Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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26 de outubro de 2009

Lista da Normalidade - continuação


25) Em um meio de transporte público, jamais olhar diretamente nos olhos de uma pessoa, caso contrário isso pode ser interpretado como um sinal de sedução.

26) Quando entrar no elevador, manter o corpo voltado para a porta de saída, e fingir que é a única pessoa lá dentro, por mais lotado que esteja.

27) Jamais rir alto em um restaurante, por melhor que seja a história.

28) No hemisfério norte, usar sempre a roupa combinando com a estação do ano; braços de fora na primavera (por mais frio que esteja e casaco de lã no outono (por mais quente que esteja).

29) No hemisfério sul, encher a árvore de natal de algodão, mesmo que o inverno nada tenha a ver com o nascimento de Cristo.

30) À medida que for ficando mais velho, achar-se dono de toda a sabedoria do mundo, embora tenha vivido o suficiente para saber o que está errado.

31) Ir a um chá de caridade e achar que com isso já colaborou o suficiente para acabar com as desigualdade sociais do mundo.

32) Comer três vezes por dia, mesmo sem fome.

33) Acreditar que os outros sempre são melhores em tudo: são mais bonitos, mais capazes, mais ricos, mais inteligentes. É muito mais arriscado aventurar-se além dos próprios limites, melhor não fazer nada.

34) Usar o carro como uma arma e uma armadura invencível.

35) Dizer impropérios no trânsito.

36) Achar que tudo que seu filho faz de errado é culpa das companhias que ele escolheu.

37) Casar-se com a primeira pessoa que lhe oferecer uma posição social. O amor pode esperar.

38) Dizer sempre: “eu tentei” mesmo que não tenha tentado absolutamente nada.

39) Deixar para viver as coisas mais interessantes da vida quando já não tiver mais força para tal.

40) Evitar a depressão com doses diárias e maciças de programas de TV.

41) Acreditar que é possível estar seguro de tudo o que conquistou.

42) Achar que as mulheres não gostam de futebol, e que os homens não gostam de decoração e cozinha.

43) Culpar o governo por tudo de ruim que acontece.

44) Estar convencido de que ser uma pessoa boa, decente, respeitosa significa que os outros vão pensar que é fraca, vulnerável e facilmente manipulável.

45) Estar igualmente convencido de que a agressividade e a descortesia no trato com os outros são sinônimos de uma personalidade poderosa.

46) Ter medo de fibroscopia (homens) e parto (mulheres).

O “amigo” ri:

 Você devia fazer um filme baseado nisso  comenta.

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25 de maio de 2008

Dinâmicas de leitura


O QUE VOCÊ DIZ

a) O Professor solicita a um aluno que complete livremente, com suas idéias, a frase: ”O que o texto me diz:...”;

b) O professor solicita a um segundo aluno que complete, livremente, com suas idéias, a frase: “O que eu digo ao texto:...”;

c) O Professor solicita a um terceiro aluno que, dirigindo-se aos colegas anteriores, complete, livremente, com suas idéias, a frase: “O que eu digo a meus colegas:...”


Observações:

1a.) a dinâmica poderá ter continuidade com novos alunos completando as frases;

2a.) a etapa c, especialmente, estimula a criatividade do aluno;

3a.) Professor e alunos poderão comentar a experiência, observando contribuições a aprendizagem e manifestando percepções pessoais.



RESPONDA DIFERENTE

a) O Professor solicita a um aluno que elabore uma pergunta sobre o texto;

b) O Professor solicita a outro aluno que responda à pergunta feita pelo colega;

c) O Professor solicita a um terceiro aluno que responda à mesma pergunta de uma outra maneira. Esta outra maneira poderá ser|:

c.1) Com outra informações;

c.2) Substituindo palavras por outras, que poderão ser sinônimas, ou não;

c.3) Invertendo a ordem das palavras;

c.4) Falando com uma entonação especial de voz;

c.5) Expressando a resposta por gestos;

c.6) Expressando a resposta por desenhos e sinais, ou por figuras etc. O aluno usará, então, sua criatividade;

d) O Professor solicita ao primeiro aluno (que elaborou a pergunta) que diga qual das duas formulações de resposta prefere e por quê.


Observações:

1a.) O Professor poderá comentar a pergunta, as duas formulações da resposta e, também, s preferência manifestada pelo aluno que elaborou a pergunta;

2a.) A dinâmica poderá ter continuidade com a elaboração de uma nova pergunta;

3a.) Professor e alunos poderão comentar a experiência, observando contribuições à aprendizagem e manifestando percepções pessoais.

Fonte de Pesquisa: DINÂMICAS DE LEITURA PARA SALA DE AULA de Mary Rangel, Editora Vozes

24 de abril de 2008

Leitura crítica


Quando tinha quinze anos, disse para minha mãe:

– Descobri minha vocação. Quero ser escritor.

– Meu filho – respondeu ela, com um ar triste – seu pai é um engenheiro. É um homem lógico, razoável, com uma visão precisa do mundo. Você sabe o que é ser um escritor?

– Alguém que escreve livros.

– Seu tio Haroldo, que é médico, também escreve livros, e já publicou alguns. Faça a faculdade de engenharia, e terá tempo para escrever em seus momentos livres.

– Não, mamães. Eu quero ser apenas escritor. Não um engenheiro que escreve livros.

­– Mas você já conheceu algum escritor? Alguma vez, você já viu um escritor?

– Nunca. Só em fotografias.

– Então como é que você quer ser um escritor, sem saber direito o que é isso?

Para responder à minha mãe, resolvi fazer uma pesquisa. Eis o que descobri sobre o que era ser um escritor, no início da década de sessenta:

A) Um escritor sempre usa óculos, e não se penteia direito. Passa metade do seu tempo com raiva de tudo, e a outra metade deprimido. Vive em bares, discutindo com outros escritores de óculos e despenteados. Fala difícil. Tem sempre idéias fantásticas para o seu próximo romance, e detesta aquele que acabou de publicar.

B) Um Escritor tem o dever e a obrigação de jamais ser compreendido por sua geração – ou nunca chegará a ser considerado um gênio, pois está convencido de que nasceu numa época em que a mediocridade impera. Um escritor sempre faz várias revisões e alterações em cada frase que escreve. O vocabulário de um homem comum é composto de 3000 palavras; um verdadeiro escritor jamais as utiliza, já que existem outras 189000 no dicionário, e ele não é um homem comum.

C- Apenas outros escritores compreendem o que um escritor quer dizer. Mesmo assim ele detesta secretamente os outros escritores – já que estão disputando as mesmas vagas que a história da literatura deixa ao longo dos séculos. Então, o escritor e seus pares disputam o troféu do livro mais complicado: será melhor aquele que conseguir ser o mais difícil.

D- Um escritor entende de temas cujos nomes são assustadores: semiótica, epistemologia, neoconcretismo. Quando deseja chocar alguém, diz coisas como “Einstein é burro” ou “Tolstoi é o palhaço da burguesia”. Todos ficam escandalizados, mas passam a repetir para os outros que a teoria da relatividade está errada, e que Tolstoi defendia os aristocratas russos.

E- Um escritor, para seduzir uma mulher, diz: “sou escritor”, e escreve um poema num guardanapo: funciona sempre.

F- Por causa de sua vasta cultura, um escritor sempre consegue emprego como crítico literário. É neste momento que ele mostra sua generosidade, escrevendo sobre os livros de seus amigos. Metade da crítica é composta de citações de autores estrangeiros; a outra metade são as tais análises de frases, sempre empregando termos como “o corte epistemológico” ou “a visão integrada num eixo correspondente”. Quem lê a crítica comenta: “que sujeito culto”. E não compra o livro, porque não vai saber como continuar a leitura quando o corte epistemológico aparecer.

G- Um escritor, quando convidado a depor sobre o que está lendo naquele momento, sempre cita um livro que ninguém ouviu falar.

H- Só existe um livro que desperta a admiração unânime do escritor e seus pares: Ulisses, de James Joyce. O escritor nunca fala mal deste livro, mas quando alguém lhe pergunta de que se trata, ele não consegue explicar direito, deixando dúvidas se realmente o leu. É um absurdo que Ulisses jamais seja reeditado, já que todos os escritores o citam como uma obra-prima; talvez seja a estupidez dos editores, deixando passar a oportunidade de ganhar muito dinheiro com um livro que todo mundo leu e gostou.

Munido de todas estas informações, voltei à minha mãe e expliquei exatamente o que era ser um escritor. Ela ficou um pouco surpresa.

– É mais fácil ser engenheiro – disse ela. – Além do mais, você não usa óculos.

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Prefácio do livro “Ser como um rio que flui" Paulo Coelho


SUGESTÃO: Comentar sobre:

- A escolha da profissão.

- A influencia das pessoas na escolha da profissão.

- A importância de se pesquisar sobre diversas profissões.


Sobre Paulo Coelho
http://www.paulocoelho.com/

10 de abril de 2008

O lápis



O menino olhava a avó escrevendo uma carta.

A certa altura, perguntou:

- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.

O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.

- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!

- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.

"Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".

"Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."

"Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".

"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."

"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".

( autor desconhecido)


28 de março de 2008

Entrevista

ENTREVISTA COM O FAMOSO “REINOLD REMHN”



"Existem muitos gurus que sabem dar respostas profundas e criativas às grandes questões sobre o mercado de trabalho atual. Aqui vai um pequeno resumo da entrevista com o famoso Reynold Remhn:


1ª Pergunta: Ainda é possível ser feliz num mundo tão competitivo?

Resposta: Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais entendemos
que ainda falta muito para aprendermos. É por isso que sofremos. Trabalhar em excesso é como perseguir o vento. A felicidade só existe para quem souber aproveitar agora os frutos do seu trabalho.



2ª Pergunta: O profissional do futuro será um individualista?

Resposta: Pelo contrário. O azar será de quem ficar sozinho, porque se cair, não terá ninguém para ajudá-lo a levantar-se.



3ª Pergunta: Que conselho o Sr dá aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho?

Resposta: É melhor ser criticado pelos sábios do que ser elogiado pelos insensatos. Elogios vazios são como gravetos atirados em uma fogueira.



4ª Pergunta: E para os funcionários que tem Chefes centralizadores e perversos?

Resposta: Muitas vezes os justos são tratados pela cartilha dos injustos, mas isso passa. Por mais poderoso que alguém pareça ser, essa pessoa ainda será incapaz de dominar a própria respiração.



Última pergunta: O que é exatamente sucesso?

Resposta: É o sono gostoso. Se a fartura do rico não o deixa dormir, ele estará cumulando, ao mesmo tempo, sua riqueza e sua desgraça.

BELAS E SÁBIAS RESPOSTAS...

Eu só queria que me perdoassem pelo fato de não existir nenhum Reynold Remhn, pois é um nome fictício. Todas as respostas, embora extremamente atuais, foram retiradas do livro de ECLESIASTES, do Velho Testamento escrito, portanto, há 2.300 anos).


Max Gheringer para a CBN."


Colaboração: DR de Bicho

17 de março de 2008

A morte de Jesus descrita por um médico

Como estamos próximos da Páscoa, decidi reeditar um texto do ano passado que descreve a morte de Jesus na visão da Medicina. O Dr Pierre Barbet, médico, explica o martírio e a morte de Cristo detalhando como o corpo humano reage diante do sofrimento.

Dr. Pierre Barbet,
Sou um cirurgião e dou aulas há algum tempo. Por 13 anos vivi em companhia de cadáveres e durante minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de uma morte como aquela
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra”. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O suar sangue, ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para que ele aconteça, é necessária uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o terror, susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento de finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas; o sangue se mistura ao suor e se concentra sob a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados desp9ojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre os quais são fixadas bolinhas de chumbo e pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já dilacerada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra.
A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, entrega-o para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da cruz _ pesava uns 50 quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos.
Os soldados o puxam com a cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após outro; freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas sua túnica está colada nas chagas, e tira-la produz uma dor atroz. Quem já puxou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao ser retirada a túnica, laceram-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas.
Os carrascos dão um puxão violento. Há risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim. O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pedregulhos.
Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus. Com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente.
O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado _ uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus, não.
O nervo é destruído só em parte. A lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo irá se esticar fortemente como uma corda de violino tensionada sobre a cravelha. A cada solavanco, um movimento, vibrará despertando dores dilacerantes.
Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazem-no tombar para trás e o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam sobre ela o braço horizontal da cruz.
Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram no crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu corpo é uma mascar de sangue. A boca está semi-aberta, e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende, sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em um líquido ácido, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. A isso os médicos chamam tetaia, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis; em seguida aquele entre as costelas, os do pescoço e os respiratórios.
A respiração se faz, pouco a pouco, mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido vai se tornando vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim cianítico. Jesus é envolvida pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem da órbita.
Mas o que acontece? Lentamente, com um esforo sobrehumano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço?
Por que Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa a frouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitida sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deve elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! Atraídos pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor de seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui.

Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que já dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus grita: “Tudo está consumado!” Em seguida, num grande brado, diz, “Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. E morre. Em meu lugar e no seu.




Leia o livro virtual - O Sudário de Turin - Talvez nenhuma outra relíquia Cristã foi tão investigada como o linho que cobriu o corpo de Jesus.
Que amor é esse que se doa até as últimas conseqüências?
Augusto Cury
"CURIOSIDADES SOBRE A ORIGEM DA PÁSCOA". Nos Blogs "Na casa da Vovó" e Educação da Religiosidade você encontra uma uma vasta explicação sobre a Páscoa. Acesse os links e confira.

13 de fevereiro de 2008

Narciso

PRÓLOGO

O alquimista pegou num livro que alguém na caravana tinha trazido. O volume estava sem capa, mas conseguiu identificar seu autor: Oscar Wilde. Enquanto folheava as suas páginas, encontrou uma história sobre Narciso.

O Alquimista conhecia a lenda de Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar a sua própria beleza num lago. Estava tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.

Mas não era assim que Oscar Wilde acabava a história. Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades deusas do bosque e viram o lago transformado, de um lago de água doce, um cântaro de lágrimas salgadas.

Por que choras? perguntaram as Oréiades.

Choro por Narciso disse o lago.

Ah, não nos espanta que chores por Narciso continuaram elas. Afinal de contas, apesar de todas sempre corrermos atrás dele pelo bosque, tu eras o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.

Mas Narciso era belo? perguntou o lago.

Quem mais que tu poderia saber disso? responderam, surpresas, as Oréiades. Afinal de contas, era nas tuas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo silencioso. Por fim, disse:

Eu choro por Narciso, mas nunca tinha percebido que Narciso era belo.

“Choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se debruçava sobre as minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, minha própria beleza refletida.

Que bela história disse o Alquimista.

(Paulo Coelho - do livro "O Alquimista")


Pecado original


COMO CERTAS TRIBOS VÊEM O PECADO ORIGINAL EM MARROCOS:

Eva passeava pelo Jardim do Éden quando a serpente se aproximou.

“Coma esta maçã”, disse a serpente.

Eva, muito bem instruída por Deus, recusou.

“Coma esta maçã”, insistiu a serpente, “porque você precisa ficar mais bela para seu homem”.

“Não preciso”, respondeu Eva. “Porque ele não tem outra mulher além de mim”.

A serpente riu:

“Claro que tem”.

E como Eva acreditasse, a serpente levou-a até o alto de uma colina, onde existia um poço.

“Ela está dentro desta caverna; Adão escondeu-a ali”.

Eva debruçou-se e viu, refletida na água do poço, uma linda mulher. Na mesma hora comeu a maçã que a serpente lhe oferecia.

Segundo esta mesma tribo de Marrocos, volta ao Paraíso todo aquele que se reconhece no reflexo do poço, e não teme mais a si mesmo.

Do livro “Ser como um rio que flui” - Paulo Coelho


ATIVIDADE:
IDENTIFICAR AS DIVERGÊNCIAS E AS SEMELHANÇAS COM O TEXTO "PRÓLOGO":

8 de fevereiro de 2008

Pontuação

A HERANÇA E A PONTUAÇÃO – UM “CAUSO”

Um homem rico, sentindo que estava para morrer, pediu papel e caneta, e escreveu seu testamento, mas morreu antes de colocar os sinais de pontuação. O texto dizia:

“Deixo meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”.

A quem deixou a riqueza? A resposta veio na pontuação conveniente:

O primeiro a visitar o morto foi o sobrinho, que pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

Surgiu então o alfaiate, que fez esta pontuação:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho? Jamais. Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

O juiz da cidade estudava o caso, quando vieram os pobres e o mais sábio, tomando uma cópia do texto, pontuou-o assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho? Jamais. Será paga a conta do alfaiate? Nada. Aos pobres”.

AS DUAS FRASES A SEGUIR NÃO APRESENTAM QUALQUER SENTIDO, MAS VOCÊ PODE PONTUÁ-LAS E RESOLVER O PROBLEMA:

1- Maria toma café e sua mãe disse ela traga uma toalha

2-Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe do fazendeiro era também o pai do bezerro

3- Maria toma banho porque sua mãe disse ela pegue a toalha.

1 de fevereiro de 2008

Origem das palavras

DE ONDE VÊM AS PALAVRAS


LEVOU UM PUXÃO DE ORELHA

A origem desta frase, expressão que significa repreender, está ligada a antigas tradições populares, que a recolheram de usos e costumes nem sempre vagos, já que inspirados também em documentos jurídicos. As Ordenações Afonsinas prescrevem que os ladrões tenham as orelhas cortadas. O grande navegador português Vasco da Gama (1469-1524) relatou o corte de 800 delas. E Gomes Freire de Andrade, o conde de Borbadela (1685-1763), governador e capitão-geral do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, personagem do filme Xica da Silva, de Carlos Diegues, recebeu 7800 delas. Depois as orelhas deixaram de ser cortadas e foram somente puxadas. Por fim, tudo virou apenas metáfora de admoestação.

A CASA DA MÃE JOANA

A expressão ‘casa da mãe joana’ alude a um lugar em que se pode fazer de tudo, onde ninguém manda. A mulher que deu o nome a tal casa viveu no século XIV. Chamava-se, obviamente, Joana e era condessa de Provença e rainha de Nápoles. Teve vida cheia de muitas confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia: “o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar”. ‘Casa da mãe joana’ virou sinônimo de prostíbulo, de lugar onde impera a bagunça, mas a alcunha é injusta. Escritores como Jean Paul Sartre, em A prostituta respeitosa, e Josué Guimarães, em Dona Anja, mostraram como o poder, o respeito e outros quesitos de domínio conexo são nítidos nos bordéis.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA

Utilizada para designar a pertinácia como virtude que vence qualquer dificuldade, por maior que seja, esta frase perde-se nas brumas do tempo, mas um de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C.), autor de célebres livros como A arte de amar e Metamorfoses, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole que cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase para que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com os provérbios portugueses e brasileiros.

SER SURDO COMO UMA PORTA

A pesquisa sobre a origem desta frase toma um caminho que logo se bifurca. Para alguns deve-se a costumes religiosos da Roma antiga, segundo os quais algumas portas eram consideradas deusas a quem muitas pessoas, especialmente os namorados, faziam suas súplicas. Quando os pedidos eram atendidos, a porta recebia agradecimentos em forma de palavras, abraços, beijos, lágrimas de alegria. Quando, porém a porta se mostrava surda Às solicitações, era ofendida com diversos impropérios que visavam castigar a sua surdez. O costume foi registrado pelo escritor latino Festus, que viveu no século quarto. O filósofo João Ribeiro (1860-1934) tem, porém, outra explicação. Surda era a porta que não abria por ter seus fechos emperrados e por conseguinte não emitia som algum.

TAL PAI, TAL FILHO

Esta frase sintetiza a sabedoria popular de que os filhos reproduzem qualidades e defeitos dos pais. Muito antiga, já aparece no canto III de Os Lusíadas, de Luís az de Camões. Ao inserir a frase nos seus verso, o poeta quis dizer que Dom Afonso Henriques (1110-1185), o primeiro rei de Portugal, herdara a coragem de seu pai, que participara da Primeira Cruzada, cujo fim era retomar o Santo Sepulcro das mãos do turco.

1 de maio de 2007

Atraso

Eu capto várias mensagens quando uma pessoa se atrasa. Uma delas é que o tempo dela é mais importante que o meu, mensagem que eu considero bastante arrogante. Atrasar-se também transmite a mensagem de que eu não devo ser muito importante para a pessoa, porque ela certamente seria pontual com alguém que achasse importante. Também me passa que a pessoa não é muito honesta, porque pessoas honestas cumprem a palavra e seguem os compromissos, inclusive os do tempo. Atrasar-se é um comportamento extremamente desrespeitoso e, pior, cria hábito.

Do livro O Monge e o executivoJames C. Hunter - página 89.


18 de março de 2007

Marcador de páginas

Imprima o desenho numa cartolina e dê
para o aluno colorir e usar na hora da leitura