Há fatos em nossa vida que ficam marcados para sempre, principalmente os da infância. Eles sempre vêm à tona e nos fazem rir ou chorar. À medida em que os anos vão passando, parece que eles vão ficando mais nítidos.
Recentemente, recordei-me de um acontecimento na minha infância. Penso que vale a pena relatá-lo.
Somos ao todo em cinco irmãos: eu, a mais velha, Luiz, Carlos, Maria Izabel e Rubens, o caçula, que na época não era nascido. Morávamos num sítio, onde nosso pai cultivava café e cereais, criava gado, galinhas e porcos.
Os porcos sempre foram criados em chiqueiros, mas certa ocasião um porquinho ficou órfão. Para não ser morto pelos porcos adultos, teve um tratamento diferenciado, foi criado solto, no quintal, convivendo conosco, por isso tornou-se manso. Cresceu, engordou e nunca foi morar no chiqueiro.
Um dia, estando o porco já muito gordo, foi morto e transformado em gordura, torresmo, lingüiça, carne frita e sabão, além dos pedaços saboreados pelos vizinhos mais próximos. Alguns dos pedaços fritos foram guardados na gordura _ não tínhamos energia elétrica _ para serem servidos para os parentes que de vez em quando vinham do Estado de São Paulo.
Recordo-me que numa dessas visitas, junto com a comitiva veio a tia Nair, irmã de meu pai. Conversa aqui, conversa acolá, muitas novidades. Era uma alegria. Uma dessas conversas foi com meu irmãozinho Carlos, que devia ter uns dois ou três anos. Com a inocência de um anjo falou para ela: “O papai matou o Chico”. É claro que ela ficou preocupada. Católica que era, jamais podia esperar uma coisa dessas de seu irmão. Imediatamente foi pedir explicação para minha mãe, que história era aquela, do Zequinha matar o Chico? Foi aí que descobrimos o grande afeto que meu irmão desenvolvera pelo porco, cujo nome era Chico.
Terezinha Bordignon
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
1- O professor conta para os alunos a “História do Chico” e/ou alguma outra interessante. Solicitar para um aluno contar uma também, sempre tem algum corajoso que aceita o desfio.
2- Pedir para os alunos pesquisarem em suas famílias um fato curioso que aconteceu com alguém: pai, mãe, tio, avós, ou com ele mesmo.
3- Numa aula posterior, o aluno conta oralmente o fato para a sala.
4- A partir daí, o professor poderá fazer a “Hora do conto”, reservando uns quinze ou vinte minutos da última aula da semana, por exemplo, para que os alunos contem para os colega outros fatos, que certamente se recordarão. Já fiz a experiência e os alunos gostaram muito. No início o professor encontrará dificuldade, pois é uma atividade sem nota, já que nem todos os alunos sentem-se preparados para falar em público. Com o passar do tempo eles vão se soltando e aguardam com ansiedade o momento de contar sua história.
5- O professor também poderá pedir para que os alunos escrevam as história ouvidas, selecionar algumas e editar o livro de histórias da turma.
Passar o slide abaixo, contando a história.
Orientar desenhos em quadrinhos, formando a sequência dos acontecimentos, resultando num resumo.
http://pt.slideshare.net/terezinhabordignon/apresentao1-41856288?ref=https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=34545029
Aluno:
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Dê um título ao texto: ................................................................................................
1-
O porquinho ficou órfão.
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2-
Cresceu solto e engordou.
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3-
Papai matou o porco.
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4-
Mamãe fez gordura, carne frita, linguiça e
sabão.
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5-
As visitas chegaram e comeram a carne frita.
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6-
Titia Nair, o papai matou o Chico!
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7-
Zequinha, por que você matou o Chico?
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8-
Você vai pro inferno, agora você é um
assassino!
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9-
Carlos gostava muito do porco chamado Chico!
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