17 de março de 2008

A morte de Jesus descrita por um médico

Como estamos próximos da Páscoa, decidi reeditar um texto do ano passado que descreve a morte de Jesus na visão da Medicina. O Dr Pierre Barbet, médico, explica o martírio e a morte de Cristo detalhando como o corpo humano reage diante do sofrimento.

Dr. Pierre Barbet,
Sou um cirurgião e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de uma morte como aquela
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para que ele aconteça, é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o terror, susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento de finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas; o sangue se mistura ao suor e se concentra sob a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados desp9ojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre os quais são fixadas bolinhas de chumbo e pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já dilacerada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra.
A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, entrega-o para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz _ pesava uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos.
Os soldados o puxam com a cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro; freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas sua túnica está colada nas chagas, e tira-la produz uma dor atroz. Quem já puxou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao ser retirada a túnica, laceram-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas.
Os carrascos dão um puxão violento. Há risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedregulhos.
Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus. Com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente.
O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado _ uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus, não.
O nervo é destruído só em parte. A lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo irá se esticar fortemente como uma corda de violino tensionada sobre a cravelha. A cada solavanco, um movimento, vibrará despertando dores dilacerantes.
Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazem-no tombar para trás e o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam sobre ela o braço horizontal da cruz.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram no crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma mascar de sangue. A boca está semi-aberta, e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende, sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em um líquido ácido, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. A isso os médicos chamam tetaia, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis; em seguida aquele entre as costelas, os do pescoço e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco, mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido vai se tornando vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim cianítico. Jesus é envolvida pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem da órbita.
Mas o que acontece? Lentamente, com um esforo sobrehumano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço?
Por que Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa a frouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitida sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deve elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! Atraídos pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor de seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.

Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que já dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus grita: “Tudo está consumado!” Em seguida, num grande brado, diz, “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.




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Que amor é esse que se doa até as últimas conseqüências?
Augusto Cury
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4 comentários:

  1. Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the MP3 e MP4, I hope you enjoy. The address is http://mp3-mp4-brasil.blogspot.com. A hug.

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  2. Bom dia Teresinha!

    Agradeço por vc ter visitado minha casa e ter me indicado em seu espaço, espaço esse que eu muito admiro e muito aprendo.
    Fique em Paz e na Paz do Senhor nosso Deus, que sua Páscoa seja repleta de bençãos e graças.

    Feliz Páscoa!

    Rô!

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  3. Oi Terezinha tudo bem com você?
    vim te desejar uma feliz pascoa pra você e sua familia,e uma final de semana muito abençoado pra você
    Beijinhos e tudo de bom amiga

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  4. Olá
    Estou descubrindoO cada dia mas como nós somos tolos mal informados pq quando começamos a conhecer nosso senhor Jesus CristoO Começamos ver Como Elle è lindo e como nos ama E Como elle sofreu por nois, e hj reclamos de tudo nunka estamos satisfeitos com nada enquanto jesus morreu naquela cruz por nois e não murmurava,e hj não agradecemos nunka temos tempo pra elle como somos futiu !!
    Hj estou nos caminhos de Deus E nunka queroo me afastar estou muitoo feliz graças a Deus !
    Eu Tii AmoO Jesus!!
    By: Mary

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A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. (Mahatma Gandhi)