10 de maio de 2015

Marcel Duchamp



 É o observador quem faz o quadro - Marcel Duchamp
O Dadaísmo surgiu numa época de caos, a Primeira Guerra Mundial, quando a humanidade já não encontrava sentido na arte, na ciência, na religião e na filosofia. Foi criado com a finalidade de mostrar esse descontentamento geral, denunciar injustiças e escandalizar. Para isso usou do absurdo. Seu principal representante foi Marcel Duchamp, para quem a obra de arte não precisava ser feita pelas mãos do artista, o que importava era o resultado final. Duchamp queria mostrar que tudo que possui uma forma é uma obra de arte. Numa exposição, levou um urinol. A respeito do objeto disse: se o sr. Mutt fez ou não a fonte com suas próprias mãos, não importa. Ele a escolheu... criou uma nova idéia para esse objeto.”

            Duchamp propôs um novo olhar para a arte, usando objetos comuns. Foi um convite para uma reflexão. Com isso ele valoriza a criação intelectual e física do objeto exposto, era o local que e a forma que era visto que o valorizava. Fora dali o objeto se tornava comum. Foi a forma que encontrou de romper com padrões. Sua arte desafiadora perturbou e escandalizou, pois Duchamp não tinha preocupação em agradar.
A libertação da Arte de seus clássicos padrões de beleza foi, sem dúvida, a maior contribuição para a humanidade do francês Marcel Duchamp. Sua irreverência influenciou e mudou o pensamento de sua geração e de gerações posteriores quando afirmou que é o observador quem faz o quadro. A partir de então, o que importa é a emoção despertada em cada um.
A arte sempre existiu. O homem pré-histórico mostrou isso nas pinturas rupestres. De lá para cá, o conceito de arte nunca foi instável, mudou em todos os tempos e em todas as culturas. Surgiram movimentos artísticos com características filosóficas e foram substituídos por outros, sempre se adequando ao momento histórico.
Duchamp foi um precursor. Pensou a arte fora dos padrões de sua época. Irreverente, revolucionário e transgressor, rompeu com esses padrões por não concordar com os critérios de avaliação e seleção de obras de arte. A exposição de um urinol chocou o público e gerou uma polêmica entre os críticos, mas com essa atitude ele expandiu os horizontes da arte. A partir de então, qualquer objeto fabricado industrialmente tornou-se uma obra de arte em potencial, bastava vê-lo como tal.
Depois dessa exposição, a arte desceu de seu pedestal e se popularizou. Assim, todas as pessoas, de qualquer idade, em qualquer lugar, passaram a ter contato com ela e adquiriram o poder de criticar, porque para essa nova visão o que importa é a emoção que a arte desperta. Sua finalidade é levar cada espectador a refletir individualmente, com total liberdade,  sobre o que vê. Agora, segundo o artista, “É o observador quem faz o quadro”, isto é, cada um tem plena liberdade de classificar o que é uma obra de arte, sem estar preso a antigos padrões, com os quais Duchamp não concordava.

Portanto, esse novo pensamento, que influenciou os movimentos artísticos posteriores, despertou no espectador, maior sensibilidade e respeito pela arte. Ele passou a enxergá-la ao seu redor e a interagir com ela em toda a parte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A humanidade é um oceano. Se algumas gotas estão sujas, isso não significa que ele todo ficará sujo. (Mahatma Gandhi)