Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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30 de outubro de 2009

Muito mais que um pano velho


Um resgate precioso. Click no link



3 de dezembro de 2007

A palavra S A U D A D E


A saudade sempre foi a companheira inseparável de todas as pessoas, de todos os povos, provavelmente desde os primórdios da humanidade, porque é um sentimento.

Como sentimento é impossível negar sua existência, convivemos com ele diariamente.

Como vocábulo não. Existe apenas na Língua Portuguesa e é tido como um dos mais difíceis de definir e de traduzir, em virtude de sua riqueza semântica.

Nenhuma outra língua, por mais que tenha usado de malabarismos vocabulares, foi capaz de expressar com precisão seu real significado. Isto não significa que quem não fala o Português não sinta saudade. Claro que sente. Só que eu não entendo como essas pessoas conseguem definir esse sentimento sem uma palavra específica.

De acordo com o dicionário Aurélio, saudade significa: “Lembrança nostálgica e ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia”. “Pesar pela ausência de alguém que nos é querido”.

Na gramática, é um substantivo abstrato. Na prática é concreto. Não podemos vê-la, mas podemos senti-la e até derramar uma lágrima.

Há vários tipos de saudade: de alguém que morreu, de quem amamos mas está longe, de um amigo, de lugares, de viagens, do país de origem, da infância, da juventude de animais de estimação, frutas, alimentos...

Quando a saudade chega, podemos sentir angústia, nostalgia, tristeza, solidão, isolamento, depressão.. Ela nos faz pensar em imagens do passado em lembranças que ficaram gravadas dentro de nós, nas emoções vividas e que deixaram suas marcas. A saudade é um registro fiel do passado trazido para o presente. Quando vemos a pessoa querida, falamos ao telefone, vemos sua foto, um vídeo..., ela pode ser substituída pela alegria.

Muitas vezes a saudade chega antecipadamente, antes de acontecer uma separação. É uma saudade do futuro. E é doída também.

A saudade está registrada em textos e poesias e músicas da Língua Portuguesa, mas não é um sentimento exclusivo dos seres humanos. Até os animais sentem saudade. Isto fica muito visível nos cães. Estes deixam de se alimentar e às vezes adoecem quando ficam longe de seus donos por muito tempo.

Trinta de janeiro é o dia da saudade, mas uma saudade antecipada deste ano me fez pesquisar e escreve este texto. Estamos no último mês do ano, e, se remexermos no baú de lembranças de 2007, encontraremos, as saudades ali, gravadas em nosso coração. Impossível apagá-las. Vamos organizá-las por categoria reservando um local para outras que virão. Recorda-las? Sim, sem tristezas. Vamos seguir o caminho para o futuro

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22 de novembro de 2007

Joio e trigo


Final de ano. Faxina geral. Recordei-me da famosa frase: "Sim, eu empresto."

Quem nunca pronunciou esta frase? Provavelmente todas as pessoas já emprestaram livros, roupas, revistas, ou dinheiro, certas de que estavam fazendo uma boa ação e que o objeto seria devolvido, Muitas vezes isto não acontece. A devolução imediata é rara. Há pessoas que fazem empréstimos e se esquecem de que é preciso fazer a devolução.

Quem nunca perdeu livros por emprestá-los a alguém? Na confiança, não anotou quem os levou. O tempo passou e ficou a dúvida: Quem me pediu emprestado? Eu não marquei! Há a famosa “dor de cabeça”. O empréstimo é um risco. É como assinar um cheque em branco. Quem empresta algo precisa anotar “quando, o quê e para quem”.

Após um empréstimo pode surgir uma inimizade. Há pessoas que não gostam de ser cobradas. Geralmente são as que têm o hábito da procrastinação: “Eu ia devolver, não precisava me cobrar”, ou “Amanhã eu levo à sua casa, eu até deixei separado.” E nada de devolução. Este “amanhã” nunca chega.

Existem aquelas que, depois de muito tempo, batem à nossa porta com o objeto quebrado, amassado ou sujo. Pedem desculpa e solicitam mais um empréstimo. Também as que mudam de endereço e, adeus... Há as que passam adiante o que é nosso. O objeto desaparece e cobrar de quem?

Não são raras as pessoas que não fazem empréstimos. Estão cansadas de ser enganadas. Preferem mentir: “Eu não tenho, já está emprestado, emprestei não sei pra quem, joguei, não sei onde está,” e uma infinidade de outras desculpas. Isto é uma fuga para não dizer um NÃO. Quando não há saída, é melhor despedir-se do objeto que será emprestado, fazer de conta que acredita na devolução e aceitar a idéia do empréstimo como uma doação.

Radicalizar não é a solução, cautela sim. Um dito popular afirma: “O bom não tem estrela na testa”. Na parábola do “joio e do trigo” eles crescem juntos, até que depois de grandes o joio é separado. Quem não faz devoluções é como o joio, pode ser eliminado da lista de empréstimos.

É difícil acreditar que o objeto emprestado não seja visto de vez em quando na casa de quem o levou. Acredito mais num comodismo, numa falta de ação e de compromisso consigo mesmo e com o outro: “Se eu fosse o dono, gostaria que fizessem isso comigo? Tomei emprestado, vou devolver: Vou ser trigo, não aceito ser joio”.

É preciso fazer um parêntese para os distraídos e para os impossibilitados, por razões justificáveis, ninguém está livre destas situações inconvenientes. A estes devemos aceitar as desculpas, afinal a intolerância não fica bem em pessoa alguma.

Louvores aos que são como o trigo, porque honram sua palavra.

Louvores aos que são como o joio, porque nos obrigam sair do egocentrismo, e, se não fossem eles esta crônica não teria sentido.

Terezinha Bordignon


29 de outubro de 2007

Nascimento

Quando olhamos para uma pessoa idosa, dificilmente imaginamos que ali existiu um bebê, um adolescente, um jovem.

A gestação é apenas uma primeira etapa do nascimento. Fora do útero, nosso corpo continua o processo de nascer. Depois que saímos do ventre de nossa mãe, continuamos nascendo. Nosso corpo vai sendo transformado todos os dias, quer queiramos ou não.

Somos semelhantes a uma planta, que germina dentro da terra de onde retira os nutrientes, depois nasce muito frágil, parece que não vai suportar a chuva, o sol, o vento, mas vai crescendo e atinge a maturidade. Uma frágil planta transforma-se numa árvore forte, bonita, frondosa e inicia outra vez o processo de reprodução, formando novas sementes. O tempo passa, seu tronco continua engrossando, crescendo. Quanto mais velha, maior.

Quando bebês, nossa pele é tenra, delicada, clara, sem mancha. Tornamos-nos crianças, jovens, adultos. Vamos crescendo, cicatrizes vão deixando sua marcas: um corte, uma queimadura, um osso que se quebra, isso faz parte do nascimento físico. Podemos comparar essa mudança física revendo fotos tiradas em anos anteriores. Esse nascimento é progressivo. Nossas experiências vão nascendo e crescendo também. É por isso que quanto mais velha a pessoa, mais experiências acumuladas: esse é o nascimento intelectual.

A mudança intelectual e natural e aceita. É procurada. A mudança do corpo nos incomoda. Gostaríamos de acumular experiências sem acumular mudança física. Gostaríamos de ter o nariz arrebitado, pele lisinha... Isso não acontece: O nariz e as orelhas, partes cartilaginosas de nosso corpo, continuam crescendo, por isso os velhos têm nariz e orelhas grandes. Contrariando o que dizem por aí, orelhas grandes não é sinal de burrice, mas de sabedoria.

Nosso nascimento para a velhice muito nos preocupa. Deveríamos ficar felizes com o nascimento dos cabelos brancos, das orelhas e nariz maiores, da barriga acentuada, do andar lento... Esse nascimento, um dia terminará. Enquanto isso desfrutemos sabiamente cada segundo de nossa vida...

Terezinha Bordignon

17 de setembro de 2007

Nossa casa

Certa vez ouvi uma comparação de nossa casa com nossa mente.

Numa explicação leiga, em nossa mente, o inconsciente é a parte onde raramente temos acesso, mas é vital; o subconsciente é uma parte que temos pouco acesso e o consciente é onde vivemos.

Em nossa casa fazemos a mesma divisão com os objetos que guardamos. Há aquele que ficam armazenados e que raramente usamos, de vez em quando nos lembramos que existem, não conseguimos nos desfazer deles, eles permanecem guardados, escondidos, não dependemos deles no dia a dia: são as lembranças, fotos antigas, objetos herdados, roupas e brinquedos da infância, representam o inconsciente. Também estão armazenados os objetos de utilidade, porém não são usados com freqüência, por exemplo: uma roupa de festa, uma mala de viagem, um livro, um aparelho de jantar, uma bandeja de prata..., são semelhantes ao subconsciente e por fim, os objetos de uso constante, que estão a nossa disposição para qualquer hora, como cama, sofá, televisão, geladeira, arranjos, revistas, tapetes..., o nosso consciente.

Por causa desta comparação é que decidi escrever este texto. Os objetos que são comparados ao nosso inconsciente, aparentemente sem muita utilidade, são os mais valiosos. Existe uma razão para eles estarem ali, escondidos, jogá-los seria uma grande dor. Eles nos recordam momentos de plena alegria vividos com pessoas que passaram em nossa vida. Elas deixaram um vazio, e este vazio é preenchido com algo que as recorde. Não importa se os objetos estão velhos, quebrados, amassados, rasgados, fora de moda... Têm um valor incalculável, são únicos. Uma perda seria algo irreparável. Alguém pode até considerá-los lixo, mas para o possuidor são verdadeiros tesouros.


Tudo isso me faz recordar objetos que guardo com carinho. Raramente são vistos, estão dentro de envelopes, de pequenas caixas. Dentre eles, um em especial que não sei como resistiu até hoje, é da época em que eu estudava a segunda série do curso primário. Está bem conservado. Eu o recebi de uma colega de sala. Nunca mais a vi. Não sei onde mora, se ainda vive, se está casada, se mora numa capital, ou quem sabe, mora em alguma cidade do interior como eu. Recordo-me de poucos colegas daquela época e tenho certeza de que não me esqueci desta amiga porque um dia me entregou uma lembrança com seu nome e um pedido. Seus cabelos eram longos lisos e usava tranças. Estudava na Água da Areia, Município de Munhoz de Melo, PR. Chamava-se Natalina Cândida da Silva. Creio que ela não saiba quem sou. No blog uso nome de casada.

Amiga, que bom que guardei esta lembrança. Nada sei da sua vida, mas não me esqueci de você conforme me pediu. Abraços e beijos e até um dia...

Ah, estava me esquecendo de dizer, se nossa casa pode ser comparada a nossa mente, é bom que ela não fique desorganizada, principalmente a minha, pode ser que alguém que leu este texto venha me visitar, e aí como me justificar?

Terezinha Bordignon

28 de agosto de 2007

Bom dia


Quando passamos por em um lugarejo ou vemos alguma fotografia de um local que parece que está fora do mapa, ficamos indignados: Como pode existir pessoas que conseguem morar tão isoladas? Notamos alguns casebres, poucas pessoas, simplicidade. Outras vezes, nós, das cidades menores, fazemos uma viagem e passamos por alguma metrópole. O sentimento que nos invade é de susto: Quanto barulho! Que trânsito intenso! Quantas pessoas apressadas! Quantas casas tão próximas umas da outras! Que cheiro ruim! Que fumaça! O ambiente é desconhecido, ficamos perdidos, sem saber para que lado olhar.

Os seres humanos e os animais adaptam-se ao lugar onde moram. Quanto mais velha uma pessoa, maior sua dificuldade de adaptação, porque já criou raízes. Acho que já o meu caso. Para os jovens isto é muito mais fácil. Moro há mais de quarenta anos numa cidade do interior do Paraná, chama-se Alto Piquiri. Gosto daqui. Você pode se perguntar: Qual a vantagem em morar numa cidadezinha como Alto Piquiri? E eu repondo: Muitas. Aqui é um lugar oposto aos grandes centros. Não temos barulho de transito, buzinas, burburinhos, fumaça de fábricas, cheiro ruim, pessoas apressadas, fazendo seu almoço na rua. .. Em Alto Piquiri, se compararmos com uma cidade de maior porte, tudo fica muito próximo: a padaria, o supermercado, a igreja, a farmácia, o correio, as casas dos parentes e amigos. E isto é excelente. Não se perde tempo com espera em pontos de ônibus, no transito lento ou no engarrafamento.
Já encontrei pessoas que pensavam que os moradores daqui viviam isolados e alheios ao que se passa no mundo. Engano: Apesar de grande parte de sua população ser muito pobre, as antenas parabólicas estão em praticamente todas as residências. Revistas e jornais chegam com atraso, mas chegam. As pessoas daqui assistem aos mesmos noticiários e novelas das capitais. Elas também usam cartão de crédito, telefone, Internet, estudam faculdade... Qual a diferença entre esta cidadezinha e uma cidade maior?

Penso que a maior diferença está nos seus habitantes. Como todos estão perto de todos, as pessoas se conhecem. As amizades são antigas. Quando se cruzam nas calçadas, sorriem umas para as outras e cumprimentam-se com um caloroso bom-dia ou boa-tarde. Este hábito de se cumprimentarem nas ruas acaba gerando novas amizades. Uma pessoa sabe onde a outra mora, sabe o nome, o sobrenome, o telefone, conhece a família. Estranho é passar uma pessoa e não dizer uma saudação, a conclusão é: Veio de outra cidade e ainda não se adaptou aos costumes locais.
À noite, os jovens têm seu ponto de encontro: A poucas lanchonetes e o calçadão .É claro que aqui não existem teatros, cinemas, shopping centers, mas quem se importa com isso quando existe muito calor humano?
Desta cidade já saíram muitos médico, engenheiros, professores, agrônomos, veterinários e tantas outras profissões honrosas, sem falar na pessoa que se tornou um construtor, fazendeiro, microempresário..., nem que para tal feito, tenha exigido uma separação da família para trabalhar num outro país. Depois acontece o regresso. Quem bebe de nossa água sempre volta.
Em Alto Piquiri é necessário tomar cuidado com duas coisas para que tudo fique em paz: A primeira delas é nunca criticar a política local, existem os que são “mocotó” e os que são “tiririca”. Você pode estar criticando o partido da pessoa com quem você fala e aí pode gerar uma inimizade. A segunda coisa que você também não pode fazer é falar mal de uma pessoa para outra. A pessoa que está ao seu lado, provavelmente é parente de quem você fala mal. Mesmo assim umas conversinhas aqui, outra lá acabam gerando alguma fofoca, mas nada que não possa contornar. Isto é até saudável.
Diariamente recebemos visitantes dos arredores: são as maritacas, os joão-de-barro, os tucanos, as tesourinhas e os bem-te-vis, todos os dias nos homenageiam quando cantam: “piquiri, piquiri, piquiri”.
Por estas e por muitas outras razões é que vale a pena viver nesta aconchegante cidadezinha. Bom-dia!

DECÁLOGO DO BOM-DIA

I- Os povos latinos saúdam: “Bom-dia!”
II- Os ingleses: “Como passa o senhor?”
III- Os norte-americanos: “Como vai o senhos?”
IV- Os turcos: “Deus o abençoe!”
V- Os árabes: “Desejo-lhe uma bela manhã!”
VI- Os chineses: “Já comeu o seu arroz”
VII- Os gregos: “Como vão seus negócios?”
VIII- Os egípcios: “Como respira o senhor?”
IX- Os holandeses: “Como vai de viagem?”
X- Os russos: “Felicidades é o que lhe desejo

23 de julho de 2007

Mocotó


MOCOTÓ


Vinte e cinco de Julho é dia do aniversário do Município de Alto Piquiri. Pensei em escrever brevemente sua história, mas eu teria que pesquisar, aí mudei de idéia. Decidi escrever sobre o mocotó. Por causa da política, não vou entrar em detalhes, apenas que, como em qualquer cidade do interior, dois partidos disputam voto por voto as eleiçõe: são denominados popularmente por "Mocotó" e "Tiririca". A disputa fica acirrada, e as pessoas, muitas vezes, olham-se com uma certa rivalidade, que após às eleições ficam adormecidas até a próxima campanha política. É um assunto complicado que já causou muita discórdia, e não é este meu objetivo. Vou falar do mocotó de boi, para quem não sabe o significado, é o pé do boi, no sentido literal. No município há muitas fazendas de criação de gado para o abate, o que acontece num frigorífico local, propriedade do Prefeito Municipal.

O mocotó de boi tornou-se uma iguaria local muito apreciada. As pessoas de baixa renda o procuram nos mercados por ser de ótimo sabor, alto valor nutritivo e barato. Pelas mesmas razões, o caldo de mocotó também é servido em bares e na feira local. Durante as campanhas políticas é servido em reuniões populares.

Outra forma muito boa de se apreciar o mocotó é, principalmente no inverno, servindo um caldo bem temperado para reunir os amigos e celebrar a fraternidade. O interessante é que essas reuniões também recebem o nome de mocotó. Por exemplo: quando alguém quer convidar um amigo para uma dessas reuniões diz: - Vamos no mocotó hoje à noite na casa do fulano de tal?

É igualmente saborosa a geléia feita do mocotó, não aquela industrializada, mas a caseira, vendida de porta em porta, nos mercados e na feira-livre.

Faça o uso das RECEITAS DE MOCOTÓ e não se esqueça de convidar os amigos para saborearem juntos essas delícias.

Se um dia, você visitar esta cidade, não perca tempo, aprecie este prato local e coma de nossa geléia, você não vai se arrepender. Pela seu alto valor nutritivo, seu sabor exótico e seu preço popular, o mocotó bem que poderia ser considerado o prato típico de Alto Piquiri.


16 de abril de 2007

Invasão


Eu não podia deixar de escrever este fato. Aconteceu na última quinta-feira (12 de abril de 2007) nos Município de Alto Piquiri e de Brasilândia do Sul. Pode ter se repetido em outros locais vizinhos a estes municípios, porém não é de meu conhecimento. Não citarei nenhum nome para não constranger ninguém, já que não tem investigação científica e baseia-se em relatos.

Havia chovido à tarde, mas no início da noite a chuva parou. A noite chegou. Nas ruas as luzes se acenderam. Tudo ainda estava úmido e o céu estava encoberto por nuvens baixas. Mesmo assim as pessoas se animaram para comprar verduras e alimentos na feira dos produtores rurais que é montada uma vez por semana entre a praça pública e a Igreja Católica. Nas ruas pessoas que voltavam para casa, estudantes atrasados indo para a escola, pessoas nos bares e jovens chegando para o habitual encontro no calçadão da avenida principal, em frente às lanchonetes. Nas casas pessoas terminado seu jantar.

O Telefone tocou. Ela atendeu. Era uma amiga dizendo que saísse de dentro de casa, que fosse para o quintal e olhasse para o céu. A amiga que ligou acabara de chegar da feira onde com outras pessoas havia visto aquele fenômeno: Luzes no céu, que davam a impressão de que estavam sobre o estádio de futebol. Recomendou que apagasse as luzes da casa e que se escondesse atrás de uma árvore ou coluna se por acaso alguma lâmpada de poste atrapalhasse a visão.

Muito curiosa Ela saiu ao quintal, procurou um bom local e avistou o fato extraordinário. Do lugar escuro, viu a novidade: No céu, apesar de nublado, enxergou na direção descrita um grande circulo de luz, não muito claro. O círculo aumentava e diminuía de tamanho. Também emitia raios muito longos e estes raios giravam. Imediatamente argumentou consigo mesma: “Quem afirma ter visto discos voadores teriam visto algo semelhante? Seria aquele circulo enorme um disco voador?” Como estava escuro, a imagem não era nítida, parecia ser algo grandioso. No momento não existia uma explicação. Imediatamente deu alguns telefonemas avisando outras pessoas. Essas pessoas se juntaram a Ela e ficaram observando. Muitas opiniões: “Parece luz de boate. É uma luz de carro. É um holofote aceso no estádio de futebol. É uma luz sinalizando para o avião da usina de álcool que trabalha a todo vapor. Disco voador não é. É um disco voador, ... ”

Enquanto isso, nas ruas e nas casas as pessoas se telefonavam, ligaram até para o Padre. Por todos os lugares havia curiosidade, especulações, suposições, medo: “Chegou o fim do mundo! É uma invasão de extra-terrestre! Isto vai trazer doenças! Isto é um balão! É uma luz que vem do interior da Terra! Todo mundo vai morrer hoje! Isto é um sinal de Deus, que usou um círculo simbolizando um abraço, para que as pessoas entendam que precisam se unir, Deus está pedindo paz! ...” Nas casas houve quem se recolheu para rezar, quem se ajoelhou e pediu perdão dos pecados, quem chorou, criança que se escondeu embaixo da cama. Outras pessoas afirmaram tratar-se de uma luz de refletor! ... Vários corajosos foram de carro até o estádio e não viram nada, as luzes estavam apagadas, não acontecia nenhum jogo. Nas ruas principais muitas pessoas. Quem soube o que estava acontecendo deu um jeito de olhar para o céu.

O espetáculo não se limitou ao estádio de futebol. Num clube local, alguns sócios estavam reunidos e alguém recebeu um telefonema: Havia luzes numa fazenda da região. Entenderam que a fazenda estava sendo invadida por ladrões e que as luzes seriam do carro da polícia. Imediatamente foram para a fazenda e voltaram rindo por não encontrarem nada que justificasse a notícia.

No Município de Brasilândia do Sul parece que muita gente também ficou assustada e até os policiais foram comunicados.

As luzes continuaram no local, não sei até que horas da noite. Não aterrissou nenhuma nave espacial. Ninguém teve a felicidade ou infelicidade de ver um extra-terrestre. Para alívio geral, o mundo não acabou, não aconteceu o armagedon. As pessoas se recolheram. Penso algumas não tiveram uma noite muito tranqüila. Alguém que se levantava de madrugada para trabalhar numa cidade da região faltou ao serviço afirmando que as luzes eram um sinal da proximidade do fim do mundo.

No dia seguinte chegou a explicação: No Município de Iporã, distante aproximadamente vinte quilômetros em linha reta, aconteceu na noite anterior um rodeio de peão boiadeiro. Para que o espetáculo fosse mais atraente e fosse freqüentado por muitos expectadores, foi usado um potente canhão luminoso. Eram luzes que giravam. Somadas às condições climáticas, provocaram o fenômeno que conseguiu atrair a curiosidade e também assustar grande número de habitantes da região. Vejam como um acontecimento físico pode sugerir algo inexplicável.

Terezinha Bordignon




1 de janeiro de 2007

Troféu mais você



A televisão é o meio mais poderoso inventado pelo homem para divulgar uma mensagem ao maior número possível de pessoas, de todas as classes sociais. Proporciona lazer e informação a toda sociedade. E dentro de casa, por isso mesmo tem poder para influenciar comportamentos, mudar hábitos, educar, informar, divertir, emocionar, gerar mudanças. Também pode oprimir, desvirtuar, dominar, direcionar, manipular a opinião do público. Todos sabemos disso.

Não sou uma daquelas pessoas habituadas a muitas horas de televisão todos os dias. Assisto a poucos programas, mas tenho o hábito de me levantar e ligar a TV na Globo, no noticiário da manhã, para me inteirar dos acontecimentos. Às vezes vejo uma parte do programa Mais Você, da Ana Maria Braga, pessoa que muito admiro pela alegria, determinação e fé.

No dia 29 de dezembro, levantei-me e fiz o ritual de sempre. A apresentadora entregava o troféu Mais Você às pessoas que se destacaram no ano 2006. Não vi todo o programa porque tive que sair, porém assisti à parte em que Roberto Carlos de Souza recebia o troféu por ter resgatado o bebê que foi jogado pela mãe, na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Nada tenho contra esse senhor, penso que mereceu o prêmio, porque salvou a vida de um ser completamente indefeso. Ele estava lá e foi chamado para socorrer a vítima e assim o fez.

Após este cidadão receber o merecido prêmio fiquei o dia todo indignada, pensando no que vi e me indagando: E o casal de namorados que primeiro viu que algo estranho acontecia e pediu ajuda? Eles pensavam tratar-se de um animal e foram pedir ajuda para que não morresse afogado, sem saber que era um bebê. Se valorizaram o que pensavam ser um gato, imaginem o quanto não se espantaram quando viram que era um bebê? Imagine se eles não tivessem feito nada por pensarem que se travava de um animal? Será que não mereciam receber o troféu também? Não são réus que mata e quem manda matar? Por que não são heróis quem salva e quem manda salvar? Penso que o troféu, neste caso, deveria ser para quem encontrou o bebê e para quem o retirou da água.

Recordo-me que assim que o caso aconteceu, Roberto Carlos deu entrevistas, transformou-se num herói nacional, e é um herói, não o nego. O que não vi foi reconhecimento para o casal que fez o achado. Não tem sentido um time vencer um campeonato e só um jogador subir no pódio. Acredito na Providência Divina. Deus, certamente usou esses dois jovens como instrumentos, para que se concretizasse o resgate. Meu reconhecimento a José da Cruz Neto e Vera Lúcia França. Vocês também são heróis. Para Vocês um troféu Mais Você imaginário.

Pense sobre isso...

10 de outubro de 2006

Um blog


Há tempos procurava algo com que me identificasse. Tive a idéia de passar adiante coisas que vivencio e aprendo, como também alguma experiência de professora, de sala de aula mesmo. Pensei muito, mas não sabia como. Surgiu uma luz. Por que não um blog? Mas como? Blog é para jovem! – pensei. Juntando muita curiosidade e cinco minutos de explicação de meu afilhado, iniciei sua criação. Consegui o primeiro blog, que não deu certo. Aproveitando os arquivos e aprendendo com os próprios erros, surgiu o Sala de Aula. Gostei.

Está direcionado aos professores de Língua Portuguesa e Ensino Religioso Interconfessional que buscam diversificar suas aulas e não têm muito tempo para isso. Também pretende facilitar o preparo de aulas para os professores iniciantes, talvez ainda um pouco inseguros. O Blog não tem compromisso com seqüência de conteúdos, outros blogs já fazem isso. Como gosto de fotografia, pintura, artesanato e culinária..., decidi publicar sobre isto também, penso que assim não fica cansativo para o visitante nem para mim.

Não sou escritora. Pode ser que você conheça muitos dos textos publicados, o que não significa que devem ser descartados. Muitos deles são aulas que preparei durante minha vida profissional, claro que fiz uma adequação, ilustrando-os com fotos. Analise, você tem a opção de escolher. Além do mais, estão aí, prontinhos. O trabalho de preparar as aulas exige silêncio, abstração, mas na maioria das vezes é feito, no local de trabalho, no barulho: sirenes, barulho de crianças, um colega que chega ou sai da sala dos professores, um funcionário colando um recado, ou que realiza a limpeza na hora que você está mais inspirado, e adeus concentração. Utilize algumas aulas prontas, é só imprimir e adaptar à sua maneira. Desconsidere o que não lhe for útil e diminua o tempo gasto na preparação das aulas.

Já me disseram que eu não ganho nada publicando blog, mas todo professor sabe que quem ensina, não perde nada. Ao contrário, ganha experiência, atualiza-se, revê. Pretendo publicar novas postagens todos os meses. Não pense que é fácil. Pode ser que com o tempo eu me canse de publicar este blog. Mesmo que isso aconteça, já valeu a pena, pois sei que pude ser útil a alguém.

Terezinha Bordignon

4 de outubro de 2006

Crônica do bebê


Quando nasce uma criança, diversas pessoas querem contribuir com o bem-estar da mãe e do bebê, principalmente com sugestões. Surgem palpites e opiniões a toda hora. Cada visita de amigo, cada parente, até os menos chegados acham-se no dever de sugerir, alertar, opinar, aconselhar e receitar. Muitos destes conselhos podem ser aceitos, principalmente se a mãe for “marinheiro de primeira viagem”, porém o que acontece é que geralmente, de tanto ouvir, a mãe acaba ficando sem saber que comportamento adotar, ainda mais quando surgem frases como estas abaixo:
- Se o bebê for uma menina, a mãe deve guardar quarenta dias de dieta, se for menino quarenta e um dias;
- Antes do batizado, só a futura madrinha poderá cortar suas unhas;
- O leite está fraco e não sustenta o nenê;
- Quando o bebê trocar o dia pela noite, a mãe deve pôr o bebê para dormir com a cabeça virada para os pés da cama, ou enrolar a criança numa cueca usada;
- Para a criança ficar mansinha, deve dormir embaixo do berço;
- Não se deve beijar a criancinha para não lhe dar brotoeja;
- O banho de picão cura tiriça (hicterícia);
- Não se deve passar o recém-nascido pela janela para ele não se tornar um ladrão;
- O futuro da criança depende totalmente do seu umbigo. Quando o umbigo do bebê cair, deve ser dado para uma vaca comer, pois a criança terá sorte e será fazendeira quando adulta; Se for enterrado no pé de uma roseira, a criança será um adulto bonito, ou ainda, se o umbigo for enterrado na cidade, a criança crescerá e nunca mudará daquele lugar;
- Para acabar com soluço, a mãe deve colocar na testa da criança pelinhos de cobertor, ou de uma fralda molhados na saliva, ou então uma linha vermelha.
- Quando o nenê arrota mal, fica com soluço;
- Se o bebezinho chorar muito, pode ser quebranto, a criança deve ser levada à benzedeira;
- Teste para saber se a criança está com quebranto: num prato raso colocar partes iguais de água e óleo. Se o óleo misturar com a água, pode levar à benzedeira;
- Também deve ser levada à benzeira quando estiver com vento virado;
- Uma mulher menstruada não deve visitar um recém-nascido para não roubar o leite da mãe.
- Para o bebê ficar durinho, deve ser socado (erguido e baixado) no pilão por três vezes;
- Quando o nenê demora para falar, a mãe deve rodear o pilão três vezes e em seguida erguer e baixar a criança no pilão também três vezes, dizendo seu nome.
- Receita para lombriga: Num copo americano cheio de água, colocar três brasas, benzer com um ramo de losna fazendo três cruzes e a seguir, dar três colherinhas da borra para a criança beber;
- Receita para deixar a chupeta: Comprar três chupetas, uma para cada semana. Na primeira semana a mãe deve enterrar a primeira chupeta no primeiro formigueiro que encontrar. Na segunda semana enterrar no segundo formigueiro. Na terceira semana, deve desenterrar a primeira e a segunda chupetas e enterrá-las junto com a terceira chupeta, no terceiro formigueiro que encontrar. Fato verídico, comprovado por uma amiga que fez a experiência com seu filho;
- Receita para cortar o medo de andar: Deve ser feito em duas pessoas. Enrolar três ramas de batata doce no pé direito da criança, deixando um pedaço sem enrolar. Uma pessoa faz a criança andar e outra, com um machado, corta três vezes a rama de batata. A pessoa que corta pergunta: - O que eu corto? A que segura o bebê responde: O medo do(a) (diz o nome da criança). A que está com machado, corta a rama, dizendo para cada vez que corta uma frase: Corto na cabeça, corto no meio, corto no rabo.Após ouvir estas e outras frases e receitas, a mãe, coitada, ou fica maluca ou fica surda. O problema é que se a mãe se deixa levar pelas sugestões, futuramente estará fazendo a mesma coisa: partilhando esses conselhos com outras mães; não ouvir, pode ser pior; as boas experiências adquiridas por outras mães, não lhe servem para nada. O importante é ler muito, pesquisar e separar a verdade da superstição ou da má informação. Na dúvida, uma consulta médica é uma boa solução.
T.B.