
(Anonimo)
FAMÍA CARENTI
São João


Eu os amei o suficiente para ter perguntado: "Onde vão, com quem vão e a que horas regressarão".
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram.
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas
Um dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má: "Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo..."
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam.
Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.
Enquanto todos podiam voltar tarde à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar.
Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.

TEXTO 1
“Os jovens de hoje rebelam-se contra a autoridade e não respeitam os mais velhos. Contradizem seus pais, cruzam as pernas e tiranizam seus mestres.”
(Sócrates, filósofo grego –
TEXTO 2
“O adolescente considera tudo o que é mais antigo do que ele como arcaico e obsoleto. Ao passo que tudo seu é novo, ciativo, algo que sem dúvida dará certo. Essa praga só pensa em sexo e contestação.”
(Anônimo, escrito numa placa da Mesopotâmia, há cerca de 4000 anos)
TEXTO 3
Os jovens de hoje estão órfãos de famílias que os eduquem e dêem a eles uma estrutura de valores morais que façam deles cidadãos que exercitem efetivamente a liberdade e não a permissividade.
(Moacir teles Maracci)
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1- Parte
A crítica ao jovem é bem antiga, e ao que parece, continua valendo para os dias atuais. Pesquise sobre o jovem contemporâneo. Compare o comportamento, a educação e os valores dos jovens atuais com as afirmações dos dois primeiros pensamentos .
Apresentação de um relatório escrito.
Apresentação oral das idéias básicas da pesquisa.
Após a conclusão da 1ª parte
2- Parte:
Entrevistar uma pessoa adulta: (roteiro:)
O que o Sr./Sra. admira no jovem de hoje? O que não gosta?Fazer um mural com as entrevistas.

Quando tinha quinze anos, disse para minha mãe:
– Descobri minha vocação. Quero ser escritor.
– Meu filho – respondeu ela, com um ar triste – seu pai é um engenheiro. É um homem lógico, razoável, com uma visão precisa do mundo. Você sabe o que é ser um escritor?
– Alguém que escreve livros.
– Seu tio Haroldo, que é médico, também escreve livros, e já publicou alguns. Faça a faculdade de engenharia, e terá tempo para escrever em seus momentos livres.
– Não, mamães. Eu quero ser apenas escritor. Não um engenheiro que escreve livros.
– Mas você já conheceu algum escritor? Alguma vez, você já viu um escritor?
– Nunca. Só em fotografias.
– Então como é que você quer ser um escritor, sem saber direito o que é isso?
Para responder à minha mãe, resolvi fazer uma pesquisa. Eis o que descobri sobre o que era ser um escritor, no início da década de sessenta:
A) Um escritor sempre usa óculos, e não se penteia direito. Passa metade do seu tempo com raiva de tudo, e a outra metade deprimido. Vive em bares, discutindo com outros escritores de óculos e despenteados. Fala difícil. Tem sempre idéias fantásticas para o seu próximo romance, e detesta aquele que acabou de publicar.
B) Um Escritor tem o dever e a obrigação de jamais ser compreendido por sua geração – ou nunca chegará a ser considerado um gênio, pois está convencido de que nasceu numa época em que a mediocridade impera. Um escritor sempre faz várias revisões e alterações em cada frase que escreve. O vocabulário de um homem comum é composto de 3000 palavras; um verdadeiro escritor jamais as utiliza, já que existem outras 189000 no dicionário, e ele não é um homem comum.
C- Apenas outros escritores compreendem o que um escritor quer dizer. Mesmo assim ele detesta secretamente os outros escritores – já que estão disputando as mesmas vagas que a história da literatura deixa ao longo dos séculos. Então, o escritor e seus pares disputam o troféu do livro mais complicado: será melhor aquele que conseguir ser o mais difícil.
D- Um escritor entende de temas cujos nomes são assustadores: semiótica, epistemologia, neoconcretismo. Quando deseja chocar alguém, diz coisas como “Einstein é burro” ou “Tolstoi é o palhaço da burguesia”. Todos ficam escandalizados, mas passam a repetir para os outros que a teoria da relatividade está errada, e que Tolstoi defendia os aristocratas russos.
E- Um escritor, para seduzir uma mulher, diz: “sou escritor”, e escreve um poema num guardanapo: funciona sempre.
F- Por causa de sua vasta cultura, um escritor sempre consegue emprego como crítico literário. É neste momento que ele mostra sua generosidade, escrevendo sobre os livros de seus amigos. Metade da crítica é composta de citações de autores estrangeiros; a outra metade são as tais análises de frases, sempre empregando termos como “o corte epistemológico” ou “a visão integrada num eixo correspondente”. Quem lê a crítica comenta: “que sujeito culto”. E não compra o livro, porque não vai saber como continuar a leitura quando o corte epistemológico aparecer.
G- Um escritor, quando convidado a depor sobre o que está lendo naquele momento, sempre cita um livro que ninguém ouviu falar.
H- Só existe um livro que desperta a admiração unânime do escritor e seus pares: Ulisses, de James Joyce. O escritor nunca fala mal deste livro, mas quando alguém lhe pergunta de que se trata, ele não consegue explicar direito, deixando dúvidas se realmente o leu. É um absurdo que Ulisses jamais seja reeditado, já que todos os escritores o citam como uma obra-prima; talvez seja a estupidez dos editores, deixando passar a oportunidade de ganhar muito dinheiro com um livro que todo mundo leu e gostou.
Munido de todas estas informações, voltei à minha mãe e expliquei exatamente o que era ser um escritor. Ela ficou um pouco surpresa.
– É mais fácil ser engenheiro – disse ela. – Além do mais, você não usa óculos.
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Prefácio do livro “Ser como um rio que flui" – Paulo Coelho
SUGESTÃO: Comentar sobre:
- A escolha da profissão.
- A influencia das pessoas na escolha da profissão.
- A importância de se pesquisar sobre diversas profissões.
TEXTO I - SÃO FRANCISCO

Lá vai São Francisco
Pelo caminho
De pé descalço
Tão pobrezinho
Dormindo à noite
Junto ao moinho
Bebendo a água
Do ribeirinho.
Lá vai São Francisco
De pé no chão
Levando nada
No seu surrão
Dizendo ao vento
Bom-dia, amigo
Dizendo ao fogo
Saúde, irmão.
Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesuscristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos.
Vinícius de Moraes
SUGESTÕES DE TRABALHO:
1- Leitura oral
2- Declamação do poema
3- Reescrever os versos substituindo a palavra destacadas:
“Levando nada
No seu surrão”.
“Lá vai São Francisco pelo caminho
Contando histórias pros passarinhos”
4- Identificar os verbos que estão no gerúndio:
5- Identificar adjuntos adverbiais da primeira estrofe.
6- Encontrar dois vocativos na segunda estrofe:
7- Descobrir as funções sintáticas das palavras destacadas:
Lá vai São Francisco
Pelo caminho
Levando ao colo
Jesuscristinho
Fazendo festa
No menininho
Contando histórias
Pros passarinhos.
8- Identificar as rimas do poema:
9- Responder quantas são as estrofes e os versos.
10- Reescrever o poema sem usar o diminutivo.
11- Comparar o poema no diminutivo e no grau normal e dar opinião a respeito das diferenças.
12- Descobrir as características físicas e psicológicas de São Francisco.
13- Reescrever o poema em prosa usando o discurso direto e o discurso indireto.
14 Escrever uma paráfrase do texto. O início pode ser assim:
Lá vai o bóia-fria
Pelo caminho
15- Escrever uma paráfrase a partir do desenho abaixo.
16- Desenhar as três estrofes do poema e expor.
17- Esculpir São Francisco e animais em sabão ou fazer modelagem em argila, massa de biscuit ou massa de modelagem.
18- Desenhos para colorir:

19 Pesquisar sobre os temas:
A transposição do Rio São Francisco,
A Cidade de Assis na Itália,
Biografia de Francisco de Assis.
TEXTO II - ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.
São Francisco de Assis
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
1- Reescrever o texto na 2ª pessoa do singular, na 1ª e na 2ªp do plural do presente do subjuntivo.
2- Identificar as regras de acentuação gráfica das palavras acentuadas.
3- Grifar os verbos que estão no particípio
4- Identificar dois vocativos.
5- Usar o dicionário e definir as palavras perdão, união, fé, vaidade, esperança, alegria...
6- O primeiro texto fala de coisas que concretas e o segundo de coisas abstratas: Pedir para o aluno comparar os textos e descobrir quais as coisas concretas e quais as abstratas.
7- Cantar o texto. Os alunos que sabem tocar algum instrumentos poderão tocá-los nestas hora.

O menino olhava a avó escrevendo uma carta.
A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
"Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".
"Segunda qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
"Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".
"Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."
"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".
( autor desconhecido)