Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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1 de janeiro de 2007

Os milhanos e os pombos


La Fontaine

Uma guerra atroz deflagrou-se nos ares entre a raça dos abutres, por causa de um cão morto que despertara a avidez de todos. Choveu sangue em quantidade; juro que não estou exagerando. Se quisesse descrever a luta de começo ao fim, em todos os seus detalhes, chegaria a perder o fôlego. Afirmo, contudo, que muitos chefes e muitos heróis perderam a vida. Era uma coisa admirável ver seus esforços, mas era uma pena vê-los tombar mortos. Empregaram com igual destreza valor e coragem, astúcia e arrojo; os dois magotes, dominados por igual furor, não pouparam nenhum meio para povoar a região dos mortos.

Esse furor homicida, essa chacina infame, despertou compaixão na alma de outra nação, cujo coração sensível e cuja fidelidade são notórios, a qual se prontificou a intervir, como mediadora, a fim de pacificar os contendores. Escolheram-se embaixadores experimentados dentre os melhores pombos; e estes souberam parlamentar com tanta diplomacia, que induziram os abutres a terminar a luta insana; depois de uma trégua para as negociações, estipularam acordo e assinaram a paz.

Desgraçadamente, porém, a paz foi feita às expensas da raça a quem eles deviam gratidão; a maldita espécie, sem o menor respeito às regras da humanidade, atirou-se sobre os pombos fazendo uma terrível carnificina e em poucos instantes, despovoaram inteiras cidades e campos.

O ingênuos pombos revelaram falta de prudência querendo apaziguar um povo tão selvagem, não há dúvida, mas fizeram-no confiados na lealdade. Por isso convém guardar a lição.

Conservai sempre apartados e desunidos os maus; pois disso depende a segurança dos demais povos. Semeai sempre a guerra entre eles próprios, do contrário nos vos deixarão em paz.

Conto infantil


A Lebre e a Tartaruga



Uma vez uma tartaruga quis apostar uma corrida com uma lebre, porque a lebre sempre caçoava de sua maneira lenta de caminhar. Então a lebre saiu correndo e a tartaruga atrás. Um tempo depois a lebre disse:
_ Vou ganhar de qualquer jeito mesmo, acho melhor descansar um pouco.
Então, deitou-se, dormiu e sonhou com o prêmio que em breve iria receber. Po r outro lado, a tartaruga continuou caminhando devagarinho, mas sem parar.
Finalmente a tartaruga cruzou a linha de chegada e a lebre, conseqüentemente, perdeu a corrida.


Este conto nos faz lembrar aquelas pessoas que acham que sabem mais que outras, e acomadam-se, pensando nunca serem derrotadas. Por isso não se atualizam, não estudam. Quando vão se dar conta, foram superadas por outras, que sempre galgaram postos, mas de uma forma mais lenta. Estas, como nunca desistiram, passaram adiante e continuaram sua caminhada, surpreendendo a todos.

9 de outubro de 2006

Fábula de la fontaine

O LENHADOR E A MORTE
La Fontaine


Um velho lenhador, cansado pelos anos e do fardo que carregava, regressando ao lar caminhava tropegamente, queixando-se da sorte que nunca o favorecera.

Exausto, sob o peso que lhe magoava as costas, deitou o fardo ao chão e sentou-se-lhe ao lado, passando a analisar o longo percurso dos anos vividos.

Que felicidades tivera neste mundo? Existia por ventura alguém mais indigente do que ele? Escasso era o pão e nem sempre o tinha; descanso algum jamais desfrutara; além disso, impostos, conscrição, mulher e filhos para sustentar, os credores e mil outras atribulações além do trabalho insano. Esse era o quadro desolador de sua pobre existência; e não via diante de si a réstea luminosa da esperança.

Amargurado, abatido ante a própria impotência, num assomo de desespero chamou pela morte para que o livrasse de tão cruel angustia.

Sem demora a Morte se lhe apresenta e pergunta:

_ Aqui estou; que me queres tu?

_ Apenas um pequeno esforço: põe-me este feixe no dorso.


COMENTÁRIO:
Esta fábula exprime em síntese o sentimento mais natural ao homem: o amor pela vida. Pois embora tudo lhe seja contra e triste, ele mantém sua divisa: "Antes sofrer do que morrer!" Pois a morte é o fim de todos os males, a vida é sempre o maior de todos os bens.