9 de outubro de 2006

jogral

O NORDESTINO E A SECA













Aluno A – Deixando para trás a roça e a casa,

Aluno B – Fugindo à seca numa luta imensa,

Aluno C – O nordestino, sob um sol que abrasa,

Aluno D – Guarda no olhar a luz de eterna crença.

Aluno E – A mansa voz dos córregos calou;

Aluno A – A passarada já não canta em festa;

Aluno B – De tudo enfim, de tudo que ele amou,

Aluno C – Uma saudade amarga apenas resta.

Aluno D – E, em procissão de dor e de amargura,

Aluno E – Em busca d’água pela estrada em fora,

Aluno A – Ele ainda crê na sede que o tortura,

Aluno B – No milagre da chuva que demora.

Aluno C – E quando finda toda essa tormenta,

Aluno D – E a chuva cai num hino de esperança,

Aluno E – Na fé sublime e forte que o sustenta,

Aluno A – Ele retorna certo da bonança.

Heitor Barret

Um comentário:

A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. (Mahatma Gandhi)