e outro se acaso não tinham visto o corpo da esposa ou ao menos algum vestígio que lhe pudesse orientar a busca.

_ Não vi nada, _ dizia um _ talvez tenha seguido a correnteza que é muito forte, procurai mais abaixo.

_ Não, _ replica um outro _ é melhor fazer o contrário; procurai rio acima, talvez a acheis. Por mais veloz que seja o declive da corrente, o espírito de contradição, inato nas mulheres, lhe terá feito certamente abandonar o rumo certo só para vos fazer uma pirraça.

La Fontaine

Estações do ano

PRIMAVERA


VERÃO


OUTONO


INVERNO

Luís Fernando Veríssimo


No início da manhã liguei a TV e vi o início do Programa Mais Você, da apresentadora Ana Maria Braga. Como todos os dias, para dar as boas vindas a seus telespectadores, Ana lê uma mensagem. Ouvi o texto de hoje e achei muito engraçado. Foi escrito por Luís Fernando Veríssimo. Leia e veja quantas coisas nos são recomendas para fazermos diariamente.


O TEMPO


Quem agüenta tudo isso??
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo. Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico. Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a macã e dê a banana na boca da sua mulher. Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal...
Tcháu....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

Luís Fernando Veríssimo

A Raposa e as uvas



(Esopo)

Uma raposa entrou faminta num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras,cujos cachos se penduravam, muito alto,em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:
_ Estão verdes...

Moral: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.


A Raposa e as uvas

Millôr Fernandes

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: "Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes." E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e. . . conseguiu ! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes !

MORAL: A FRUSTRAÇÃO É UMA FORMA DE JULGAMENTO TÃO BOA COMO QUALQUER OUTRA


A Raposa e as uvas

LaFontaine

Certa raposa astuta, normanda ou gascã, quase morta de fome, sem eira nem beira, andando à caça, de manhã, passou por uma alta parreira carregada de cachos de uvas bem maduras.

Altas demais - não houve impasse:

"Estão verdes. . . já vi que são azedas, duras. . ."

Adiantaria se chorasse?


Fábulas de LA FONTAINE
Século XVII

''A RAPOSA E AS UVAS''


Raposa matreira Foi-se pôr-se debaixo D'erguida parreira. Cos olhos num cacho Das uvas mais belas, Contando com elas; Armou-lhes três pulos, Porém autos nulos, Que não lhes chegou: De novo saltou, Mas teve igual sorte; Buscando outro norte, Num ar de desdém, Torcendo o nariz, Com gestos de quem Por más não as quis, Foi pernas metendo Com lépido passo, E disse entendendo, Qu'as outras a ouviam: Estão em agraço, Nem cães as comiam. Há muitos humanos Que seguem tais planos, Por coisas se empenham Que sôfregos querem, E delas desdenham Se não lhas conferem.


A Raposa e as uvas

Monteiro Lobato

Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer vir água à boca. Mas tão altos que nem pulando.

O matreiro bicho torceu o focinho.

- Estão verdes - murmurou. - Uvas verdes, só para cachorro.

E foi-se.

Nisto deu o vento e uma folha caiu.

A raposa ouvindo o barulhinho voltou depressa e pôs-se a farejar. . .

Moral: Quem desdenha quer comprar.


Sugestão de Atividades:

Comparar os textos da fábula "A Raposa e as uvas", identificando as semelhanças e diferenças.
Explicar a moral de cada fábula


Produção de texto:

Ampliar e modificar a fábula "A barata e os filhos";
Ilustrar a fábula com desenhos;
Exposição dos textos


Como Trabalhar a fábula "A Raposa e as Uvas" em séries iniciais.



A barata e os filhos



A barata saiu debaixo de umas pedras com os filhos e disse-lhes, enquanto eles ainda estavam ao sol:
_ Passeai, flores! Passeai, flores!


Daqui vem o ditado: "Quem o feio ama, bonito lhe parece".


(Ilha de São Miguel)