Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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29 de julho de 2007

Folclore brasileiro


Agosto é o mês do Folclore. Há uma variedade muito grande de temas que podem ser trabalhados: lenda e mitos, simpatias, festas, crendices... Conforme a idade dos alunos, é preciso cuidar com as lendas e o mitos, estes podem ser inadequados, pelo forte conteúdo que apresentam.


SEREIA OU IARA?

28 de julho de 2007

Homenagem aos Pais

PAI-EXEMPLO

Ser pai é apenas ter filhos: um, dois, quatro ou mais? Não. Ser pai é muito mais. É uma arte feita de pequenos atos de heroísmo.

Ser pai é olhar para o pátio, com a cabeça recostada no batente da porta, e sorrir feliz com o jogo de “amarelinha” que as crianças disputam na calçada.

Ser pai é descer ao nível dos filhos e brincar com eles como criança, virar bicho, cabra-cega, cavalinho, galinha-d’angola e até jacaré que se arrasta.

Ser pai é passar a mão pelos cabelos da criança, dizendo-lhe uma frase de carinho sugerida pela emoção do momento.

Ser pai é abraçar, apertado, o filho na saída de casa e, depois, na chegada.

Ser pai é comprar um chocolate e trazê-lo de surpresa para os filhos que o esperam.

Ser pai é pedir ao filho que abra a boca para mostrar os dentinhos, e depois descobrir que precisam de retoques num dentista.

Ser pai é olhar para o termômetro às três da manhã, e sair com o filho nos braços em direção ao médico de confiança.

Ser pai é verificar as tarefas, e acompanhar a vida escolar dos filhos em reuniões pedagógicas.

Ser pai é renunciar na mesa de refeição, diante da televisão e mesmo momentos de diversão.

Ser pai é trabalhar com seriedade para que não falte nada em casa.

Ser pai é, às vezes, calar quando se tem o impulso de gritar.

Ser pai é conversar, quando as preocupações e o cansaço empurram para a acomodação num cantinho de silêncio.

Ser pai é sorrir, quando se tem vontade de chorar.

Ser pai é ouvir, quando a vontade é de falar.

Ser pai é desligar-se da televisão, quando os filhos têm algo a dizer.

Ser pai é observar as reações das crianças no dia-a-dia do seu crescimento.

Ser pai é ensinar a criança a admitir as próprias limitações e estimular sua boas tendências.

Ser pai é ensinar o respeito a todos os seres humanos, sem distinção de cor, raça, posição social, política ou religiosa.

Ser pai é valorizar a liberdade, e apresenta-la aos filhos como alimento do espírito.

Ser pai é estabelecer regras sem se deixar levar pela prepotência.

Ser pai é manter a dignidade diante da própria consciência para que os filhos compreendam a importância dos princípios morais.

Ser pai é inclinar a própria cabeça diante do sobrenatural, e conviver com os bens de consumo na sua dimensão de transitoriedade.

Ser pai, por fim, é muito mais uma questão de exemplo que de conversa.

(Anônimo)

Lembrança para o Dia dos Pais


Algumas gifs para fazer lembranças para o Dia dos Pais trabalhando com seus alunos. São imagens para fazer cartões recortados, coloridos ou fazer alguma colagem. Você pode usar diferentes materiais: E.V.A., scrapbook, T.N.T., tecido, recortes de revistas... Podem ser incrementados com ilhoses, fitinhas, passamanaria... A criação fica por sua conta conta, assim você dará seu toque pessoal e fará um trabalho inédito.







Mais sugestões para o Dia dos Pais no Blog Muitas Coisinhas.

Aves

DINOSSAUROS

Os dinossauros surgiram na Terra há 230 milhões de anos. Durante 165 milhões de anos multiplicaram-se e dominaram o ambiente do planeta Terra. Desapareceram há 65 milhões de anos de forma ainda não conhecida com exatidão. A vida já havia surgido há pelo menos 3 bilhões de anos antes dos grandes répteis.

O primeiro evento foi o surgimento da vida no mar. Em seguida a vida se diversificou: surgiram os peixes e outros animais que a gente conhece ainda hoje. Há uns 350-400 milhões de anos, a vida saiu dos oceanos e começou a conquistar o continente. Nessa passagem mar-terra, criaram-se os anfíbios, os répteis e mamíferos. A vida vegetal também se diversifica. Quando os primeiros dinossauros despontaram, já existia a vida bastante evoluída, mas muito diferente de hoje.

Durante a maior parte do reinado dos dinossauros, as florestas eram predominantemente verdes e compostas de samambaias e coníferas (campos). Nessa época, não havia grama como a gente conhece. Havia samambaias gigantes, que serviam de alimento para os dinossauros herbívoros. Os grandes répteis viveram 40 milhões de anos após o surgimento dos vegetais floridos.

No tempo dos dinossauros o clima era mais homogêneo e quente. Não existiam as calotas polares. As temperaturas médias dos pólos ficavam em torno dos 15 graus positivos e atualmente essas temperaturas se situam em torno de zero a -2ºC. Como não havia gelo no pólos, existia maior disponibilidade de alimentos para os dinossauros herbívoros e, conseqüentemente, mais carne para os carnívoros.

A formação dos continentes era muito diferenciada. Todas as massas continentais estavam unidas, formando a PANGÉIA. Em torno de 200 a 210 milhões de anos atrás, a Pangéia começou a se separar. Viemos a saber disso através de estudos. Algumas rochas, como as lavas, conservam vestígios e os geólogos podem calcular o lugar onde elas foram derramadas.

Em que local teriam surgido os primeiros dinossauros? Há boas evidências de que foi no Hemisfério Sul, numa área que hoje se divide entre África do Sul e América do Sul, onde estão identificados registros fósseis de 220 a 230 milhões de anos. Até o momento, já foram identificadas 350 espécies de dinossauros, mas esse número é apenas uma pequena parte.

É um pouco difícil imaginar hoje, como era o dia-a-dia dos grandes répteis. Podemos dizer que eram vertebrados e viviam em áreas continentais, próximas de rios e lagos. Havia dinossauros herbívoros, carnívoros, necrófagos (que se alimentavam de carcaças) e onívoros (que comiam de tudo).

Não foi a ação do homem que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de anos. Nós nem existíamos naquela época. Talvez uma erupção vulcânica, ou a queda de um meteorito gigante tenha levantado uma nuvem de fumaça que envolveu o Planeta Terra por dezenas de anos, impedindo os raios solares, sem os quais as plantas não puderam sobreviver. Morrendo as plantas, morreram também os dinossauros herbívoros, como também os dinossauros carnívoros que se alimentavam dos dinossauros herbívoros.

O homem surgiu há 5 milhões de anos. Os dinossauros já haviam desaparecido da face do Planeta há 60 milhões de anos. Mas, alguns poucos dinossauros restaram e lentamente se modificaram para acabarem como hoje são: tartarugas, jacarés, lagartos, cobras, lagartixas e principalmente as aves em geral, como por exemplo a galinha.


CURIOSIDADE

Os cientistas calculam que um ovo dos maiores dinossauros tinha o tamanho de uma bola de futebol e se parecia muito com um ovo de tartaruga das de hoje, descendentes dos dinossauros. Tudo indica que um só ovo dos grandes dinossauros daria para alimentar uma família de cinco ou seis pessoas. A carne dos dinossauros lembraria a carne do jacaré.

ESCALA DE TEMPO

5 bilhões de anos – Formação do Planeta Terra.

3 bilhões de anos – Aparecimento da vida no Planeta Terra.

1 bilhão de anos – Surgem os organismos mais complexos: anfíbios, répteis e mamíferos.

230 milhões de anos – Aparecimento dos dinossauros na Terra.

65 milhões de anos – Desaparecimento dos dinossauros na Terra.

5 milhões de anos – Aparecimento do homem na Terra.

200 anos – Inauguração da era Industrial

1793 a 1993 – Invenção de máquinas, carros, aviões, computadores, satélites espaciais, etc...

Jornal Verde - Nº 34




ATIVIDADE:

Leitura

Escrever os numerais do texto em algarismos arábicos e romanos

Desenhar uma história em quadrinho servindo-se do texto “Escala do Tempo”


A GALINHA REIVINDICATIVA

Em certo dia de data incerta, um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo do quintal e, entre uma bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudando. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias.

_ Ainda bem que você está satisfeito _ disse a galinha _ E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu, galinha, posso estar satisfeita? Não posso. Todo dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar; pode estar certo que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho ovo. A patroa se quiser que arranje outra para esse ofício. Comigo não, violão!

O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivanas e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto: “A patroas tem razão: galinha que não choca nem põe ovo só serve mesmo é pra panela”.

VOCABULÁRIO;

doidivanas – imprudente, adoidava

específico – próprio

filosoficamente – com razões, com motivos

frisar – realçar, destacar

função – encargo, dever

jornada – duração do trabalho diário

oficio – trabalho, ocupação

trocar impressões- trocar idéias, trocar opiniões

sorrateiramente – disfarçadamente, manhosamente


SUGESTÃO DE ATIVIDADE:

RESPONDA:

1- Dentre as personagens da fábula, qual a principal? Por que?

2- Como você define a personalidade da galinha?

3- Caracterize o galo.

4- O que a galinha quis dizer com a expressão “vida de galo”?

5- Explique a expressão: “Comigo não, violão!”

6- Como você interpreta a moral do texto: “Um trabalho por jornada mantém a faca afastada”?

7- A fábula faz uma crítica à sociedade. A que se pode comparar a galinha e o galo? Por quê?

8- O significa “reivindicar?

9- O que você reivindica? Por quê?

10- Quais os seus direitos?

11- Quais os seus deveres?


A ARANHA E A ANDORINHA

Queixava-se a aranha a Júpiter, e com sua vozinha lamuriosa dizia:

_ Ouve-me, grande Júpiter e atende a minha queixa. Já não sei o que fazer; a andorinha rouba-me toda a provisão; sempre a esvoaçar, roçando pelas águas e por tudo, vem a imprudente à minha porta tirar-me as moscas da teia. Muitas eu teria guardadas se essa maldita ave não m’as roubasse.

A andorinha não prestava a menor atenção à aranha, pois seus filhinhos implumes viviam a reclamar alimento, obrigando-a a correr de um lado para outro a fim de apanhar moscas e insetos para seu sustento; enquanto isso, a aranha mais não fazia do que cuidar do seu próprio estômago.

Portanto, Júpiter não atendeu a queixosa e a andorinha, nas suas andanças, passou um dia e com a ponta da asa carregou a teia e com ela também a aranha que pendia de uma ponta.

La Fontaine tenta explicar a moralidade desta fábula assim: “Neste mundo, pôs Júpiter duas mesas para cada estado; o hábil, o forte e o esperto, banqueteiam-se na primeira, e os fracos comem na segunda os seus restos.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
1-
Transformar o texto A andorinha e a aranha numa história em quadrinho.
2- Confecção de um origame de uma andorinha. Click no link



POEMINHA DO CONTRA

“E todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho
Eles passarão...
Eu, passarinho!”

(Mário Quintana)

A GALINHA PRETA


Estava-se no fim do jantar de família. Prato de resistência: galinha ensopada. Dona Glorinha, que até então nada dizia, interrompeu a balbúrdia geral.

_ Estava muito bom, obrigada: gostei muito mesmo, embora prefira galinha frita.

Uma das sobrinhas explicou:

_ frita não dava, a galinha era muito velha.

_ Muito velha... _ ecoou Dona Glorinha _ Não me digam que foi aquela galinha preta!

_ Foi, sim _ confessou a sobrinha.

Dona Glorinha ergueu-se e correu para o banheiro, com as mãos no estômago. Ao voltar, não se conteve, desabafou:

Mas vocês! Como é que vocês não compreendem que era impossível, que eu não podia comer uma galinha que conheço pessoalmente!

QUINTANA, Mário. Sapo Amarelo...



SUGESTÃO DE ATIVIDADE:

1- Dramatizar o texto.

2- Desenhos para colorir.






A Gralha Azul



Pode ser que você nunca tenha ouvido falar sobre a Gralha-Azul. Seu nome científico é Cyanocorax caeruleus. É uma ave parente do corvo europeu, mas não tem parentesco com o corvo brasileiro, popularmente denominado de urubu.
A Gralha-Azul apresenta uma coloração azul esverdeada por todo o corpo, com exceção da cabeça e do bico, que são negros. Seus olhos são castanhos-escuros e os pés cinza-chumbo. Na fronte tem uma pequena crista de penas. Mede cerca de trinta e nove centímetros da ponta do bico à ponta da cauda.
É a ave-símbolo do Estado do Paraná, porém desconhecida por muitos paranaenses. Há registros de sua presença nas regiões leste, sul e oeste do Estado, onde encontra-se o Pinheiro-do-Paraná. Nas regiões central e norte sua presença é esporádica, provavelmente pela reduzida área do Pinheiro-do-Paraná, cujo nome científico é Araucária angustifólia. Na língua Tupi, esta árvore recebe o nome de curi, daí o nome da Capital do Estado do Paraná, Curitiba, isto é, terra de muito pinhão.
O Pinheiro-do-Paraná uma árvore que mede de vinte e cinco a trinta metros de altura e apresenta um metro de diâmetro. Produz o pinhão, fruto que serve de alimento para o homem e para várias espécies de animais e aves, entre estas a Gralha-Azul.
De todos os animais, a Gralha-Azul é a maior propagadora do Pinheiro-do-Paraná. Afirma-se que tem o hábito de esconder alguns pinhões após sua refeição. Estes, geralmente são esquecidos e normalmente germinam. No entanto, parece que isso não corresponde à realidade, pois a Gralha-Azul não estoca alimentos no solo, mas no alto das arvores, em ocos ou tocos apodrecidos. Quando voa de uma árvore para a outra, muitas vezes perde o pinhão que carrega no bico e este, posteriormente, encontrando condições favoráveis, germina. Esta é a relação existente entre a Gralha-Azul e o Pinheiro-do-paraná. Mas ela não vive exclusivamente em florestas de pinheiros, já foi vista na Mata Atlântica e até em ilhas afastadas da costa.
A Gralha-Azul vive geralmente em bandos de quatro a sete aves. Alimenta-se do pinhão, de insetos, frutas e grãos, principalmente do milho. Pode atacar ninhos de outras aves, comendo os ovos e os filhotes. Desenvolveu um complexo sistema de comunicação, comparado ao dos macacos e dos golfinhos, que são considerados os animais inteligentes que existem. Inicia sua reprodução no mês de outubro. Além do casal, outras gralhas ajudam afugentar aves predadoras.
É uma espécie adaptada ao ambiente em que vive, todavia corre risco de se extinguir se nossas matas não forem preservadas, porque necessita de grandes áreas de floresta para seu deslocamento. É preciso educar crianças, jovens e adultos para uma consciência ecológica. A vida da ave-símbolo do Estado do Paraná depende da preservação do meio-ambiente. Se o fizermos, estaremos garantindo às futuras gerações o direito de conhecer o mundo sem interferência do homem. Um mundo de harmonia entre o ser humano e a natureza, cumprindo nosso compromisso de vida plena.
Fonte de pesquisa:
Vamos apresentar este símbolo, Gralha-Azul
Lei 7957/84 – SEED - PR

SUGESTÕES DE ATIVIDADES CONFORME AS POSSIBILIDADES LOCAIS:
Leitura Mapa localizando habitat natural da Gralha-Azul
Palestra com ornitólogo

Visita a um zoológico

Visita a um criadouro legalizado

Visitas a locais preservados
Gravação de cantos da Gralha-Azul

Desenho e pintura de paisagens

Plantio de araucárias

Fotografia de gralhas e pinheiros

Produção de poemas

Paráfrase de músicas inspirando-se no texto
Produção de teatro

Desenhos inspirados no texto

Artesanato com cascas de pinhão e folhas de pinheiro

Receitas culinárias feitas com pinhão

Encerrar com apresentação dos trabalhos ao público escolar ou convidado
(Teatros – músicas – poesias – sons da Gralha-Azul – artesanatos - desenhos – fotografias - alimentos feitos com pinhão, etc)

Filme de terror


Sugestão:

Produzir um texto usando ponto de vista das galinhas.

Epopéia

Meu Galo

Paulo Zenni Araujo
Deus no Pago - Ed. Sulina


Eu tive um galo de rinha
puro sangue, cor prateada,
com uma mancha rajada
cobrindo-lhe todo o espinhaço.
Bico mais forte que o aço,
galo do tiro certeiro,
que nunca deixou rinhedeiro
amargurando fracasso.

Me foi dado já maduro,
calejado de peleias
mas corria em suas veias,
sempre um sangue efervescente,
igual a do tipo valente
que despeito de arrogância,
sempre pronto em vigilância,
para um combate iminente.

Por não ter com quem pelear,
serviu na reprodução,
pra deixa uma geração
que seguisse a sua trilha
qual cerna de coronilha
que não se dobra por nada
e permanece encrustada
no topo de uma coxilha.
Da cruza com uma jacu
preta forte elegante,
nasceu uma pinto gigante,
cor da mãe, sangue do pai.
No lote se sobressai
aquele preto graúdo,
com um porte macanudo
de peledor que cai.

Tornau-se logo um franguito,
cantava batendo as asas,
e, em seguida ensaiava
um avançar impetuoso,
e no correr sinuoso,
via um galo corpulento,
arrojado, violento,
seria também, vitorioso.

Do pai, herdou valentia;
da mãe a serenidade.
Esbanjava agilidade
e altivez permanente.
E eu deduzi, claramente,
que todo o índio agressivo
tem um lado positivo:
é o reagir prontamente.

Bastava estalar os dedos,
pra merecer atenção.
E se lhe estendesse a mão,
ficava mui submisso;
parecia um compromisso
a sua total obediência.
Fazia até referência,
e eu me orgulhava disso.

Foi criado em liberdade
como dono do terreiro,
havia um branco, de raça,
que não queria trapaça
por pretensa hegemonia.
E pra demonstrar valentia,
fazia grande arruaça.

Por entre ripas da cerca,
os dois galos se toreavam.
E se nunca se puavam.
foi por não ter condição.
Mas numa desatenção,
o pacato galinheiro
transformou-se em rinhadeiro,
e resolveu-se a questão.

Meu galo agüentara muito
deboche, provocação.
Fiel a mim seu patrão,
mostrava nada entender.
Mas chega um dia que o ser
perde a calma, vira bicho,
esquece norma e capricho,
nem que tenha que morrer.

Foi tal a carnificina.
Meu frango com menos peso,
batoque, sem pua, mas teso,
largou o branco correndo.
E depois cantou dezendo:
- foi só pra te ensinar!
Eu sei, não devo matar
quem está quase morrendo.

Que te sirva de lição,
de um modo de ensinamento;
grave bem no pensamento
que minha raça tem brio,
tem fibra; jamais caiu.
Por isso de hoje em diante,
neste terreiro não cantes,
nem quero que dês mais um pio.

Meu pai me dera o direito,
mas me fora sentenciado.
Ele havia concordado
que o frango fino eu criasse.
Mas que também eu cuidasse,
pois mandaria matá-lo
se algum dia este meu galo
com o seu branco brigasse.


Cumpriu-se então a sentença,
o pacto foi encerrado.
Meu galo sacrificado
por ter vencido sua rinha.
A tradição se mantinha,
milenar, inflexível,
desta estirpe imbatível
que desde a origem vinha.


Foste a página virada

do livro da minha vida.
A sentença foi cumprida
em toda a sua versão.
Se manteve a tradição,
só um galo, companheiro!
cantou no nosso terreiro,
foi meu pai Velho João.

Gênero épico: quando temos uma narrativa de fundo histórico; são os feitos heróicos e os grandes ideais de um povo o tema das epopéias. O narrador mantém um distanciamento em relação aos acontecimentos (esse distanciamento é reforçado, naturalmente, pelo aspecto temporal: (os fatos narrados situam-se no passado). Temos um Poeta-observador voltado, portanto, para o mundo exterior, tornando a narrativa objetiva. A objetividade é característica marcante do gênero épico. A épica já foi definida como a poesia da "terceira pessoa do tempo passado".



SUGESTÃO DE ATIVIDADE:

1- Transformar o texto numa epopéia em prosa.

2- Ilustrar a figura do galo usando diferentes materiais, por exemplo: linha, lã, barbante, tecido, recortes de revistas ou jornais, sementes, serragens, flores, penas, cascas de ovos, folhas secas, areia...


3- Exposição dos textos e da ilustração do galo.

Textos para reflexão

O HOMEM E O BOSQUE

 
Um lenhador, tendo perdido o cabo de seu machado, entrou certo dia na floresta e em tom de humildade, pediu-lhe que deixasse cortar um galho de árvore a fim de confeccionar outro para a sua ferramenta, prometendo em troca só devastar outras florestas.
Respeitaria ali, assim se obrigava, os antigos robles cuja vetuzes era tão respeitada pelo povo, não tocaria no pinho esguio e resinoso que fazia o encanto dos olhos, assim como respeitaria todas as demais plantas.
Deu-lhe a floresta o galho pedido; o lenhador no mesmo instante despojou-o da casca, rapidamente preparou o novo cabo e ajeitou-lhe na ponta o machado.
A seguir, o miserável, vibrando a arma renovada, pôs-se a cortar impiedosamente ciprestes, robles, louros e teixos, sem nada respeitar. E cada tronco que se abatia ao solo, doridamente gemia:
- Ah, fomos nós, desditosos, que lhe fornecemos os meios para nos abater!
A fábula explica a moral que no mundo, geralmente, paga-se o benefício recebido com fria ingratidão.


PENSAMENTOS:
A ingratidão é um direito do qual não se deve fazer uso. ( Machado de Assis)
A ingratidão não passa de uma prova para seu aperfeiçoamento. ( Mônica Bonfiglio )
A ingratidão é sempre uma forma de fraqueza. Nunca vi homens hábeis serem ingratos. ( johann Goethe )
Não dês a ninguém aquilo que te peça, mas aquilo que achas que necessita; e suporta logo a ingratidão. ( Miguel de Unamuno )



A FORMIGA E A POMBA



Uma formiga foi à margem do rio para beber água, e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.
Uma pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha, e a deixou cair na correnteza perto dela. A formiga, subiu na folha, e flutuou com segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros, veio por baixo da árvore, e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua armadilha, e isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo.

Moral: O grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão. (Esopo)

Disparate


Escreva cada uma das perguntas num papel com linhas. Distribua uma pergunta para cada aluno. Um aluno não deve saber a pergunta do outro. Os alunos deverão escrever uma resposta, limitando-se ao que foi perguntado. O professor poderá fazer dois jogos de perguntas, no caso de uma turma de trinta alunos, ou acrecscentar algumas perguntas extras, para igualar as perguntas ao número de aluno. Também poderá trabalhar acomodar os alunos em duplas. Especificar um tempo para escrever.


Quem é ele? (escreva o nome de alguém conhecido)

Quem é ela? (escreva o nome de alguém conhecido)

Como ele estava? (Imagine como – descreva-o)

Como ela estava? (Imagine como - descreva-a)

Onde eles estavam? (Imagine o lugar – descreva-o)

Quem chegou? (Diga o nome de alguém conhecido)

O que ele disse: (Imagine - Seja criativo)

O que disse o último que chegou? (Imagine - Seja criativo)

O que ele fez? (Imagine – Seja criativo)

O que ela fez? (Imagine) – Seja criativo)

O que aconteceu com ele? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)

O que fez o último que chegou? (Imagine) – Seja criativo)

O que aconteceu com ela? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)

14- O que aconteceu com o último que chegou? (Imagine algumas ações) (Obs: Não vale dizer que morreu)


Após a escrita, os alunos poderão ler os textos ou colar o texto em mural ou papel craft, seguindo a ordem das perguntas.

24 de julho de 2007

Dia do amigo

Dirce e Marice enviaram-me mensagens dia 20 de junho, homenageando-me pelo Dia do amigo. Não sei quem são os autores, mas gostei muito dos textos e decidi publicá-los com as fotos de quem os enviou. Amigas, obrigada pela gentileza. Parabéns a vocês também.

Dirce Miranda

Amizades são feitas de pedacinhos.
Pedacinhos de tempo
que vivemos com cada pessoa.
Não importa a quantidade de tempo
que passamos com cada amigo,
mas a qualidade do tempo
que vivemos com cada pessoa.
Cinco minutos podem ter uma importância
muito maior do que um dia inteiro...

Marice Piffer

Encontrar um amigo é descobrir
um tesouro e talvez seja até mais;
pois um amigo é sempre alguém que traz
mais consistência a nós: por existir.

Um tesouro é inerte e tanto faz
qual sentimento estamos a curtir
Um tesouro não tem como influir.
O amigo é diferente: ele é capaz
de se alegrar conosco ou de sofrer
quando estamos sofrendo.

Um bom amigo
eu hei de conservar sempre comigo
a fim de me escutar e compreender
a fim de, se eu errar, me aconselhar
e, se eu cair, do chão me levantar.

23 de julho de 2007

Mocotó


MOCOTÓ


Vinte e cinco de Julho é dia do aniversário do Município de Alto Piquiri. Pensei em escrever brevemente sua história, mas eu teria que pesquisar, aí mudei de idéia. Decidi escrever sobre o mocotó. Por causa da política, não vou entrar em detalhes, apenas que, como em qualquer cidade do interior, dois partidos disputam voto por voto as eleiçõe: são denominados popularmente por "Mocotó" e "Tiririca". A disputa fica acirrada, e as pessoas, muitas vezes, olham-se com uma certa rivalidade, que após às eleições ficam adormecidas até a próxima campanha política. É um assunto complicado que já causou muita discórdia, e não é este meu objetivo. Vou falar do mocotó de boi, para quem não sabe o significado, é o pé do boi, no sentido literal. No município há muitas fazendas de criação de gado para o abate, o que acontece num frigorífico local, propriedade do Prefeito Municipal.

O mocotó de boi tornou-se uma iguaria local muito apreciada. As pessoas de baixa renda o procuram nos mercados por ser de ótimo sabor, alto valor nutritivo e barato. Pelas mesmas razões, o caldo de mocotó também é servido em bares e na feira local. Durante as campanhas políticas é servido em reuniões populares.

Outra forma muito boa de se apreciar o mocotó é, principalmente no inverno, servindo um caldo bem temperado para reunir os amigos e celebrar a fraternidade. O interessante é que essas reuniões também recebem o nome de mocotó. Por exemplo: quando alguém quer convidar um amigo para uma dessas reuniões diz: - Vamos no mocotó hoje à noite na casa do fulano de tal?

É igualmente saborosa a geléia feita do mocotó, não aquela industrializada, mas a caseira, vendida de porta em porta, nos mercados e na feira-livre.

Faça o uso das RECEITAS DE MOCOTÓ e não se esqueça de convidar os amigos para saborearem juntos essas delícias.

Se um dia, você visitar esta cidade, não perca tempo, aprecie este prato local e coma de nossa geléia, você não vai se arrepender. Pela seu alto valor nutritivo, seu sabor exótico e seu preço popular, o mocotó bem que poderia ser considerado o prato típico de Alto Piquiri.


20 de julho de 2007

Dia da prima 2007


MOTIVOS PARA CELEBRAR

Há pessoas que nascem e crescem rodeados de parentes, mas este não foi o meu caso. Aos quatro anos, minha família mudou-se para o Estado do Paraná, de modo que cresci sem ter convivência direta com minhas primas. Nossos encontros foram raros.

Depois de muitos anos, uma prima veio residir em minha cidade. Foi uma grande alegria, afinal eu passei a ter uma prima bem perto.

Obs: A mão é minha

Chegou e se estabeleceu, teve duas filhas... Seu trabalho era numa escola e tinha a função de diretora.

No dia 21 de julho de 2005, minha irmã, que adora travessuras, precisava de alguém que fosse cúmplice para a realização de um plano que surpreendesse nossa prima. Queria homenageá-la, mas não encontrava um motivo. Idéias a todo vapor. Surgiu uma luz no fim do túnel – Será que existe o dia da prima? – perguntou.


Pesquisamos na Internet e não encontramos nada sobre o assunto, apenas sobre o dia do amigo, que tinha sido o dia anterior. Decidimos fazer uma decoupage de uma foto da prima criança. Era uma foto de sua formatura no curso primário. O resultado foi ótimo.


Minha irmã foi à floricultura e comprou um vaso de flores. Pediu para que fizessem a entrega à noite juntamente com a fotografia e um cartão. À noite, a moça da floricultura foi até à escola para concretizar a surpresa.

Ao receber o presente, minha prima ficou sem entender o porquê. Não era seu aniversário de nascimento ou casamento, nem dia das mães, do diretor, professor... Mesmo sem entender, recebeu as flores, abriu o presente e leu o cartão, onde estava escrito mais ou menos assim “ Maria Aparecida, pesquisamos, mas não encontramos nada sobre o dia da prima, por isso decidimos inventar esta data. Parabéns pelo Dia da Prima!” Era dia 21 de julho. É claro que ela riu muito. O curioso é que ela odiava a foto que enviamos, fato que nós ignorávamos.

A de blusa amarela é a Maria Aparecida e a que está em seu colo é minha irmã, Maria Izabel

Agora, todos os anos comemoramos o dia da prima, e, não menosprezando as demais primas, afirmo que Maria Aparecida é uma pessoa que faz tudo o que pode para vencer as intempéries. Desde muito jovem trava batalha com a diabetes. O açúcar é seu inimigo número um e a insulina é sua companheira inseparável, mas sabe cozinhar e fazer doces como ninguém. Seus bolos e tortas são disputadíssimos nos leilões das festas e quermesses. Sempre gostou de celebrar os bons momentos. Neste mês comemorou suas "Bodas de Prata" reunindo amigos e parentes. Neste dia tiramos esta foto com algumas das muitas primas.

Estendo a homenagem também às demais primas. Esta página narra o surgimento do dia da prima. Fica a sugestão, quem sabe você também tem alguma prima merecendo homenagem. Invente algo e a surpreenda, afinal, uma prima é mais que uma amiga.


Para todas as primas um grande