Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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9 de outubro de 2006

Horário de verão

Jô Soares

Composição Infantil


O horário de verão é um horário que acontece sempre no começo do verão mas que não dá certo porque assim que o verão acaba ele acaba também. Para mim o horário de verão é muito bom porque a gente pode brincar lá fora mais tempo pensando que ainda é mais cedo apesar de ser mais tarde.

Meu pai diz que o horário de verão ajuda a economizar a eletricidade mas eu não acho porque lá em casa, no verão ou no inverno ele sempre reclama da conta.

Minha mãe não gosta do horário de verão porque apesar dela corrigir os ponteiros de todos os relógios, até o meu do Mikey, ela diz que tem um relógio dela que fica todo atrapalhado no horário de verão. É um tal de relógio biológico. Ela fala muito desse tal de relógio mas eu nunca vi. Do jeito que ela fala do relógio biológico eu acho que ela deve guardar ele no banheiro.

Meu avô acha que quando começa o horário de verão ele fica uma hora mais velho mas quando termina ele fica mais novo outra vez. Meu avô já está caduco. Minha avó também.

No colégio, o horário de verão é bem melhor porque quando atrasado ou não faz o dever de casa põe logo a culpa no horário de verão. A minha professora não acredita mas aí a gente chora e pronto. A minha professora é muito bonita e eu espero que ela não se zangue quando ela ler isso.

Meu melhor amigo, o Zezinho, acha que o horário de verão deveria ter uma diferença de doze horas porque aí a gente ia ficar igual no Japão e a gente não ia precisar de ir ao colégio porque já era noite. Eu até acho uma boa idéia, a não ser nas férias.

Minha irmãzinha menor não está nem aí para horário de verão. Para ela tanto faz. Ela tem dois meses.

O seu Ariovaldo, que vende doce na porta do colégio e que é meu ídolo, acha o horário de verão muito bom porque como fica claro mais tempo dá ele vender mais maria-mole e paçoca. Para mim tanto faz porque eu como maria-mole e paçoca até no escuro.

Não é em todos os lugares do Brasil que tem horário de verão. Isso eu já não entendi direito. Acho que deve ser por que o horário de verão é muito caro e tem Estados que não podem pagar para ter ele. Por mim, o horário de verão tinha que ser igual para todo mundo, até para os pobres. Quando o Brasil for um país muito rico, aí sim todos verão o horário de verão.

ASSINADO

Eu


SUGESTÃO:
Responda:

Em que tempo as ações acontecem?
Quem é a personagem principal do texto? Quais suas características?
Qual a linguagem utilizada pela personagem principal?
O texto é realmente uma composição infantil? Por quê?
O que é o relógio biológico?
Qual a intensão do autor do texto, ao escrever sobre o horário de verão?
O que você pensa sobre o horário de verão?

7 de outubro de 2006

A bela adormecida


Era uma vez um rei e uma rainha que todos os dias repetiam:

_ Ah, se tivéssemos uma criança!

E nunca a tiveram. Certa vez, quando a rainha se banhava, um sapo surgiu da água e lhe disse:

_ Seu desejo será atendido; antes que este ano termine, você terá uma filha.

O que o sapo tinha dito aconteceu, e a rainha ganhou uma linda menina. O rei ficou tão feliz que organizou uma grande festa. Convidou seus parentes, amigos e conhecidos e também as mulheres sábias do seu reino, para que elas ajudassem a menina na sua vida. No seu reino, havia treze mulheres sábias, mas o rei tinha só doze pratos dourados para servi-las, por isso uma delas não recebeu convite.

A festa foi comemorada com todo o esplendor e, quando acabou, as sábias apresentaram a crinça com seus dotes maravilhosos: uma com a virtude; outra com a beleza; a terceira com a riqueza e assim com tudo que se possa desejar.

Quando onze delas tinham pronunciado seus desejos, de repente, entrou na sala uma décima terceira. Ela queria se vingar por não ter sido convidada e, sem olhar ao redor nem cumprimentar ninguém, falou em voz alta:

_ Quando a princesa completar quinze anos, espetará o dedo numa agulha de fiar e cairá morta!

E, sem mais uma única palavra, virou-se e deixou a sala.

Todos ficaram assustados. Então, a décima segunda, que ainda não tinha se pronunciado e não podia anular o feitiço, apenas amenizá-lo, falou:

_ A princesa não morrerá, mas dormirá um sono profundo por cem anos.

O rei, para proteger sua amada filha dessa infelicidade, ordenou que todas as agulhas de fiar do seu reino fossem queimadas. Todos os dons das sábias se concretizaram na menina. Ela se tornou bela, inteligente, meiga e educada, de modo que todos a adoravam.

No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha saíram, e a menina ficou sozinha no palácio. Ela andou por todos os lugares, explorou todos os quartos e peças, conforme sua vontade, até que finalmente, chegou à velha torre. Subiu pela escada e chegou a uma pequena porta. Na fechadura havia uma chave enferrujada, ela girou e a porta se abriu. Num pequeno quarto estava sentada uma velha com uma agulha de fiar; fiava sem parar.

_ Bom dia, vovozinha, disse a princesa. O que a senhora está fazendo?

_ Estou fiando, disse a velha e balançou a cabeça.

_ Que coisa é essa que parece ser tão divertida? Perguntou a menina pegando agulha, para também fiar. Mal tinha tocado a agulha, o feitiço se concretizou, pois a princesa espetou seu dedo nela.

No mesmo instante em que sentiu a picada, caiu num sono profundo sobre uma cama que alli estava. Este sono tomou conta de todos do reino. O rei e a rainha, que já tinham voltado e estavam no salão do palácio, começaram a dormir e, com eles, toda a criadagem. Dormiram também os cavalos na cocheira; os cães no pátio; as pombas no telhado; as moscas na parede e até o fogo que ardia no forno, parou e adormeceu. O assado parou de assar, o cozinheiro que ia puxar os cabelos de seu ajudante, por causa de um erro, interrompeu o gesto e adormeceu. O vento parou, e nenhuma folha se mexeu mais nas árvores diante do palácio.

Ao redor do palácio, começou a crescer um roseiral silvestre que, crescia a cada ano, até que finalmente cobriu todo o palácio, fazendo-o desaparecer totalmente, inclusive a bandeira da torre.

Pelo país se espalhou a lenda da Bela Adormecida, e, de tempos em tempos, jovens príncipes tentavam chegar ao castelo. Mas não conseguiam, pois os espinhos do roseiral, como se tivessem mãos, estavam firmemente ligados e os jovens ficavam presos entre eles, sem conseguir se libertar, e dessa terrível maneira morriam.

Depois de muitos anos, chegou novamente um príncipe ao país e ele ouviu um velho falar sobre o roseiral silvestre e sobre o castelo que havia atrás dele, onde estariam dormindo uma linda princesa, o rei, a rainha e toda a corte. Num sono secular.

O velho sabia também, por intermédio do seu avô, que muitos príncipes já haviam tentado chegar ao palácio, mas morreram tragicamente entre os espinhos.

Então o jovem falou:

_ Eu não tenho medo, eu quero ir lá para ver a bela princesa.

O velho tentou por todos os meios fazê-lo desistir da idéia, mas o príncipe não escutou seus conselhos.

Já haviam transcorrido justamente cem anos, e chegou o dia em que a princesa deveria despertar do seu sono secular. Quando o príncipe se aproximou do castelo, o roseiral tinha lindas e grandes flores que se abriam para deixá-lo passar e atrás dele logo fechavam o caminho. Ele viu, no pátio, os cavalos e os cães malhados deitados, dormindo; no telhado, estavam pombas, que tinham as cabecinhas debaixo das asas.

Quando o príncipe entrou no castelo, as moscas dormiam nas paredes; o cozinheiro, na cozinha, estava com a mão como se quisesse agarrar o ajudante e a criada estava sentada diante de uma galinha preta que ia ser depenada. Ao entrar no salão, viu todos deitados no chão adormecidos, e no trono, dormiam o rei e a rainha. Ele continuou andando, tudo estava tão quieto que ouvia sua própria respiração.

Finalmente chegou à torre e abriu a porta que dava para o pequeno quarto onde a princesa dormia. Lá estava ela tão linda que o príncipe não conseguia parar de admirá-la. Curvou-se e deu-lhe um beijo. Quando ele a tocou com os lábios, a princesa abriu os olhos, e despertando, olhou-o feliz.

Desceram juntos. O rei, a rainha e toda a corte acordaram. Todos se olhavam admirados.

No pátio, os cavalos levantaram e se sacudiam, os cães pulavam e abanavam a cauda, as pombas em cima do telhado retiravam ao cabecinhas debaixo das asas, olhavam ao redor e voavam em direção ao campo, as moscas nas paredes foram adiante, o fogo na cozinha aumentou, flamejou e cozinhou a comida, o assado continuou assando, o cozinheiro deu uma bofetada no ajudante que gritou e a criada continuou a depenar a galinha. Foi, então, comemorado o casamento do príncipe e da Bela Adormecida, com muito luxo e alegria, e eles viveram felizes para sempre.

COMENTANDO A HISTÓRIA

Não é por acaso que A Bela Adormecida agrada às crianças do mundo inteiro, contada e recontada por gerações e gerações. O interesse permanente por essa história justifica-se por ela apresentar, como tema central, o próprio desenvolvimento humano, configurado magicamente, de forma acessível ao pensamento infantil. No conto, estão presentes todas as etapas da vida de um indivíduo, do nascimento à maturidade, que se sucedem naturalmente, sem que haja possibilidade de interferência no seu curso normal.

A história conta a vida de uma princesa cujo nascimento se dá em condições as mais favoráveis, já que esse era esperado pelos pais como concretização de seu maior desejo. Amada e protegida, recebe dotes maravilhosos de virtude, beleza, riqueza, inteligência e meiguice. Está, desde a infância, predestinada a ser feliz. Contudo, não pode evitar as dificuldades que, fatalmente, surgirão no futuro. Esse caráter de inevitabilidade dos fatos configura-se nas previsões das treze sábias e nem mesmo a superproteção dos pais pode afastar os perigos que ela deve enfrentar.

A infância d’A Bela Adormecida transcorre de maneira tranqüila e alegre, protegida que está pelos cuidados da família. É ao completar quinze anos, quando ingressa na puberdade que a menina se depara com situações novas e inusitadas. Pela primeira vez, seus pais deixam-na a sós e ela passa a explorar o ambiente que a rodeia. É assim que descobre os recantos do palácio, chegando ao quarto da torre, o espaço desconhecido que impulsiona sua curiosidade. Ë ali que ela descortina o mundo adulto na figura da velha a exercer a milenar atividade de fiar. Precipitadamente, a jovem parte para a ação, na tentativa de imitar a velha senhora. E sua pressa provoca a picada da agulha. O conto mostra assim, que não se passa abruptamente da adolescência à idade adulta. É preciso um longo período, representado pelos cem anos de sono, para que se possa chegar à maturidade. O tempo a que a história se refere é o tempo interior de cada um, o tempo necessário ao amadurecimento, num clima de serenidade e concentração.

Quando alguém se fecha em si mesmo, a desvendar sua interioridade, isola-se do mundo exterior. Por isso, enquanto a princesa dorme, todos os elementos do reino simbolicamente param e um denso roseiral crescem em torno a protegê-la em seu sono. As tentativas de acordá-la redundam em fracasso. Isto significa que nada pode apressar seu tempo, pois é nesse período que ela empreende a descoberta de si. No momento certo, quando todo seu processo de crescimento interior já está elaborado, a jovem desperta com o beijo do príncipe. É por que o tempo é propício que os caminhos se abrem para o príncipe, levando-o até a Bela Adormecida. Como a personagem acorda para o mundo e passa a vislumbrá-lo com novos olhos, tudo ao redor adquire vida e desabrocha. Na realidade, é somente quando a princesa conhece-se a si mesma que ela vê o mundo com sentido renovado, ingressando definitivamente na idade adulta.

Como outros tantos contos de fada, aqui a personagem principal não tem um nome próprio, o que leva perceber a importância da denominação a ela atribuída. Essa denominação não se refere a caraterísticas físicas ou psicológicas da princesa, mas a um determinado estado por ela vivido. A nomeação de A Bela Adormecida concedida à jovem fornece indicações sobre a concepção dos autores da história Quanto à adolescência como fase intermediária da existência, época de recolhimento interior, bela e rica em significações. Essa mensagem de valorização de uma importante etapa da vida humana torna-o um preferido pelas crianças de todos os tempos.


SUGESTÃO:

IDENTIFICAÇÃO

Nome do autor.

Nome da obra

2- ESTRUTURA DA OBRA

Como é o enredo?

Qual o assunto do conto?

Quanto tempo durou o acontecimento?

Em que pessoa o conto é narrado?

3- PERSONAGENS:

Personagem protagonista.

Personagem antagonista.

Personagens secundárias.

4- ESPAÇO

Onde aconteceram os fatos?

5- CARACTERÍSTICAS DAS PERSONAGENS

a- A Bela Adormecida:

Características físicas

Características psicológicas

b- Treze sábias

Características psicológicas

c- Rei e rainha

Características psicológicas.

6- AÇÕES DA PERSONAGENS:

Na sua opinião, como foi a infância da Bela Adormecida?

b- Responda o que representa

- Subir à torre no dia do aniversário?

- Imitar a velha que estava fiando?

- O sono de cem anos?

- Tudo dormir enquanto a princesa dorme?

- Crescer um roseiral ao redor do palácio?

- O velho tentar impedir o príncipe de ir ao palácio?

- Despertar ao ser beijada pelo príncipe?

- Os caminhos se abrirem para o príncipe?

7- OPINIÃO

Como você explica o título do conto?

A que conclusões você chegou?

5 de outubro de 2006

Helena Kolody














CANÇÃO DO INVERNO
Cai a neve, de mansinho...
Cai a neve em meus cabelos,
Que eram de ouro e são de luar.
Altas torres de castelo...
Cai a neve, de mansinho,
Para os sonhos sepultar.
Cai a neve... tão de leve!
No meu rosto, brando e brando,
Será a neve resvalando.
Ou é o pranto a deslizar?
De origem ucraniana, Helena Kolody nasceu em Cruz Machado, interior do Paraná, em 1912, e vive em Curitiba, onde foi educadora. Seu primeiro livro de poesia, Paisagem interior, saiu em 1941. Depois desse, publicou vários outros, nos quais deixou registrado um jeito muito especial de falar da natureza e da vida. O poema Canção de inverno foi retirado do livro Luz infinita.

ATIVIDADES:
PESQUISE NO DICIONÁRIO:
neve
ouro
luar
torre
castelo
sepultar
brando
resvalar
pranto
deslizar

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Verbos:
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Substantivos no diminutivo
Nomes da pontuação utilizada;
Nomes dos sinais utilizados na pontuação.
Copie o 6º verso.
Quantas estrofes tem o poema;
De acordo com o número de versos, que nome recebe cada estrofe;
Passar para a ordem direta: Cai a neve, de mansinho, para os sonhos sepultar.
RESPONDA:
Qual a diferença entre texto poético e texto informativo?
Qual a intenção da poetisa ao se utilizar do diminutivo?
Explique cada um dos versos: 3, 4 e 6.
O poema sugere silêncio. Identifique.
Em qual pessoa do discurso o poema é escrito?
Qual o sentimento expresso?
Que idade tem a pessoa representada?
Explique o que representam cada uma das palavras: ouro, neve, luar
Escrever um texto em verso ou prosa cujo nome seja: Canção do verão