Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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8 de dezembro de 2011

Presépio para recortar e montar

Observe presépio acima. É a lembrança de minha Primeira Comunhão. Sempre tive muito carinho por ela. A vida toda eu cuidei para não estragá-la. Neste final de ano decidi reproduzi-la e levá-la para a escola, as crianças gostam de pintar e montar figuras. Depois que copiei o desenho, pensei: "Por que não publicá-lo no blog e partilhar o desenho com outras pessoas?" Então, observei a data de minha Primeira Comunhão, e que surpresa, ela aconteceu no dia 08 de Dezembro de 1958. Hoje 08 de Dezembro de 2011, esta lembrança completa 53 anos. Estou feliz.



Para colorir, recortar e montar em cartolina:


SIGA OS PASSOS:
1º - Pinte a figura
2º - Recorte em volta das figuras
3º - Dobre a gruta ao meio, para fora.
4º - Corte o papel onde o traço é mais escuro 
5º - Dobre a parte de interna da gruta para dentro
6º - Encaixe a figura menor na figura maior.

A gruta não cai, pode ser colocada sobre um móvel.


30 de novembro de 2011

29 de setembro de 2011

Sinfonia nº 40 de Mozart

Guardachuvando Doideiras


SUGESTÃO DE LEITURA

À véspera de completar cem anos de idade, Dito relembra suas peripécias de garoto pobre para conseguir um guarda-chuva novo. Naquela época, ele morava na chuvosa cidade de Petrópolis e vivia ensopado, pois o único guarda-chuva que tinha - um bem deixado por seu pai ao morrer e, por isso, considerado uma verdadeira relíquia familiar - não podia ser usado. Mas esta história não trata apenas de lembranças de infância. Dito também reflete sobre a vida, a passagem do tempo e seu novo ofício: o de escritor. Tudo temperado com muita irreverência, criatividade e bom humor.   Fonte


GUARDACHUVANDO DOIDEIRAS
Sylvia Orthof

1-     Que qualidades você atribui à mãe de Dito?
2-     Dito era uma pessoa religiosa. Cite frases e expressões do texto que mostram isso claramente.
3-     A vida de Dito foi fácil? Por quê?
4-     Ele cometeu algum erro? Qual?
5-     Que qualidades você atribui ao Dito?
6-     Você acha que a mãe de Dito soube educá-lo bem? Por quê?
7-     Que semelhanças tem a sua vida com a vida do Dito?
8-     Como é o Dito depois de velho?
9-     Como você imagina ser quando ficar velho?
10-Que lições você vai guardar para o resto de sua vida, após a leitura deste livro?


Conte sobre sua vida utilizando o mesmo recurso que a autora, de uma forma  muito criativa. Ex: Se na história você está feliz, as letras aparecerão grandes, se estiver triste, elas aparecerão pequeninas, etc..., escreva se alguma vez na vida não pode usar algum objeto e o motivo porque não pode usar.  Fale sobre seus sonhos e finalize o texto dizendo como está fisicamente, se é uma pessoa feliz e o porquê.



20 de setembro de 2011

Ditados populares equivocados



Bicho Carpinteiro! Você já viu algum?


“Esse menino não para quieto, parece que tem o bicho carpinteiro!” Quem já não ouviu tal expressão? Mas, afinal, que bicho é esse? Um bicho pode ser carpinteiro? O ditado popularizou-se, ao longo dos anos, de forma errada, o correto é: “esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”.  Dessa forma faz mais sentido, certo? Veja outros exemplos abaixo.

Cor de burro quando foge. Burro muda de cor quando foge? Como? Por quê? Que cor é essa?
O correto é: Corro de burro quando foge.

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão. A batata é uma raiz, nasce enterrada; então, como ela se esparrama pelo chão se está embaixo dele?
O correto é: batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.

Quem tem boca vai a Roma. Usado para dizer que quem sabe se comunicar vai a qualquer lugar.
O correto é: quem tem boca vaia Roma (isso mesmo, do verbo vaiar). Mudança total no sentido do ditado!

Hoje é domingo pé de cachimbo!  Como seria um pé de cachimbo?
O correto é: hoje é domingo, pede cachimbo!
Explicando: domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo, ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente).

Quem não tem cão, caça com gato.
O correto é: quem não tem cão, caça como gato (ou seja, sozinho).

Cuspido e escarrado. Usado quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correto é: esculpido em carrara (carrara é um tipo de mármore)

Fonte: Correio Riograndense

9 de setembro de 2011

Provérbio Chinês


"Antes de começar o trabalho de mudar a mundo, dê três voltas dentro de sua casa".
  1. PROVÉRBIO CHINÊS

6 de setembro de 2011

A roupa de Gandhi


O Mahatma Gandhi provou que a "roupa não faz o homem". Ele só usava uma tanga a fim de se identificar com as massas simples da Índia.
Certa vez ele chegou assim vestido numa festa dada pelo governador inglês e os criados não o deixaram entrar.
Ele voltou para casa e, por meio de um mensageiro, enviou um pacote ao governador. Dentro do pacote continha um terno. O governador ligou para a casa de Gandhi e lhe perguntou o significado do embrulho. O grande homem respondeu:
- Fui convidado para sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe enviei o meu terno...

PARA REFLETIR EM GRUPO:
1- O que faz o verdadeiro homem: a roupa que ele veste ou seu modo de ser?
2- O que se entende por: "Além do pão o trabalho. Além do trabalho, a ação?

O Transcendente - Outubro de 2011

30 de agosto de 2011

Questionando o conhecimento



O SÁBIO QUE SABIA QUASE TUDO

            Um sábio, que atravessava um rio de barco, perguntou ao barqueiro:
            — Diga-me uma coisa, você conhece Botânica?
            O barqueiro olhou para o sábio e respondeu:
            — Não muito, senhor, não sei o que é isso.
            — Você não sabe Botânica, a ciência que estuda as plantas? Que pena. Você perdeu parte de sua vida.
            — O barqueiro continuava remando. Em seguida, o sábio perguntou se ele conhecia Astronomia. O coitado coçou a cabeça e disse:
            — Não senhor, não sei o que é Astronomia.
            — A Astronomia é a ciência que estuda os astros, o espaço, as estrelas — explicou o sábio. —  Que pena! Você perdeu parte de sua vida.
            Assim foi perguntado o sábio a respeito de cada ciência: Física, Química, Teologia. De nada o barqueiro sabia. E o sábio sempre terminava com seu refrão. — Que pena, você perdeu parte de sua vida.
            De repente, o barco bateu contra uma pedra, partiu-se e começou a afundar.
            O barqueiro perguntou ao sábio:
            — O senhor sabe nadar?
            — Não, não sei.
            — Que pena, o senhor perdeu toda a sua vida.


Sabedoria  Popular

24 de agosto de 2011

Pedido - Gonçalves Dias


Ontem no baile 
Não me atendias!
Não me atendias,
Quando eu falava.

De mim bem longe
Teu pensamento!
Teu pensamento
em longe errava.

Eu vi teus olhos
Sobre outros olhos!
Sobre outros olhos,
Que eu odiava!

Tu lhe sorriste,
Com tal sorriso!
Com tal sorriso
Que apunhalava.

Tu lhe falaste
Com voz tão doce!
Com voz tão doce,
Que me matava.

23 de agosto de 2011

Como alcançar a sabedoria


Giusepe Arcimboldo - A livraria
"Há cinco degraus para se alcançar a sabedoria: 
calar, ouvir, lembrar, sair, estudar."

Provérbio árabe

Kiriku e a Feiticeira





Este é um filme que pode ser trabalhado com crianças, com jovens e com adultos, depende do enfoque que o professor quiser dar. Ele prende a atenção  pela beleza das imagens do ambiente e narra as proezas de um garotinho africano, bom e corajoso,  chamado Kiriku, que por nascer diferente dos demais de sua aldeia, foi discriminado.


Assim que nasceu, ficou sabendo que sua aldeia sofria sob o domínio de uma feiticeira chamada Karabá, por isso, movido de coragem e determinação toma várias iniciativas e realiza diversas proezas para libertar o seu povo.

O fato de ser discriminado não intere em suas decisões. Ele concretiza diversas ações que muitos adultos de sua aldeia não conseguiram: salva as crianças de serem raptadas, soluciona o problema da água com muita inteligência, usa diferentes  estratégias, destacando-se um chapéu para se esconder e enganar a feiticeira e a luta com animais.

Karabá, a feiticeira, é uma mulher vaidosa e amargurada, conseqüências de um sofrimento muito grande. Ela  impõe regras dificílimas de serem cumpridas, escraviza o povo através do medo,  rouba, trapaceia, mente, é autoritária, tudo para mostrar-se poderosa. Ela não gosta de crianças, principalmente de Kiriku, pois este a desafia.

As mulheres da aldeia sentem medo da feiticeira, porque seus maridos, após saírem para a luta, não mais retornaram. Elas acreditam que eles foram devorados. Precisam buscar água muito longe, quase não têm comida.

A mãe de Kiriku faz tudo o que pode para educar seus filho,  e apesar do seu esforço é criticada pelas outras mulheres.

O avô é o feiticeiro, que conhece o sofrimento da aldeia e o poder da feiticeira, mas espera a solução de Kiriku.

Kiriku é um menino muito amado, porém o povo só se dá conta disso quando reflete sobre a forma de tratamento dispensada ao menino.  .

O filme abre um leque de opções para o professor trabalhar em sala de aula: sexualidade, costumes sociais, reflexões sobre maldade, preconceitos, escravização, coragem, trabalho feminino, cultura africana, entre outros.
Terezinha  Bordignon



   QUESTÕES SOBRE O FILME KIRIKU 
PARA O PROFESSOR INTERAGIR COM O ALUNO

- Kiriku nasceu com dons especiais, quais eram esses dons?
- Ele nasceu com uma missão. Que missão?
- A aldeia em que Kiriku nasceu era perseguida por uma feiticeira. Que 
   maldades ela fez para os habitantes da aldeia?
- Kiriku usou um chapéu para ir até a feiticeira. Para que servia o 
  chapéu?
- O que Kiriku quer muito saber?
- Kirirku buscou o sábio da montanha. Por quê?
- Durante o filme Kiriku praticou vários atos de coragem. Quais foram 
   esses atos?
- A feiticeira tinha um motivo para toda sua maldade. Qual era o motivo?
- Por que Karabá roubava o ouro das mulheres?
- A mãe de Kiriku tinha passado por vários problemas. Cite algum.
- Que conselho especial o sábio da aldeia deu a Kiriku?
- O sábio da montanha era avô de Kiriku. Por que Kiriku buscou seu colo?
- A mãe de Kiriku tinha passado por vários problemas. Cite alguns.
- As mulheres da aldeia andavam com os seios à mostra e as crianças 
   estavam nuas. Como você explica isso?
- Como as pessoas da aldeia celebravam seus momentos de alegria?
- Por que as pessoas da aldeia tinham medo de Karabá?
- Por que Kiriku conseguiu libertar a aldeia do poder da feiticeira e os 
   outros homens não conseguiram?
- No final do filme, quem vence?

1 de maio de 2011

Pintura de Jhoni Morgado

[monalisa_em_APiquiri.JPG]

Sempre que fazia minhas caminhadas à tarde, passava em frente a esta casa e ficava admirada. Quanta sensibilidade, numa casinha tão simples, uma pintura da Monalisa ao lado de Che Guevara! Eu não podia imaginar quem teria feito a pintura. Um dia fotografei a casa e publiquei a foto em meu blog junto com outras releituras da Monalisa _ Arte e oralidade _  Meio desligada, em julho 2010,  sem dar a merecida atenção, publiquei um comentário em meu blog. Só agora li o comentário escrito há nove meses. Foi escrito pelo pintor da imagem. Ele afirmou que ficou  surpreso ao ver na Internet a foto da Monalisa que ele havia pintado quando veio passear na terra natal. Trata-se de Jhoni Morgado, natural de Alto Piquiri. Imaginem a surpresa e a felicidade de Jhoni quando viu o foto. porque quando fez a pintura não possuia dinheiro para comprar uma câmera. 

Atualmente é um artista famoso, conhecido no Brasil e no exterior: em julho de 2010, representando a cidade Guarujá, SP,  foi o vencedor do maior concurso de arte do Brasil, chamado "Mapa Cultural Paulista", com a  participação de 240 municípios e mais de 800  artistas. 

Agora quem ficou surpresa e feliz fui eu em saber que minha foto ajudou o artista a resgatar um dos seus inumeros trabalhos. Ainda bem, porque a casinha recebeu uma pintura nova e a Monalisa foi apagada.


Jhoni tem seu estilo próprio, pinta grandes painéis, paredes, telas, mandalas e outros objetos. Veja um dos trabalhos do artista e conheça outros nos sites:
http://jhonimorgado.blogspot.com/
http://jhonimorgado13.blogspot.com/


8 de abril de 2011

Entre um rabisco e outro


Desenho feito durante uma Reunião Pedagógica.


4 de março de 2011

Francisco de Assis


UM GRANDE LÍDER

Fundador da Ordem dos Frades menores, nasceu em Assis, Itália, e morreu em Porciúncula. Comemora-se o seu dia em 04 de outubro. Era filho de um rico comerciante de tecidos e teve uma juventude fútil e descuidada em companhia de outros jovens boêmios.

Francisco se converteu quando estava em uma igreja e pareceu-lhe ouvir uma imagem de Cristo dizer-lhe: -" Francisco, restaura minha casa decadente", ele entendeu que templo estava velho e precisa de uma reforma. Então, ele vendeu mercadorias da loja de seu pai para reformar o templo e seu pai ficou furioso e o deserdou. O jovem saiu de casa, sem dinheiro algum, para viver uma vida de pobreza.

Após três anos, ele e mais onze companheiros tornaram-se pregadores de cidade em cidade, com simplicidade e humildade. Assim ele fundou a Ordem dos Frades Menores.

            Por toda a Itália Francisco e seus seguidores pregavam ao povo, rico ou pobre, a fé e a penitência. Eles recusavam posses e conhecimentos humanos.  Francisco nunca foi ordenado sacerdote. Em 1212 por duas vezes tentou ser missionário entre os mulçumanos, mas não conseguiu. Só conseguiu quando acompanhou os cruzados ao Egito, em 1219.

            Em 1224, enquanto Francisco pregava nos Montes Apeninos, apareceram-lhe no corpo cicatrizes correspondentes às cinco chagas do Cristo crucificado, fenômeno chamado de "estigmatização". Com esse sofrimento físico, Francisco ficou fraqueza até que, dois anos depois, ele faleceu.
                                                        
            A admiração por Francisco de Assis espalhou-se entre pessoas de todas as crenças porque Francisco de Assis foi um homem de grande espiritualidade e mostrou isso em tudo o que disse e fez. Em 1979 foi proclamado patrono dos ecologistas.

ATIVIDADE 01:
1-       Quem era Francisco de Assis?
2-       Como se deu sua conversão?
3-       Por que Francisco foi deserdado por seu pai?
4-       O que Francisco pregava aos ricos e aos pobres?
5-       O que Francisco não conseguiu fazer?
6-       Que fenômeno lhe aconteceu enquanto pregava nos Montes Apeninos?
7-       Como se chama este fenômeno?
8-       Qual o resultado dos estigmas no corpo de Francisco?
9-       Por que a fama e a admiração por Francisco se espalharam pelo mundo?

Para colorir


História sobre Francisco de Assis

 

Na cidade de Gubbio, onde Francisco viveu durante algum tempo, havia um lobo "terrível e feroz, que devorava homens e animais".
 Francisco teve compaixão pela população local e foi para as colinas achar o lobo. Logo, o medo do animal fez todos os seus companheiros fugirem, mas Francisco continuou e, quando achou o lobo, fez o sinal da cruz e ordenou ao animal para vir até ele e não ferir ninguém. Milagrosamente, o lobo fechou suas mandíbulas e se colocou aos pés de Francisco.
"Irmão lobo, você prejudica a muitos nestas paragens e faz um grande mal" disse Francisco. "Todas estas pessoas o acusam e o amaldiçoam. Mas, irmão lobo, eu gostaria de fazer a paz entre você e essas pessoas".
Então Francisco conduziu o lobo para a cidade e, cercado pelos cidadãos assustados, fez um pacto entre eles e o lobo. Porque o lobo tinha "feito o mal pela fome", a obrigação da população era alimentar o lobo regularmente e, em retorno, o lobo já não os atacaria ou aos rebanhos deles. Desta maneira Gubbio ficou livre da ameaça do predador.




Para Colorir



7 de fevereiro de 2011

Texto e imagem


30 de novembro de 2010

Fernando Pessoa



As vezes ouço passar o vento; 
e só de ouvir o vento passar, 
vale a pena ter nascido.”



Fernando Pessoa – poeta e escritor português

17 de novembro de 2010

Um conto de Kahlil Gibran




Eu estava andando nos jardins de um asilo de loucos, quando encontrei um jovem rapaz, lendo um livro de filosofia.
Pelo jeito, e pela saúde que mostrava, não combinava muito com os outros internos.
Sentei-me ao seu lado e perguntei:
- O que você está lendo aqui?
O rapaz olhou surpreso. Mas, vendo que eu não era um dos médicos, respondeu:
- É muito simples. Meu pai, um brilhante advogado, queria que eu fosse como ele. Meu tio, que tinha um grande entreposto comercial, queria que eu seguisse seu exemplo. Minha mãe desejava que eu a imagem de seu adorado pai Minha irmã sempre me citava seu marido como exemplo de um homem bem sucedido. Meu irmão treinava-me para se um excelente atleta como ele.
Parou um instante e continuou:
- E o mesmo acontecia com meus professores na escola, o mestre do piano, o tutor de inglês – todos estavam determinados em sua ações e convencidos de que eram o melhor exemplo a seguir. Ninguém me olhava como se deve olhar um homem, mas como se olha no espelho.


8 de novembro de 2010

A Moça Tecelã




Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com o capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, - disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor de luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos de algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para o outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter um marido ao seu lado.
Não esperou o dia seguinte. Com o capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
- Uma casa melhor é necessária, - disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. – Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.


Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
- É para que ninguém saiba do tapete, - disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: - Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.

Conto de Marina Colassanti

ATIVIDADE:
1- Nesse texto conta-se:
a- um fato real, que aconteceu
b- um fato inventado pela imaginação da escritora.
c- Indique fatos do texto que justifiquem suas respostas

2- Qual era a fantástica habilidade da tecelã?

3- Identifique as cores dos fios utilizados pela tecelã em cada uma das seguintes tarefas:
a- produzir raios de sol;
b- suavizar a luz solar;
c- produzir luz solar para acalmar a natureza
d- produzir chuva

4- “A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar  o sol”.  Nessa época ela não teve  oportunidade de utilizar os fios
a- cinzentos                                     
b- prateados
c- dourados

5- Identifique no trecho seguinte, a causa e  a  conseqüência contidos nas frases:
“... ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou como seria bom ter o marido ao lado”.

6- Como a tecelã concretizou seu maior desejo?

7- Por que o comportamento do marido decepcionou a tecelã?

8- No antepenúltimo parágrafo do texto afirma-se: “Desta vez não precisou escolher linha nenhuma”. Por que?

9- Neste texto há muitas palavras e expressões empregadas em sentido figurado. Copie as frases equivalentes às seguintes idéias, nos parágrafos indicados no texto:
a- O sol chegando ao fim da noite (parágrafo 1)
b- A claridade da manhã iluminava o céu. (parágrafo 2)
c- A chuvinha começava a cair e ela observava da janela (parágrafo 4)
d- Tecia um lindo peixe, não se esquecendo dos detalhes da escama (parágrafo 7).
e- Depois de bordar a noite, dormia tranqüila (parágrafo 7).
f- ... e pressa para a casa ficar pronta (parágrafo 14)
g- A noite chegava e ela não tinha tempo de concluir o dia (parágrafo 16)
h- Rápido, seu corpo se desmanchava (parágrafo 23).

10- Quando se atribui qualidades de seres animados a seres inanimados ocorre uma personificação. Veja exemplos?
a- As paredes ouviram nossa conversa
b- O rio chorava na noite
c- As estrelas piscavam para mim

11- Copie uma personificação?
a- do 2º. Parágrafo do texto
b- do 4º. Parágrafo do texto
c- Escreva uma frase em que ocorra personificação

12- Escreva mais uma palavra empregando o mesmo prefixo identificado?
rebordava
entremear
desfazer
desteceu
desaparecendo
emplumado


13- No texto lido
a- predomina a narracão
b- predomina a descricão
c- predomina a dissertação

14- Copie do 10º. Parágrafo um trecho puramente narrativo

15- O texto pode ser dividido em três partes
a- 1ª. Parte – a situação da tecelã e equilibrada – ela não enfrenta problemas
b- 2ª. Parte – um fato vem perturbar o sossego da tecelã
c- 3ª. Parte – a tecelã resolve o problema e retorna a sua situação anterior

4- Indique o começo e o fim de cada uma dessas partes