Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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29 de outubro de 2007

Nascimento

Quando olhamos para uma pessoa idosa, dificilmente imaginamos que ali existiu um bebê, um adolescente, um jovem.

A gestação é apenas uma primeira etapa do nascimento. Fora do útero, nosso corpo continua o processo de nascer. Depois que saímos do ventre de nossa mãe, continuamos nascendo. Nosso corpo vai sendo transformado todos os dias, quer queiramos ou não.

Somos semelhantes a uma planta, que germina dentro da terra de onde retira os nutrientes, depois nasce muito frágil, parece que não vai suportar a chuva, o sol, o vento, mas vai crescendo e atinge a maturidade. Uma frágil planta transforma-se numa árvore forte, bonita, frondosa e inicia outra vez o processo de reprodução, formando novas sementes. O tempo passa, seu tronco continua engrossando, crescendo. Quanto mais velha, maior.

Quando bebês, nossa pele é tenra, delicada, clara, sem mancha. Tornamos-nos crianças, jovens, adultos. Vamos crescendo, cicatrizes vão deixando sua marcas: um corte, uma queimadura, um osso que se quebra, isso faz parte do nascimento físico. Podemos comparar essa mudança física revendo fotos tiradas em anos anteriores. Esse nascimento é progressivo. Nossas experiências vão nascendo e crescendo também. É por isso que quanto mais velha a pessoa, mais experiências acumuladas: esse é o nascimento intelectual.

A mudança intelectual e natural e aceita. É procurada. A mudança do corpo nos incomoda. Gostaríamos de acumular experiências sem acumular mudança física. Gostaríamos de ter o nariz arrebitado, pele lisinha... Isso não acontece: O nariz e as orelhas, partes cartilaginosas de nosso corpo, continuam crescendo, por isso os velhos têm nariz e orelhas grandes. Contrariando o que dizem por aí, orelhas grandes não é sinal de burrice, mas de sabedoria.

Nosso nascimento para a velhice muito nos preocupa. Deveríamos ficar felizes com o nascimento dos cabelos brancos, das orelhas e nariz maiores, da barriga acentuada, do andar lento... Esse nascimento, um dia terminará. Enquanto isso desfrutemos sabiamente cada segundo de nossa vida...

Terezinha Bordignon

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