Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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1 de março de 2007

A Raposa e as uvas



(Esopo)

Uma raposa entrou faminta num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras,cujos cachos se penduravam, muito alto,em cima de sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:
_ Estão verdes...

Moral: É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.


A Raposa e as uvas

Millôr Fernandes

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: "Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes." E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e. . . conseguiu ! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes !

MORAL: A FRUSTRAÇÃO É UMA FORMA DE JULGAMENTO TÃO BOA COMO QUALQUER OUTRA


A Raposa e as uvas

LaFontaine

Certa raposa astuta, normanda ou gascã, quase morta de fome, sem eira nem beira, andando à caça, de manhã, passou por uma alta parreira carregada de cachos de uvas bem maduras.

Altas demais - não houve impasse:

"Estão verdes. . . já vi que são azedas, duras. . ."

Adiantaria se chorasse?


Fábulas de LA FONTAINE
Século XVII

''A RAPOSA E AS UVAS''


Raposa matreira Foi-se pôr-se debaixo D'erguida parreira. Cos olhos num cacho Das uvas mais belas, Contando com elas; Armou-lhes três pulos, Porém autos nulos, Que não lhes chegou: De novo saltou, Mas teve igual sorte; Buscando outro norte, Num ar de desdém, Torcendo o nariz, Com gestos de quem Por más não as quis, Foi pernas metendo Com lépido passo, E disse entendendo, Qu'as outras a ouviam: Estão em agraço, Nem cães as comiam. Há muitos humanos Que seguem tais planos, Por coisas se empenham Que sôfregos querem, E delas desdenham Se não lhas conferem.


A Raposa e as uvas

Monteiro Lobato

Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer vir água à boca. Mas tão altos que nem pulando.

O matreiro bicho torceu o focinho.

- Estão verdes - murmurou. - Uvas verdes, só para cachorro.

E foi-se.

Nisto deu o vento e uma folha caiu.

A raposa ouvindo o barulhinho voltou depressa e pôs-se a farejar. . .

Moral: Quem desdenha quer comprar.


Sugestão de Atividades:

Comparar os textos da fábula "A Raposa e as uvas", identificando as semelhanças e diferenças.
Explicar a moral de cada fábula


Produção de texto:

Ampliar e modificar a fábula "A barata e os filhos";
Ilustrar a fábula com desenhos;
Exposição dos textos


Como Trabalhar a fábula "A Raposa e as Uvas" em séries iniciais.



A barata e os filhos



A barata saiu debaixo de umas pedras com os filhos e disse-lhes, enquanto eles ainda estavam ao sol:
_ Passeai, flores! Passeai, flores!


Daqui vem o ditado: "Quem o feio ama, bonito lhe parece".


(Ilha de São Miguel)





Furto de flor


Carlos Drumond de Andrade

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor.

Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.

Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:

_ Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

(Contos Plausíveis. RJ, José Olympio)

SUGESTÃO DE ATIVIDADES:

INTERPRETAÇÃO:

1- Leitura oral

2- Dar os sinônimos de – furtar – restituir – contemplar;

3- Quais as personagens do texto?

4- Quando e onde o fato aconteceu?

5- O que aconteceu?

6- Numerar as linhas do textos e destacar equilíbrio, desequilíbrio e novamente equilíbrio;

7- Destacar do texto: situação – complicação – clímax – desfecho;

8- Comentar as atitudes do porteiro e de quem depositou a flor no jardim.

9- O autor do furto arrependeu-se? Exemplifique.

10- Qual a cor da morte?

11- Como uma flor demonstra sua felicidade?

12- De que forma uma flor pode agradecer?

13- Que novidades você pode encontrar numa flor?

GRAMÁTICA:

1- Conjugue os verbos furtar, assumir e desabrochar no pretérito mais-que-perfeito;

2- No presente do indicativo os verbos: haver – sentir – temer

3- Os verbos: colocar – ir – cochilar no pretérito perfeito do indicativo;

IDENTIFIQUE PESSOA, TEMPO E MODO VERBAL:

1- Eu a furtara.

2- O porteiro estava atento e repreendeu-me.

3- Que idéia a sua de jogar lixo de sua casa neste jardim?

4- Passei-a para o vaso.

ANALISE AS FUNÇÕES SINTÁTICAS DAS PALAVRAS DESTACADAS:

1- Notei que ela me agradecia.

2- Passei-a para o vaso.

3- Ela não estava feliz.

4- O porteiro estava atento.

IDENTIFIQUE A METONÍMIA DA FRASE:

1- O copo destina-se a beber.

PRODUÇÃO DE TEXTO:

1- Transformar o texto numa história em quadrinhos: