Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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24 de março de 2014

Povos indígenas paranaenses



Os povos indígenas foram os primeiros habitantes do Estado do Paraná. Foram eles os recepcionistas dos portugueses.  Varias nações habitavam o território paranaense, ocupavam as florestas tropicais e as margens dos rios. Atualmente existem três etnias indígenas Tupi-Guarani, com várias nações: os Guarani, a maior delas, os Kaingangues e os Xetá. Os Tupis ocupavam o litoral, o nordeste e o oeste do Estado. Os Kainganges tinham uma concentração maior nas terras altas, regiões de campos e florestas de araucárias. Os Jês também habitaram o Estado, mas foram praticamente dizimados. Estudos mostram que hoje restam apenas oito sobreviventes espalhados, um em cada lugar. Com a ajuda de sociólogos e da FUNAI, reivindicaram seus direitos e o reconhecimento de sua cidadania, conseguiram documentos pessoais, aposentadoria e atendimento dos programas sociais.
Os Tupi habitaram a região onde moro, Alto Piquiri. No município não restou nenhum vestígio nem habitantes indígenas que se tenha conhecimento. Documentos sobre a história do Município de Alto Piquiri afirmam que a região foi habitada por índios da nação Kaigangue na região do Pai-querê, terras altas e férteis situadas entre os vales dos rios Piquiri, Ivaí e Iguaçu, motivo que deu o nome ao Salto Paiquerê, http://www.panoramio.com/photo/78213210 no rio Goio-Erê, que limita os Municípios de Alto Piquiri e Mariluz.  Na região de Serra dos Dourados, divisa com Mato Grosso do Sul, nos municípios de Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Icaraíma, Douradina e outros, habitaram os Xetá.
Os Tupi-guarani tinham uma cultura bastante desenvolvida, se comparada a outras nações indígenas. Fabricavam seus próprios utensílios. Desenvolveram uma cerâmica bastante adiantada, confeccionando em grande quantidade. Essa cerâmica era cozida. Usavam fibras de taquara na confecção de cestas e outras peças. Sabiam tecer o algodão. Com ele fabricavam redes e tecidos aperfeiçoados. Suas ocas eram feitas de madeira cobertas com folhas de palmeira. Aprenderam a extrair um veneno da raiz da mandioca e torná-la  comestível. Preparavam alimentos, fabricavam cerâmicas, Construíam suas ocas e armas para guerra, caça e pesca. No Litoral do Paraná ainda se encontram alguns vestígios de Sambaquis. São conchas, ostras, ossos de animais marinhos, restos de cozinha indígena pedras amontoados irregularmente, onde se encontram material arqueológico acumulados. Nestes locais também são encontrados jazidas arqueológicas, evidências de pedras, ossos e cerâmicas, trabalhados por indígenas pré-históricos. São os zoolitos, figuras de pedra, reproduzindo geralmente aves, animais, peixes de forma rudimentar.
Esses povos têm seus esportes, sua dança, sua pintura corporal, seu trançado em palha, sua música e seus mitos.
Ainda hoje, as tribos indígenas paranaenses remanescentes, com a ajuda da FUNAI, lutam por seus direitos, reivindicando terras, educação para os filhos, manutenção de sua cultura. Muitas vivem na miséria, sem assistência médica e social. Se não quiserem viver marginalizados, precisam se organizar e resistir através de movimentos, impedindo a passagem de carros, viajando até Brasília, correndo riscos. Precisam se organizar, eleger um líder, pois muitas vezes são tratados como se não fossem brasileiros. É claro que algumas tribos já desfrutam de concessões, mas ainda há muito por fazer. A burocracia é lenta. Enquanto isso, os indígenas correm o risco de terem sua cultura perdida para sempre e o Brasil uma parte de sua História.






14 de abril de 2010

Dia do indígena - 19 de abril

KUARUP


O Kuarup é um ritual dos grupos indígenas do Parque do Xingu para homenagear os mortos. Os troncos feitos da madeira “Kuarup” são a representação concreta do espírito dos mortos ilustres. Corresponderia a cerimônia de finados dos brancos, entretanto, o Kuarup é uma festa alegre, afirmadora, exuberante, onde cada um coloca a sua melhor vestimenta na pele. Na visão dos índios, os mortos não querem ver os vivos tristes ou feios.1

A cerimônia é realizada no mês de maio de cada ano e sempre em uma noite de lua cheia. Os índios convidam as tribos amigas para evocarem juntas, as almas dos mortos ilustres. Ainda noite, trazem da floresta vários toros de madeira, conforme o número dos que morreram, que vão ficando em linha reta no centro do terreiro em frente às malocas onde são recortados na forma humana de cada um e pintam neles as funções que exerciam em vida: pajés, guerreiros, caçadores... Enquanto são executados estes trabalhos. Alguns homens com arco e flechas entoam hinos aos mortos.

Tudo pronto, vão os homens às malocas e de lá voltam acompanhados das mulheres e crianças. As mulheres, de cabelos soltos, trazendo algumas frutas e guloseimas, em largas folhas de palmeira, outras, ricos cocares, plumagem de coloridos vivos, braceletes e colares, aproximam-se em passos harmoniosos dos kuarupes e em voz baixa, travam com eles um pequeno diálogo, falando-lhes das saudades que deixaram, oferecendo-lhes ao mesmo tempo os frutos e guloseimas, e enfeitando-os com cocares, plumas e braceletes.

À noite, os homens trazem da floresta tochas de palha incendiados, cuja luz violenta faz luzir os corpos untados de urucum (colorau) em reflexos que desenham toda a beleza dos seus músculos. Começa a dança do fogo, em volta dos kuarupes, ao ritmo do chocalhar dos maracás e das canções místicas, até se fazer ouvir a voz do pajé, numa evocação a Tupã, implorando fazer voltar à vida aqueles mortos ilustres. Neste exato momento a lua cheia se encontra em seu máximo esplendor.

Terminando a evocação os homens se dispersam pelo terreno em pequenos grupos, enquanto só o pajé continua a entoar as suas canções até o alvorecer. De novo voltam as mulheres para ouvirem os cânticos que lhes anunciam ter o sol feito voltar à vida os mortos ilustres.

Então começa a dança da vida e é executada pelos atletas da tribo, cada um trazendo ao ombro uma longa vara verdejante, símbolo dos últimos nascidos na comunidade. Os atletas formam um grande círculo correndo em volta dos kuarupes e em gestos e curvaturas os reverenciam. Depois o grande círculo se divide em dois e logo cada qual se dissolve em vários grupos representando a sua respectiva tribo.

Finda a homenagem aos últimos nascidos, as diversas tribos executam uma luta que denominam “Uka-uka*” uma espécie de luta romana. Encerram a cerimônia em que os Kuarupes são, em festiva procissão, levados para o rio, e lá, entregues às suas águas.


Salve a figura e cole-a no editor de textos


HORIZONTAL

1- No Kuarup os indígenas vestem a melhor ... de pele.
5- Ritual índígena para homenagear os mortos.
6- Os toros de madeira vão ficando em ... no centro do terreiro em frente às malocas.
7- Depois o grande círculo se divide em dois e logo cada qual se dissolve em vários grupos representando sua respectiva ...
8- Os toros de madeira são conforme o númeo dos que ...
9- Na visão dos indígenas, os mortos não querem ver os vivos ... ou feios.
10- Quando está tudo pronto, vão os homens às ...
11- A dança da ... é executada pelos atletas da tribo.
14- As toras são recortadas na ... de cada um e pintam neles as funções que exerciam em vida.
15- A cerimônia dos brancos que corresponde ao Kuarup é a de ...
17- Nome da luta executada pelas tribos.
19- As mulheres aproximam-se dos Kuarups e em voz baixa, travam com eles um pequeno diálogo, falando-lhes das ... que deixaram.
20- As mulheres voltam para ouvirem os cânticos que lhes anunciam ter o ... feito voltar à vida os mortos ilustres.
22- Os homens voltam às malocas acompanhados das ...
23- A cerimônia se encerra com uma festiva ... levando os Kuarups para as águas do rio.
24- Outras mulheres usam ricos cocares, ... de coloridos vivos, braceletes e colares.
26- Símbolo dos últimos nascidos na comunidade.
27- O pajé faz uma evocação a ...
28- Os homens trazem das florestasa noite ... de palhas ...
30- Os atletas formam um grande círculo correndo em volta dos Kuarups e em gestos e curvaturas os ...
31- Os homens passam no corpo ...


VERTICAL

2- Os troncos feitos da madeira "Kuarup" são a representação concreta do ... ilustre.
3- Os indígenas convidam as ... para evocarem juntas as almas dos mortos.
4- Mês em que ocorre o Kuarup.
12- Enquanto são executados estes trabalhos, alguns homens com arco e flechas entoam ...
13- A cerimônia acontece em noite de ...
16- As mulheres trazem guloseimas em folhas de ...
18- Os Kuarups são enfeitados com os ricos ... , ... e braceletes
21- As mulheres usam cabelos ...
25- Terminada a evocação, os homens se dispersam pelo terreno em pequenos ...
29- À noite em volta do fogo acontece a ... dos Kuarups.



RESPOSTAS:

1- VESTIMENTA
2- ESPIRITO DOS MORTOS
3- TRIBOS AMIGAS
4- MAIO
5- kUARUP
6- LINHA RETA
7- TRIBO
8- MORRERAM
9- TRISTES
10- MALOCAS
11- VIDA
12- HINOS AOS MORTOS
13- LUA CHEIA
14- FORMA HUMANA
15- FINADOS
16- PALMEIRA
17- UKA UKA
18- COCARES E LUMAS
19- SAUDADES
20- SOL
21- SOLTOS
22- MULHERES E CRIANÇAS
23- PROCISSÃO
24- PLUMAGEM
25- GRUPOS
26- VARA
27- TUPÃ
28- TOCHAS INCENDIADOS
29- DANÇA
30- HOMENAGEIAM
31- COLORAU



5 de abril de 2010

Festa do Kuarup

31 de março de 2007

Dia do índio


ORAÇÃO DO INDÍGENA
Íris Matilde Boff Serbena


Ó GRANDE ESPÍRITO, Pai e mãe da cadeia da Vida

A modernidade transformou as ondas do ar numa grande comunicação planetária e já não escutamos o silêncio da tua voz.

As nuvens do progresso técnico e científico ofuscaram tua luz e não conseguimos te ver.

eeTua solene veste verde de florestas, campos e pradarias te deixou semi-nu, exposto à exploração pela inteligência do Branco e nos sentimos expulsos, rasgados, divididos e ultrajados. Assim não reconhecemos tua soberana Beleza.

Os modernos meios de produção embaçaram de poluição o espelho dos teus lagos e nós não Te conhecemos. A dança dos rios foi profanada por dejetos e venenos. Silenciaram em represas o canto das Tuas cascatas e, já não ouves nossos lamentos de socorro, tortura e saudade. Enfraqueceu e desafinou o canto e a dança de nossos rituais.

Em nome do progresso ou para saciar a selvageria do homem "civilizado", muitas das espécies raras de nossos irmãos ancestrais, os animais foram sacrificados e dormem fossilizados no Teu Ventre. Os que sobrevivem estão enjaulados, domesticados, comercializados ou expostos à apreciação para cuirosidade pública. Perdemos assim a nossa origem.

O que resta de nossa gente, nossas aldeias, ritos e costumes, serve apenas para evocar ao "civilizado" a Natureza Divina que nos deste, o Origem esquecida, a Sabedoria perdida. Ajuda-nos a reatar o fio arrebentado na trama da vida que nos levam a Ti.

Como uma árvore arrancada de sua raiz, vivemos órfãos de Ti. Estamos nas ruas quase como amostra grátis, nas prateleiras como oferta, nossa história e cultura nos livros e museus para estudo, pesquisa ou simples curiosidade: nas leis como um disfarce de proteção.

Benditos irmãos "civilizados" que compartilham conosco o exílio na nossa própria terra.

Espírito de Luz,Sabedoria, Criação, nosso canto é o choro, nossa voz é o silêncio, nossa dança é a fuga, nossa esperança é retornar ao Coração Vivo e aconchegante da Grande Mãe " a terra dos sem males" e sermos todos embalados e amados como filhos do mesmo Pai e da mesma Mãe.



Holocausto

Os jovens queimaram o índio
Pensando ser um mendigo.
Será que o ser humano
Foi reduzido a mero lixo?
Queimaram o índio:
Hediondo sacrifício
Acaso a violência
Eliminou a consciência?
Queimaram o índio:
Liberdade sem ética.
Onde enterraram a mística?
A sensibilidade, a poética?
Queimaram o índio,
Queimaram o Brasil.
Queimaram o índio,
Queimaram o Divino

(Leíza Azenaide lima)


REFLEXÃO:
  1. ""Ó GRANDE ESPÍRITO, Pai e mãe da cadeia da Vida" Com quem o indígena está falando?
  2. Como os indígenas têm sido afetados pelo homem branco?
  3. Cite algumas características dos povos indígenas.
  4. Como a terra é usada pelo homem branco?
  5. Como o indígena trata seus animais?
  6. Como o indígena ama sua terra
  7. Quem são os "irmãos civilizados" que compartilham o exílio na própria terra?
  8. CNo último parágrafo: "nosso canto é o choro, nossa voz é o silêncio, nossa dança é a fugz, nossa esperança é retornar ao Coração Vivo e aconchegante da Grande Mãe, "a terra dos sem males..." , o que o índio quiz dizer com essas afirmações?
  9. A que fato o poema Holocausto se refere?