Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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28 de março de 2008

Paulo Coelho


As coisas simples são as mais extraordinárias,
e só os sábios conseguem vê-las.



O tesouros são levantados da terra pela torrente de água,
e enterrados por essas mesmas enchentes.

Se começares a prometer o que ainda não tens,
vais perder a vontade de consegui-lo.

Só uma coisa torna um sonho impossível:
o medo de fracassar.

Quando procuramos ser melhores do que somos,
tudo à nossa volta se torna melhor também.

Ninguém conseguiria ter uma Pirâmide no seu quintal,
mesmo que amontoasse pedras toda a sua vida.
Do livro "O Alquista"Paulo Coelho

Entrevista

ENTREVISTA COM O FAMOSO “REINOLD REMHN”



"Existem muitos gurus que sabem dar respostas profundas e criativas às grandes questões sobre o mercado de trabalho atual. Aqui vai um pequeno resumo da entrevista com o famoso Reynold Remhn:


1ª Pergunta: Ainda é possível ser feliz num mundo tão competitivo?

Resposta: Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais entendemos
que ainda falta muito para aprendermos. É por isso que sofremos. Trabalhar em excesso é como perseguir o vento. A felicidade só existe para quem souber aproveitar agora os frutos do seu trabalho.



2ª Pergunta: O profissional do futuro será um individualista?

Resposta: Pelo contrário. O azar será de quem ficar sozinho, porque se cair, não terá ninguém para ajudá-lo a levantar-se.



3ª Pergunta: Que conselho o Sr dá aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho?

Resposta: É melhor ser criticado pelos sábios do que ser elogiado pelos insensatos. Elogios vazios são como gravetos atirados em uma fogueira.



4ª Pergunta: E para os funcionários que tem Chefes centralizadores e perversos?

Resposta: Muitas vezes os justos são tratados pela cartilha dos injustos, mas isso passa. Por mais poderoso que alguém pareça ser, essa pessoa ainda será incapaz de dominar a própria respiração.



Última pergunta: O que é exatamente sucesso?

Resposta: É o sono gostoso. Se a fartura do rico não o deixa dormir, ele estará cumulando, ao mesmo tempo, sua riqueza e sua desgraça.

BELAS E SÁBIAS RESPOSTAS...

Eu só queria que me perdoassem pelo fato de não existir nenhum Reynold Remhn, pois é um nome fictício. Todas as respostas, embora extremamente atuais, foram retiradas do livro de ECLESIASTES, do Velho Testamento escrito, portanto, há 2.300 anos).


Max Gheringer para a CBN."


Colaboração: DR de Bicho

24 de março de 2008

Branca de Neve e os Sete Anões


Um dia, a rainha de um reino bem distante bordava perto da janela do castelo, uma grande janela com batentes de ébano, uma madeira escuríssima. Era inverno e nevava muito forte.
A certa altura, a rainha desviou o olhar para admirar os flocos de neve que dançavam no ar; mas com isso se distraiu e furou o dedo com a agulha.

Na neve que tinha caído no beiral da janela pingaram três gotinhas de sangue. O contraste foi tão lindo que a rainha murmurou:
— Pudesse eu ter uma menina branquinha como a neve, corada como sangue e com os cabelos negros como o ébano…
Alguns meses depois, o desejo da rainha foi atendido.
Ela deu à luz uma menina de cabelos bem pretos, pele branca e face rosada. O nome dado à princesinha foi Branca de Neve.
Mas quando nasceu a menina, a rainha morreu. Passado um ano, o rei se casou novamente. Sua esposa era lindíssima, mas muito vaidosa, invejosa e cruel.

Um certo feiticeiro lhe dera um espelho mágico, ao qual todos os dias ela perguntava, com vaidade:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondia:
— Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior.
O tempo passou. Branca de Neve cresceu, a cada ano mais linda…
E um dia o espelho deu outra resposta à rainha.
— A sua enteada, Branca de Neve, é agora a mais bela.

Invejosa e ciumenta, a rainha chamou um de seus guardas e lhe ordenou que levasse a enteada para a mata e lá a matasse. E que trouxesse o coração de Branca de Neve, como prova de que a missão fora cumprida.
O guarda obedeceu. Mas, quando chegou à mata, não teve coragem de enfiar a faca naquela lindíssima jovem inocente que, afinal, nunca fizera mal a ninguém.
Deixou-a fugir. Para enganar a rainha, matou um veadinho, tirou o coração e entregou-o a ela, que quase explodiu de alegria e satisfação.
Enquanto isso, Branca de Neve fugia, penetrando cada vez mais na mata, ansiosa por se distanciar da madrasta e da morte.

Os animais chegavam bem perto, sem a atacar; os galhos das árvores se abriam para que ela passasse.
Ao anoitecer, quando já não se agüentava mais em pé de tanto cansaço, Branca de Neve viu numa clareira uma casa bem pequena e entrou para descansar um pouquinho.
Olhou em volta e ficou admirada: havia uma mesinha posta com minúsculos sete pratinhos, sete copinhos, sete colherezinhas e sete garfinhos. No cômodo superior estavam alinhadas sete caminhas, com cobertas muito brancas.
Branca de Neve estava com fome e sede. Experimentou, então uma colher da sopa de cada pratinho, tomou um gole do vinho de cada copinho e deitou-se em cada caminha, até encontrar a mais confortável. Nela se ajeitou e dormiu profundamente.

Os donos da casa voltaram tarde da noite; eram sete anões que trabalhavam numa mina de diamantes, dentro da montanha.
Logo que entraram, viram que faltava um pouco de sopa nos pratos, que os copos não estavam cheios de vinho… Estranho.
Lá em cima, nas camas, as cobertas estavam mexidas…E na última cama — surpresa maior! — estava adormecida uma linda donzela de cabelos pretos, pele branca como a neve e face vermelha como o sangue.
— Como é linda! — murmuraram em coro.
— E como deve estar cansada — disse um deles —, já que dorme assim.
Decidiram não incomodar; o anão dono da caminha onde dormia a donzela passaria a noite numa poltrona. Na manhã seguinte, quando despertou, Branca de Neve se viu cercada pelos sete anões barbudinhos e se assustou. Mas eles logo a acalmaram, dizendo-lhe que era muito bem-vinda.
— Como se chama? — perguntaram.
— Branca de Neve.
— Mas como você chegou até aqui, tão longe, no coração da floresta?
Branca de Neve contou tudo. Falou da crueldade da madrasta, da sua ordem para matá-la, da piedade do caçador que a deixara fugir, desobedecendo à rainha, e de sua caminhada pela mata até encontrar aquela casinha.
— Fique aqui, se gostar… — propôs o anão mais velho.
— Você poderia cuidar da casa, enquanto nós estamos na mina, trabalhando. Mas tome cuidado enquanto estiver sozinha. Cedo ou tarde, sua madrasta descobrirá onde você está, e se ela a encontrar… Não deixe que ninguém entre! É mais seguro.
Assim começou uma vida nova para Branca de Neve, uma vida de trabalho.
E a madrasta? Estava feliz, convencida de que beleza de mulher alguma superava a sua.
Mas, um dia, teve por acaso a idéia de interrogar o espelho mágico:

— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o espelho respondeu com voz grave:
— Na mata, na casa dos mineiros, querida rainha, está Branca de Neve, mais bela que nunca!
A rainha entendeu que tinha sido enganada pelo guarda: Branca de Neve ainda vivia! Resolveu agir por si mesma, para que não houvesse no mundo inteiro mulher mais linda do que ela.
Pintou o rosto, colocou um lenço na cabeça e irreconhecível, disfarçada de velha mercadora, procurou pela mata a casinha dos anões. Quando achou, bateu à porta e Branca de Neve, ingenuamente, foi atender.
A malvada ofereceu-lhe suas mercadorias, e a princesa apreciou um lindo cinto colorido.
— Deixe-me ajudá-la a experimentar o cinto. Você ficará com uma cintura fininha, fininha — disse a falsa vendedora, com uma risada irônica e estridente, apertando cada vez mais o cinto.
E apertou tanto, tanto, que Branca de Neve se sentiu sufocada e desmaiou, caindo como morta. A madrasta fugiu.
Pouco depois, chegaram os anões. Assustaram-se ao ver Branca de Neve estirada e imóvel.
O anão mais jovem percebeu o cinto apertado demais e imediatamente o cortou. Branca de Neve voltou a respirar e a cor, aos poucos, começou a voltar a sua face; melhorou e pôde contar o ocorrido.
— Aquela velha vendedora ambulante era a rainha disfarçada — disseram logo os anões.
— Você não deveria tê-la deixado entrar. Agora, seja mais prudente.
Enquanto isso, a perversa rainha, já no castelo, consultava o espelho mágico e se surpreendeu ao ouvi-lo dizer:
— No bosque, na casa dos anões, minha querida rainha, há Branca de Neve, mais bela que nunca.
Seu plano fracassara! Tentaria novamente.

No dia seguinte, Branca de Neve viu chegar uma camponesa de aspecto gentil, que lhe colocou na janela uma apetitosa maçã, sem dizer nada, apenas sorrindo um sorriso desdentado. A princesinha nem suspeitou de que se tratava da madrasta, numa segunda tentativa.
Branca de Neve, ingênua e gulosa, mordeu a maçã. Antes de engolir a primeira mordida, caiu imóvel.
Dessa vez, devia estar morta, pois o socorro dado pelos anões, quando regressaram da mina, nada resolveu.
Não acharam cinto apertado, nem ferimento algum, apenas o corpo caído.
Branca de Neve parecia dormir; estava tão linda que os bons anõezinhos não quiseram enterrá-la.
— Vamos construir um caixão de cristal para a nossa Branca de Neve, assim poderemos admirá-la sempre.
O esquife de cristal foi construído e levado ao topo da montanha. Na tampa, em dourado, escreveram: “Branca de Neve, filha de rei”.
Os anões guardavam o caixão dia e noite, e também os animaizinhos da mata – veadinhos, esquilos e lebres —todos choravam por Branca de Neve.
Lá no castelo, a malvada rainha interrogava o espelho mágico:
— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
A resposta era invariável.
— Em todo o mundo, não existe beleza maior.
Branca de Neve parecia dormir no caixão de cristal; o rosto branco como a neve e de lábios vermelho como sangue, emoldurado pelos cabelos negros como ébano. Continuava tão linda como enquanto vivia.
Um dia, um jovem príncipe que caçava por ali passou no topo da montanha. Bastou ver o corpo de Branca de Neve para se apaixonar, apesar de a donzela estar morta. Pediu permissão aos anões para levar consigo o caixão de cristal. Havia tanta paixão, tanta dor e tanto desespero na voz do príncipe, que os anões ficaram comovidos e consentiram.
— Está bem. Nós o ajudaremos a transportá-la para o vale. A donzela Branca de Neve será sua. Com o caixão nas costas, puseram-se a caminho. Enquanto desciam por um caminho íngreme, um anão tropeçou numa pedra e quase caiu. Reequilibrou-se a tempo. O abalo do caixão, porém, fez com que o pedaço da maçã envenenada, que Branca de Neve trazia ainda na boca, caísse. Assim a donzela se reanimou. Abrindo os olhos e suspirando se sentou e, admirada, quis saber:
— O que aconteceu? Onde estou?

O príncipe e os anões, felizes, explicaram tudo. O príncipe declarou-se a Branca de Neve e pediu-a em casamento. Branca de Neve aceitou, felicíssima.
Foram para o palácio real, onde toda a corte os recebeu. Foram distribuídos os convites para a cerimônia nupcial. Entre os convidados estava a rainha madrasta — mas ela mal sabia que a noiva era sua enteada. Vestiu-se a megera suntuosamente, pôs muitas jóias e, antes de sair, interrogou o espelho mágico:


— Espelho, espelho meu, diga-me se há no mundo mulher mais bela do que eu.
E o fiel espelho:
— No seu reino, a mais bela é você; mas a noiva Branca de Neve é a mais bela do mundo.
Louca de raiva, a rainha saiu apressada para a cerimônia. Lá chegando, ao ver Branca de Neve, sofreu um ataque: o coração explodiu e o corpo estourou, tamanha era sua ira. Mas os festejos não cessaram um só instante. E os anões, convidados de honra, comeram, cantaram e dançaram três dias e três noites. Depois, retornaram para sua casinha e sua mina, no coração da mata.
Este e outros contos infantis você encontra no site




Animações da Branca de Neve

Musical(em Inglês)




Adapatação para o teatro (em Português do Brasil)

Desenho da Branca de Neve



23 de março de 2008

Arco-íris

Já faz tempo que eu não escrevo. Esta semana, após receber uma foto, senti vontade escrever sobre as circunstância em que ela foi feita.

Há algum tempo eu viajava até uma cidade vizinha para fazer companhia para minha mãe que estava hospitalizada. Era um daqueles dias com tudo para nos deixar de mal com a vida. O sentimento de ir para o hospital quando estamos com saúde não é agradável. Neste dia a temperatura havia caído e um friozinho chato se manifestou. No Oeste o tempo estava chuvoso, no Leste o Sol teimava em mostrar a cara.

Peguei uma carona com uma pessoa da família que ia visitar minha mãe e trazer minha irmã, troca de sentinela. Logo que saímos da cidade, notamos um arco-íris, fiquei imaginando a Arca de Noé. Não me recordo de ter visto um arco-íris mais lindo que esse. Suas cores eram vivas e era possível vê-lo inteirinho, enorme, majestoso. Fiquei encantada. Na saída da cidade meu parente parou o carro e o fotografou. Durante meia hora tivemos sua companhia. À medida em que o carro avançava, ele também se deslocava na mesma velocidade do carro.

A vida é um enigma. Ao mesmo tempo em que nos deixa tristes com uma doença, nos mostra sua beleza num belo arco-íris. O que me encanta é saber que cada segundo é único. Ás vezes fico admirada observando um pôr-do-sol e pensando: “O pôr-do-sol de amanhã será diferente”. Apesar de contemplá-lo do mesmo local, as nuvens terão outras cores e tamanhos, o ar outra temperatura, o vento terá outra direção e sua velocidade certamente será diferente, as árvores já terão perdido algumas folhas velhas e terão novas folhas, os pássaros estarão pousados em outros galhos. Eu também não serei mais a mesma: já terei adquirido mais algumas horas de vida, mais um pouco de experiência, também já terei envelhecido um pouquinho mais...

Gosto de caminhar à tarde. Vou com uma amiga. Temos o hábito de passar sempre pelas mesmas ruas, mas para mim isso não é uma rotina. As pessoas, os carros, as crianças que jogam bola ou brincam de bicicleta nas calçadas não são sempre as mesmas. Um dia sinto o cheiro saboroso do jantar sendo preparado, outro, o perfume do cafezinho que floresceu (uma espécie de jasmim). Os assuntos da conversa com a pessoa que me acompanha são sempre outros: sobre a mulher que está com câncer de mama, sobre a fulano, que tem traído a esposa, sobre o neto que balbuciou as primeiras palavras, sem falar da receita de bolo fácil de fazer, do ...

Que coisa bem feita! Na realidade, a rotina não existe. Nós é que a fazemos quando não observamos o que acontece a nossa volta. É uma pena! Por distração, muitas vezes deixamos a vida passar sem desfrutarmos de sua beleza! Fiquemos atentos a esses momentos únicos.

A propósito, minha mãe se recuperou e voltou para casa.

19 de março de 2008

São José


O HOMEM QUE SEGUIA SEUS SONHOS

Nasci na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro. Como foi um parto bastante complicado, minha mãe me consagrou ao santo, pedindo que me ajudasse a viver. José passou a ser uma referência para a minha vida, e desde 1987, ano seguinte à minha peregrinação a Santiago de Compostela, dou uma festa em sua homenagem, no dia 19 de março. Convido amigos, pessoas trabalhadoras e honestas e, antes do jantar, rezamos por todos aqueles que procuram manter a dignidade no que fazem. Oramos também pelos que se encontram desempregados, sem nenhuma perspectiva para o futuro.

Na pequena introdução que faço antes da prece, costumo lembrar que das cinco vezes que a palavra “sonho” aparece no Novo Testamento, quatro se referem a José, o carpinteiro. Em todos estes casos, ele está sempre sendo convencido por um anjo a fazer exatamente o contrário do que estava planejando.

O anjo pede que ele não abandone sua mulher, embora ela esteja grávida. Ele podia dizer coisas do tipo “o que os vizinhos vão pensar”. Mas volta para casa, e acredita na palavra revelada.

O anjo o envia para o Egito. A sua resposta podia ter sido: “mas eu já estou aqui estabelecido como carpinteiro, tenho minha clientela, não posso deixar tudo de lado agora”. Entretanto, arruma suas coisas, e parte em direção ao desconhecido.

O anjo pede que volte do Egito. E José podia ter de novo pensado: “logo agora que eu consegui estabilizar de novo minha vida, e que tenho uma família para sustentar?”

Ao contrário do que o senso comum manda, José segue seus sonhos. Sabe que tem um destino a cumprir e que o destino de quase todos os homens neste planeta: proteger e sustentar sua família. Como milhões de Josés anônimos, ele procura dar conta da tarefa, mesmo tendo de fazer coisas que estão muito além de sua compreensão.

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Ser como um Rio que Flui
Paulo Coelho

17 de março de 2008

A morte de Jesus descrita por um médico

Como estamos próximos da Páscoa, decidi reeditar um texto do ano passado que descreve a morte de Jesus na visão da Medicina. O Dr Pierre Barbet, médico, explica o martírio e a morte de Cristo detalhando como o corpo humano reage diante do sofrimento.

Dr. Pierre Barbet,
Sou um cirurgião e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de uma morte como aquela
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para que ele aconteça, é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o terror, susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento de finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas; o sangue se mistura ao suor e se concentra sob a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados desp9ojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre os quais são fixadas bolinhas de chumbo e pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já dilacerada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra.
A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, entrega-o para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz _ pesava uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos.
Os soldados o puxam com a cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro; freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas sua túnica está colada nas chagas, e tira-la produz uma dor atroz. Quem já puxou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao ser retirada a túnica, laceram-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas.
Os carrascos dão um puxão violento. Há risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedregulhos.
Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus. Com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente.
O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado _ uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus, não.
O nervo é destruído só em parte. A lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo irá se esticar fortemente como uma corda de violino tensionada sobre a cravelha. A cada solavanco, um movimento, vibrará despertando dores dilacerantes.
Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazem-no tombar para trás e o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam sobre ela o braço horizontal da cruz.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram no crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma mascar de sangue. A boca está semi-aberta, e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende, sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em um líquido ácido, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. A isso os médicos chamam tetaia, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis; em seguida aquele entre as costelas, os do pescoço e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco, mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido vai se tornando vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim cianítico. Jesus é envolvida pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem da órbita.
Mas o que acontece? Lentamente, com um esforo sobrehumano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço?
Por que Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa a frouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitida sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deve elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! Atraídos pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor de seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.

Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que já dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus grita: “Tudo está consumado!” Em seguida, num grande brado, diz, “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.




Leia o livro virtual - O Sudário de Turin - Talvez nenhuma outra relíquia Cristã foi tão investigada como o linho que cobriu o corpo de Jesus.
Que amor é esse que se doa até as últimas conseqüências?
Augusto Cury
"CURIOSIDADES SOBRE A ORIGEM DA PÁSCOA". Nos Blogs "Na casa da Vovó" e Educação da Religiosidade você encontra uma uma vasta explicação sobre a Páscoa. Acesse os links e confira.

15 de março de 2008

Descubra o amor



Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.

Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.

Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.

Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.

Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.

Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entende-la.

Pegue a esperança e viva na sua luz.

Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.

Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo.

Mahatma Gandhi

13 de março de 2008

Estrelas














Estrelas da guerra...
homenageadas com terra.

Estrelas da fome...
de ganância dos homens.

Estrelas do medo...
sob a mira de um dedo.

Estrelas da escória...
do homem, na história.

Estrelas do nada...
por suas vidas ceifadas.

Estrelas cadentes...
passando entrementes.

Estrelas da vida...
tão logo esquecidas.

Estrelas que somem...
nas mãos do tal Homem.
Autor desconhecido


SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1- Leitura do texto.

2- Divida a turma em oito grupos. Cada grupo comenta uma estrofe, pré determinada pelo professor. Anota as idéias.
3- Apresentação das idéias de cada grupo.

4- Individualmente, por indicação do professor ou escolha própria. o aluno, escreve um pequeno texto sobre uma estrofe, contextualizando-o.

5- Reescrita do texto numa página de sulfite. Ilustraçaõ do texto escrito.

Para um trabalho padronizado, o professor pode imprimir a imagem abaixo. O aluno desenha dentro da estrela e escreve o texto fora.

Depois de recolher os trabalhos, o professor reune todos eles, formando um livro. A Capa do livro pode ser o texto estudado. Deixe o livro na biblioteca da escola para ser lido por outro alunos também. Se fizer este trabalho com outras turmas, leve os livrinhos para a biblioteca apenas quando concluir o trabalho em todas elas. Leve uma turma de cada vez à biblioteca para conhecer os trabalhos reunidos. Convide professores de outras turmas para levarem seus alunos também.

9 de março de 2008

Origami fácil

Para facilitar sua vida, um site de origami com muitas figuras bonitas, e o que é melhor, o site ensina como fazê-las. As figuras são próprias para crianças: bichinhos, flores, objetos e uma infinidade de variedades. Aqui você tem apenas uma amostra. Click no link e descubra outros modelos.





































Coelhos para colorir






Máscaras de coelho





Inclusão

DEFICIÊNCIAS definidas pelo Dicionário Aurélio

DEFICIENTE
Em que há deficiência; falho, imperfeito:
Pessoa que apresenta deficiência física ou psíquica.


LOUCO

Arbusto subescandente, muito ornamental, da família das plumbagináceas (Plumbago scandens), de folhas ovadas, agudas, membranáceas, com limbo amplo, flores alvas, vistosas, arranjadas em espigas, com cálice glanduloso, corola afunilada, e cápsula dotada de cinco sulcos. Ocorre da BA ao RJ.

Que perdeu a razão; alienado, doido, demente: Que está fora de si; contrário à razão ou ao bom senso; insensato: Dominado por paixão intensa; apaixonado, perdido: Que se porta de maneira pouco sensata, inconveniente; esquisito, excêntrico: Imprudente, imoderado, temerário: Estróina, extravagante, doidivanas: Travesso, brincalhão, folgazão. Fora do comum; incomum, enorme, extraordinário: Diz-se daquilo que revela loucura: Indivíduo louco

CEGO

Privado da vista.
Alucinado, transtornado; obcecado:
Que impede a reflexão, o raciocínio; que perturba o julgamento, oblitera a razão:
Total, absoluto; irrestrito:
Diz-se do instrumento cortante que tem o fio gasto ou embotado; reboto.

SURDO

Que não ouve, ou quase não ouve; mouco. Pouco sonoro; pouco audível: Feito em silêncio ou sem ruído. Oculto, secreto, esconso: Feito, tramado, maquinado às ocultas, em surdina: Diz-se da marcha feita sem ruído. Fig. Insensível, impassível, indiferente: De pouco brilho (pintura).
E. Ling. Produzido sem vibração das cordas vocais. Que não obedece: Que não faz ruído. Tambor surdo.

MUDO

Impossibilitado de falar; privado do uso de palavra por defeito orgânico.
Impedido de falar em virtude de inibição psíquica (emoção, medo, ódio, etc.).
Que se abstém voluntariamente de falar ou responder; calado, silencioso.
Que não se expressa por palavras:
Que não é acompanhado de palavras, ou que não faz rumor:
Diz-se daquilo que por sua natureza ou por impedimento momentâneo não produz nenhum som:
Que não registra sons ou palavras:
Aquele que é mudo. Feminino: muda.
Certo jogo popular.
Mudo, (eu mudo) do verbo. mudar

PARALÍTICO

Que ou aquele que sofre de paralisia.
Perdeu a função motora em determinada parte do corpo.
Perdeu a função sensorial.
Pessoa sem ação; com marasmo, torpor, entorpecimento.


DIABÉTICO

Diz-se de, ou aquele que sofre de diabetes, esp. de diabetes melito. Aquele que sofre de síndrome caracterizada por uma eliminação exagerada e permanente de urina. Quem sofre distúrbio metabólico conseqüente a baixa produção de hormônio antiurético, e caracterizado por polidipsia, poliúria, e, muitas vezes, grande apetite e perda de força; diabetes insípida. Aquele que sofre de distúrbio metabólico em que está prejudicada, em grau variável, a capacidade de metabolização de glicídios, surgindo, em conseqüência, hiperglicemia, glicosúria e poliúria, além de sintomas tais como sede, fome, fraqueza, e distúrbios do metabolismo de lipídios.


MISERÁVEL

Digno de compaixão; lastimável, deplorável, miserando, mísero: Desprezível, abjeto, infame, torpe, vil, mísero. Malvado, perverso, cruel. Próprio de quem é muito pobre; pobre, desgraçado, mísero: Sem valor; mesquinho, escasso, ínfimo, mísero: Pessoa (ou animal) desgraçado, digno de compaixão: Aquele que está na miséria, que é muitíssimo pobre; indigente: Pessoa miserável
Avaro



DEFICIÊNCIAS definidas po Mário Quintana

DEFICIENTE

É aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono de seu destino.

LOUCO

É quem não procura ser feliz com o que possui

CEGO

É aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

SURDO


É aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês

MUDO

É aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

PARALÍTICO

É quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

DIABÉTICO

É quem não consegue ser doce

E finalmente, a pior das deficiências é ser MISERÁVEL...
... pois MISERÁVEIS são todos os que não conseguem falar com Deus.

Colaboração de Fabiana Lima


SUGESTÕES:

1- Leitura dos textos.

2- DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

SENTIDO DENOTATIVO: É a linguagem objetiva, científica, literal. Ex: O leão é um animal feroz.
Leão = animal (sentido denotativo)

SENTIDO CONOTATIVO:
É a linguagem poética, literária.
Ex: Aquele homem é um leão.
Leão
= pessoa forte, brava. (sentido conotativo)

3- Formar frases nos sentidos denotativo e conotativo.

4 de março de 2008

O idiota e a moeda


"Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.”

Um pobre coitado de pouca inteligência vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. Eu sei, respondeu o tolo. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda".

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?

A terceira: Se você for ganancioso acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim quem realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

Arnaldo Jabor.

1 de março de 2008

Cadeia alimentar

NOJENTOS, MAS NECESSÁRIOS

Como seria o mundo se ratos, baratas, moscas e mosquitos fossem exterminados? Bem melhor! Essa certamente seria a resposta de da maioria das pessoas. Porém, na vida real, o sumiço desses bichos poderiam causar conseqüências desastrosas para a humanidade. Baratas, ratos, moscas, e mosquitos são fundamentais para o equilíbrio ecológico.
O lado bom é que sem o zunido e as picadas dos mosquitos as noites de sono seriam bem mais agradáveis. Além disso, doenças como dengue, transmitida pelo mosquito Aeds aegypti, desapareceriam. A ausência de ratos, barata e moscas também trariam mais segurança alimentar para o homem, já que esses bichos freqüentam tanto ambientes contaminados, quanto as cozinhas, transportando bactérias causadoras de enfermidades. Além disso, os insetos são os grandes competidores do homem quando o assunto é comida. Desde a colheita dos alimentos até eles chegarem aos consumidores, muito se perde com as pragas, Sem elas, a produção de alimentos seria mais eficiente.
Porém esse paraíso imaginário seria seriamente ameaçado pelo desequilíbrio ambiental. Baratas, moscas, mosquitos e ratos são elos fundamentais da cadeia alimentar da qual o homem também faz parte. Ratos, mosquitos e baratas desempenham a importante tarefa de reciclar material orgânico. Alimentando-se de restos de comida e até de outros bichos mortos, eles ajudam na decomposição desse material. Sem eles, muito lixo orgânico se acumularia nas ruas e até os cadáveres demorariam muito tempo para se decompor.
Ratos também entram em tubulações que nem os homens, nem máquinas têm acesso, de tão pequeninas e escondidas. Com isso, acabam ajudando no escoamento dos esgotos. Se fossem exterminados, os canos entupiriam e os detritos voltariam para a rua ou para o ralo das casas.
Larvas de pernilongos alimentam-se de partículas orgânicas que ficam que ficam suspensas em rios e lagos. Na ausência delas, a água poderia apodrecer mais rapidamente. Além disso, peixes que se alimentam dessas larvas, como carás e tetras, desapareceriam.
Sem baratas e ratos, outros animais tornar-se-iam pragas, como morcegos, pombos, gambás, que também adoram migalhas e restos e restos de comida e transmitem doenças como a raiva. O que parece melhor, dar uma chinelada numa barata invasora ou passar a noite tentando capturar um morcego.
Correio Riograndense

A BARATA E O RATO
MORAL: Para o vírus a penicilina é uma doença.
SUBMORAL: A ecologia é muito relativa.
Era uma dessas baratinhas brancas e nojentas, acostumadas à só imundície e ao monturo, comendo calmamente sua refeição composta de um pedaço de batata podre e um pedaço de tomate podre (causando inveja a muita gente). Chegou junto a um Rato transmissor de peste bubônica e lhe disse: “Comadre, ontem eu tive uma aventura extraordinária. Estive num lugar realmente impressionante, como você, comadre, certo jamais encontrará em toda sua vida”. Barata comendo. “O lugar era uma coisa que realmente me deixou de boca aberta” ­ prosseguiu o Rato “tão espantoso e tão diferente é de tudo que tenho visto em minha vida roedora”. (É sua sina roer.) Barata comendo. “Imagina você prosseguiu o Rato “que descobri o lugar por acaso. Vou indo numa das cavidades subterrâneas por onde passeio sempre, entrando aqui e ali numa casa e noutra, quando, de repente, percebo uma galeria que não conheço. Meto-me nela, um pouco amedrontado por não saber onde vai dar e de repente saio numa cozinha inacreditável. O chão, limpo, que nem um espelho! Os espelhos, de um brilho de cegar! As panelas, polidas como você não pode imaginar! O fogão, que nem um brinco! As paredes, sem uma mancha! O teto, claro e branco como se tivesse sido acabado de pintar! Os armários, tão arrumados e cuidados que estavam até perfumados! Poeira em nenhuma parte, umidade inexistente, no chão nem um palito de fósforo...
E foi aí que a Barata não se conteve. Levou a mão à boca num espasmo e protestou: “Que mania! Que horror! Sempre vem contar essas histórias exatamente no momento em que a gente está comendo!”
Millôr Fernandes
Vozes dos animais e barulho das coisas



VÁRIAS SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA O PROFESSOR ESCOLHER:
Leitura dos textos.
Pesquise no dicionário de acordo com o significado do texto: bactéria, espasmo, peste...
É importante cuidar da higiene de nossa casa. Por quê?
O que é lixo orgânico?
Você considera a reciclagem uma necessidade? Por quê?
Explique a moral do texto: “Para o vírus a penicilina é uma doença”.
Passe o texto “A Barata e o Rato” para o discurso direto.
Descreva um local limpo e de um local sujo.
Trabalho em grupo: Pesquise sobre dengue, peste bubônica, leptospirose e sobre o Aedes aegypti. (sortear o assunto)
Apresente a pesquisa para os colegas de sala.
Crie personagens: mosquito, barata, rato mosca com materiais recicláveis.
Crie máscaras de mosquito, barata e rato, mosca...
Escrever um teatro para as personagens criadas aplicando os conhecimentos do texto 1 e as vozes dos animais.
Represente o teatro com as personagens feitas de materiais recicláveis
Crie máscaras de mosquito, barata e rato.
Escreva a uma música, aplicando o texto 1 ou 2, e cantar usando as máscaras feitas
Desenhe uma cadeia alimentar
Fotografe animais nocivos, pesquise sobre eles.
Exposição das fotos e da pesquisa