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3 de setembro de 2010
16 de janeiro de 2010
O Beija-Flor
Tobias Barreto
Era uma moça franzina,
  Bela visão matutina
  Daquelas que é raro ver,
  Corpo esbelto, colo erguido,
  Molhando o branco vestido
  No orvalho do amanhecer.
Vede-a lá: tímida, esquiva...
  Que boca! é a flor mais viva,
  Que agora está no jardim;
  Mordendo a polpa dos lábios
  Como quem suga o ressábio
  Dos beijos de um querubim!
Nem viu que as auras gemeram,
  E os ramos estremeceram
  Quando um pouco ali se ergueu...
  Nos alvos dentes, viçosa,
  Parte o talo de uma rosa,
  Que docemente colheu.
E a fresca rosa orvalhada,
  Que contrasta descorada,
  Do seu rosto a nívea tez,
  Beijando as mãozinhas suas,
  Parece que diz: nós duas!...
  E a brisa emenda: nós três! ...
Vai nesse andar descuidoso,
  Quando um beija-flor teimoso
  Brincar entre os galhos vem,
  Sente o aroma da donzela,
  Peneira na face dela,
  E quer-lhe os lábios também.
Treme a virgem de surpresa,
  Leva do braço em defesa,
  Vai com o braço a flor da mão;
  Nas asas d’ave mimosa
  Quebra-se a flor melindrosa,
  Que rola esparsa no chão.
Não sei o que a virgem fala,
  Que abre o peito e mais trescala
  Do trescalar de uma flor: 
  Voa em cima o passarinho...
  Vai já tocando o biquinho
  Nos beiços de rubra cor.
A moça, que se envergonha
  De correr, meio risonha
  Procura se desviar;
  Neste empenho os seios ambos
  Deixa ver; inconhos jambos
  De algum celeste pomar! ...
Forte luta, luta incrível
  Por um beijo! É impossível
  Dizer tudo o que se deu.
  Tanta coisa, que se esquece
  Na vida!  Mas me parece
  Que o passarinho venceu! ...
Conheço a moça franzina
  Que a fronte cândida inclina
  Ao sopro de casto amor:
  Seu rosto fica mais lindo,
  Quando ela conta sorrindo
A história do beija-flor.
SUGESTÃO:
1- Leitura individual do texto.
2- Leitura do Professor.
3- Leitura coletiva.
4- Descrição oral: da moça, do local, do pássaro, da rosa.
5- Pesquisa de sinônimos no dicionário.
6- Escrever o poema em prosa.
7- Dividir a sala em grupos: Cada grupo copia e desenha uma estrofe.
8- Produção de convites para outras turmas visitarem a exposição.
9- Exposição dos trabalhos.
11 de novembro de 2009
Retrato

assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
2 de julho de 2009
Canção da Tarde
Por mais alegre que eu cante,
Mais a saudade me aperta.
Quando a saudade me aperta,
Por mais que eu viva e que eu cante,
A minha vida é deserta
Enquanto vives distante.
Na solidão da distância,
Quando a saudade me aperta,
Desaparece a fragrância
E a minha alma é deserta.
Cristina Silva Santos
5 de agosto de 2008
As belas coisas da vida
Podemos ter sem comprar
O sol, a lua, as estrelas,
As ondas verdes do mar.
As borboletas, as flores
E seus aromas no ar...
Do arco-íris as cores
Não precisamos pagar.
Os sonhos e as quimeras,
Alvorada em novo dia,
Os estos da primavera
Nos inspirando à |poesia...
A murmurante cascata,
Nuvem branca em céu anil,
Qual bandeiras tremulando
Nas tardes belas de abril...
O canto da passarada,
A brisa leve a passar...
O frescor da madrugada
Não precisamos pagar.
Sentir na alma a ternura,
No meigo olhar do universo,
Na flor singela a candura
Despetalada num verso...
Das emoções, a mais grata,
O fascínio do luar
Como esponja em pó de prata
A natureza a empoar...
Sentir a vida num beijo,
Depois poder recordar...
Liberdade no desejo,
Poder chorar ou cantar.
O riso de uma criança
A vida vive a nos dar,
O alento da esperança,
Podemos ter sem comprar.É só ter olhos pra ver,
Ouvidos para escutar,
Sensibilidade ter
_ Capacidade de amar!
Julho de 1994 YOLANDA
Rio de Janeiro - RJ
29 de junho de 2008
O Cão e o Lobo

(Fábula de Esopo)
Encontraram-se na estrada
Um cão e um lobo. E este disse:
“Que sorte amaldiçoada!
Feliz seria, se um ida
Como te vejo me visse.
Andas gordo e bem tratado,
Vendes saúde e alegria:
Ando triste e arrepiado,
Sem ter onde cair morto!
Gozas de todo o conforto,
E estás cada vez mais moço;
E eu, para matar a fome,
Nem acho às vezes um osso!
Esta vida me consome...
Dize-me tu, companheiro:
Onde achas tanto dinheiro?”
Disse-lhe o cão:
                       “Lobo amigo!
Serás feliz, se quiseres
Deixar tudo e vir comigo;
Vives assim porque queres...
Terás comida à vontade,
Terás afeto e carinho,
Mimos e felicidade,
Na boa casa em que vivo!”
Foram-se os dois. em caminho,
Disse o lobo, interessado:
“Que é isto? Por que motivo
Tens o pescoço esfolado”
— “É que, às vezes, amarrado
Me deixam durante o dia...”
“Amarrado? Adeus amigo!
(Disse o lobo) Não te sigo!
Muito bem me parecia
Que era demais a riqueza...
Adeus! inveja não sinto:
Quero viver como vivo!
Deixa-me, com a pobreza!
— Antes livre, mas faminto,
Do que gordo, mas cativo!”
Fonte: Literatura infantil
19 de setembro de 2007
Primavera
PRIMAVERA
Entre rosas, bem lestinhos,
Vigiam duros espinhos;
E entre espinhos, bem vistosas,
Campeiam essas rainhas
Que têm o nome de rosas.
De comum, de parecido,
Uns e outros nada têm;
Mas como se entendem bem!
Sendo frágeis e garbosas,
Por todos apetecidas,
Não serão esses espinhos
Os seguranças das rosas?
Só receio que os mortais,
Que mudam tantos destinos,
Um dia também consigam
Mudar rosas em espinhos.
Ao contrário, a natureza,
Quem tem leis maravilhosas,
Talvez um dia consiga
Dos espinhos fazer rosas.
31 de março de 2007
Íbis
O Íbis, ave do Egito,
Pousa sempre sempre sobre um pé
(O que é
Esquisito).
É uma ave sossegada
Porque assim não anda nada.
Quando vejo esta Lisboa,
Digo sempre, Ah quem me dera
(E essa era
Boa)
Ser um íbis esquisito
Ou pelo menos estar no Egito.
Fernando Pessoa
ATIVIDADE: Colorir o fundo e colar penas na ave
1 de março de 2007
Fernando Pessoa
GATO
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
1 de janeiro de 2007
Perfume
O SAPATO PERFUMADO

Era uma vez um sapato
Totalmente amalucado.
Seu esquisito costume
Era usar um bom perfume.
Sem estar bem asseado;
Pra isso sempre passava
Perfume por todo lado,
Banhando seu corpo inteiro
Com fragrâncias do estrangeiro,
E na sola e no cadarço
Espalhava água-de-cheiro.
(e que lindo par formou!)
Com a meia do garçom.
A qual tinha, por seu lado,
O costume amalucado
De pintar-se de batom.
Sugestão:
Levar algum objeto (boné, chapéu, sapato velho, relógio...) para a sala de aula e pedir para o aluno escrever uma paráfrase. A atividade pode ser feita em duplas
2 de dezembro de 2006
Poesia na escola
Família: Recanto do  SenhorCarla de Oliveira Santini - Aluna em 1997
Escola Estadual Manuel Bandeira
"A família de Jesus era Santa,
As nossas são pecadoras."
MULHER:
Não prenda seu amor materno.
Mostre a bela mãe que é.
Não deixe sua família se parecer
com um velho objeto.
Você é muito importante para todos,
Você, mulher, é o grande apoio que
seu marido e seus filhos encontram
para superar os problemas e as dificuldades do dia a dia.
HOMEM:
Não beba.
Troque a bebida por seus filhos,
eles precisam de sua atenção, precisam de você!
Seja exemplo,
eles são o seu reflexo no espelho.
Deixe que eles sintam
seu amor paterno.
Não permita que este amor
fique trancado a sete chaves.
Dê amor, carinho e compreensão a sua família.
Mostre à sociedade, que mesmo
não possuindo bens
é muito rico em fé, amor e carinho.
Demonstre tudo isso a sua família!
FILHOS:
Revele a seus pais o quanto os amam.
Mostrem nas escolas, nas ruas,
nos hospitais, na igreja, na catequese e em todos os lugares,
a educação que receberam.
Não culpem os seus pais se beberem,
porque muitas vezes é só na bebida que conseguem
esconder os problemas financeiros e particulares.
Não culpem suas mães se lhes baterem,
pode ser a única forma que encontram
para encararem a raiva e a vergonha
que elas têm que agüentar.
FAMÍLIA:
Abra as portas de sua casa,
Deixe Cristo entrar.
Ele quer lhe salvar,
Deseja que você seja
o Seu Recanto.
Ele quer dizer que
em sua família reina somente amor.
Família:
Cristo é a única salvação.
Homem, mulher e filhos,
Convertam-se para a vida fraterna.
Repartam o pão de cada dia.
Salvem outras famílias,
pois a união atravessa as barreiras
10 de outubro de 2006
Espírito natalino

A paz é o  presente sagrado que todos queremos.
A vida é a paz do presente que todos  fazemos.
Sem paz o presente da vida se perde fechado.
Sem vida o  presente da paz não constrói o passado.
Na rua o presente da paz vai no rosto da festa.
Na paz o  presente constrói nossa vida modesta.
Sem festa o presente da vida não entra  na paz.
Sem paz nossa vida presente não sabe o que faz.
A paz deste  santo Natal é o presente da história.
A vida constrói o presente acordando a  memória.
Na festa as crianças sorrindo são nosso presente.
Na paz o  sorriso da festa é um eterno inocente.
Na rua o presente  da festa alegrou as crianças.
Na festa o presente renova saudosas  lembranças.
Sem nossos sorrisos de paz não existem presentes.
Sem guerra  o presente constrói um futuro decente.
A paz que os  tratados escrevem começa na vida.
A vida que cresce na paz floresceu na  avenida.
As flores abriram nos vasos pela cidade.
As flores do mundo se  abrem na paz da igualdade.
O mundo  começa a entender o sentido da vida.
A festa começa a voltar nesta grande  avenida.
O sol atravessa de luz toda água do orvalho.
O canto da vida  retorna no palco do galho.
O vento balança  de novo as saudosas bandeiras.
E o tempo retorna na paz da criança faceira.
Levando o estandarte da vida voltemos à praça
Que a paz deste santo  Natal é o presente da graça.
(Elpídio M.  Cardoso – Curitiba, 24/12/1977)
O texto foi escrito para demonstrar a paz que desejamos, que é  esperada e manifestada no período natalino. Todos sentem que o Natal é um tempo  diferente. Deveríamos sentir o espírito do Natal o ano inteiro. A paz que se respira na época natalina é a mesma que se sentiu no  nascimento de Cristo. As crianças a demonstram através do sorriso, os adultos  recordam o fato histórico. Cristo pregou a paz, mas os homens nem sempre a  vivem. Para obtê-la, os homens fazem tratados, bastaria vivê-la, tratando a  todos com igualdade. A paz é vida, é um presente que cada um pode dar a si  mesmo. Não há sentido viver sem paz. Ela é construída por nós mesmos, e devemos  demonstrá-la sempre.9 de outubro de 2006
7 de outubro de 2006
Alfabeto do mestre
Ame seus alunosBendiga sua profissão
Creia no poder da educação
Discipline sua classe
Eduque pelo exemplo
Firme-se em Deus
Garanta um mundo cada vez melhor
Honre a missão do mestre
Instrua com sabedoria
Julgue-se antes de julgar seus alunos
Leia os grandes educadores
Medite os conselhos dos grandes mestres
Neutralize os rumores pessimistas
Orgulhe-se de ser mestre
Persista na verdade
Queira o melhor para seus alunos
Respeite seus educandos para ser respeitado
Sorria. Sorrindo, ilumine sua sala de aula
Trabalhe com amor
Unifique sua classe
Vença pela fé
X?
Zele com carinho por todos esses cuidados
e descubra por si mesma o X do Grande Mestre.
(Cecilia Bueno dos Reis Amoroso)
6 de outubro de 2006
Estudo da linguagem

Sô, sem querê, um educado.
Sô, de verdade, um trabalhadô.
Não aprendi na escola,
aprendi na dô.
Fui pra lá sem querê,
Meus pais mandaro: _ Vai aprendê.
Desconhecendo, achei mió obedecê
Hoje conheço, saí de lá sem sabê.
Cá fora oiando, me vem na cabeça 
um menino chorando:
"Perdeno a terra" tava ele falando.
Agora é Português, disse a pofessora gritando.
A escola tá errada do jeito que ensina;
Leva os pobre cada veis mais pruma triste sina.
Todo mundo tem direito à educação.
A lei diz, mas não é o que a gente vê não.
Ciço dizia prum professô numa discussão:
_ "a sua educação é a sua. 
A minha é a sua educação".
Tá certo. Pois pro rico dá certo a escolarização,
E pro pobre ela ensina aceitá a escravidão.
Digo agora pra senhora, fessora:
Não sou educadô, como Jesus foi outrora;
Tô pensando sê um, Não é de agora,
Só pra não vê mais aquele menino que chora
João Marino Vieira
Querida filha:
(Érico Veríssimo) 
Sugestão de atividade:
Reescrever os textos na linguagem culta
4 de outubro de 2006
Acróstico
Primeiro Acróstico
Nas massas
Alguém 
Soluça,
Chora.
Espera poder encontrar
Respostas...
Do seu coração desesperado
Em seu mais profundo ser
No entanto em seu íntimo,
Ouve uma voz doce a dizer:
Você,
Ouça! Importa renascer
 Sugestão:
 Orientar o aluno a escrever um acróstico com o nome de um amigo, pai, mãe... É importe que ele só escreva as qualidades.
Ney Matogrosso 
Composição: Vinícius de Moraes
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Sugestão:
INTERPRETAÇÃO - EXPLIQUE:
Explique os versos:
“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas”
O que é a rosa de Hiroshima?
O que significa o verso:
“A rosa hereditária”
Quem é “Estúpida e inválida”? Por quê?
Explique os dois últimos versos do poema:
Oração do excepcional
Se todos se unirem, a força
Será bem maior.
Estas crianças merecem um mundo melhor.
Se um dia olhar em seus olhos, irá perceber
O que querem dizer:
Dê-me sua mão, pois a minha esperança é você.
Se um dia, você, por acaso, perder a esperança,
Pode busca-la nos olhos de uma criança.
Quem faz o sorriso brotar,
Não vai encontrar mais razão pra chorar.
Dê-me sua mão, pois a minha esperança é você.
Muitos não podem falar,
Outras não sabem correr,
Mas se você der amor, elas irão compreender.
Todos na mesma oração.
Queremos você em nosso coração.
Dê-me sua mão, pois
minha esperança é você.









