Os povos indígenas foram os primeiros
habitantes do Estado do Paraná. Foram eles os recepcionistas dos
portugueses. Varias nações habitavam o
território paranaense, ocupavam as florestas tropicais e as margens dos rios. Atualmente
existem três etnias indígenas Tupi-Guarani, com várias nações: os Guarani, a
maior delas, os Kaingangues e os Xetá. Os Tupis ocupavam o litoral, o nordeste
e o oeste do Estado. Os Kainganges tinham uma concentração maior nas terras
altas, regiões de campos e florestas de araucárias. Os Jês também habitaram o
Estado, mas foram praticamente dizimados. Estudos mostram que hoje restam
apenas oito sobreviventes espalhados, um em cada lugar. Com a ajuda de
sociólogos e da FUNAI, reivindicaram seus direitos e o reconhecimento de sua
cidadania, conseguiram documentos pessoais, aposentadoria e atendimento dos
programas sociais.
Os Tupi habitaram a região onde moro,
Alto Piquiri. No município não restou nenhum vestígio nem habitantes indígenas que
se tenha conhecimento. Documentos sobre a história do Município de Alto Piquiri
afirmam que a região foi habitada por índios da nação Kaigangue na região do Pai-querê,
terras altas e férteis situadas entre os vales dos rios Piquiri, Ivaí e Iguaçu,
motivo que deu o nome ao Salto Paiquerê, http://www.panoramio.com/photo/78213210
no rio Goio-Erê, que limita os Municípios de Alto Piquiri e Mariluz. Na região de Serra dos Dourados, divisa com
Mato Grosso do Sul, nos municípios de Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Icaraíma,
Douradina e outros, habitaram os Xetá.
Os Tupi-guarani tinham uma cultura
bastante desenvolvida, se comparada a outras nações indígenas. Fabricavam seus
próprios utensílios. Desenvolveram uma cerâmica bastante adiantada,
confeccionando em grande quantidade. Essa cerâmica era cozida. Usavam fibras de
taquara na confecção de cestas e outras peças. Sabiam tecer o algodão. Com ele
fabricavam redes e tecidos aperfeiçoados. Suas ocas eram feitas de madeira
cobertas com folhas de palmeira. Aprenderam a extrair um veneno da raiz da
mandioca e torná-la comestível.
Preparavam alimentos, fabricavam cerâmicas, Construíam suas ocas e armas para
guerra, caça e pesca. No Litoral do Paraná ainda se encontram alguns vestígios
de Sambaquis. São conchas, ostras, ossos de animais marinhos, restos de cozinha
indígena pedras amontoados irregularmente, onde se encontram material arqueológico
acumulados. Nestes locais também são encontrados jazidas arqueológicas,
evidências de pedras, ossos e cerâmicas, trabalhados por indígenas
pré-históricos. São os zoolitos, figuras de pedra, reproduzindo geralmente
aves, animais, peixes de forma rudimentar.
Esses povos têm seus esportes, sua dança,
sua pintura corporal, seu trançado em palha, sua música e seus mitos.
Ainda hoje, as tribos indígenas paranaenses
remanescentes, com a ajuda da FUNAI, lutam por seus direitos, reivindicando
terras, educação para os filhos, manutenção de sua cultura. Muitas vivem na
miséria, sem assistência médica e social. Se não quiserem viver marginalizados,
precisam se organizar e resistir através de movimentos, impedindo a passagem de
carros, viajando até Brasília, correndo riscos. Precisam se organizar, eleger
um líder, pois muitas vezes são tratados como se não fossem brasileiros. É
claro que algumas tribos já desfrutam de concessões, mas ainda há muito por
fazer. A burocracia é lenta. Enquanto isso, os indígenas correm o risco de
terem sua cultura perdida para sempre e o Brasil uma parte de sua História.
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A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. (Mahatma Gandhi)