Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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11 de outubro de 2006

Máquina do tempo


Escrever um texto baseando-se no roteiro abaixo.

Dizer: Quem era, de onde veio, o que pretendia, com quem se encontrou, em quem se transformou, por quem foi transformado, por que foi transformado e que rumo tomou.


Burrhus Skinnes



“Educação é o que sobrevive quando o que se aprendeu for esquecido.”

(Burrhus Skinnes)

10 de outubro de 2006

Espírito natalino

PAZ NA TERRA
















A paz é o presente sagrado que todos queremos.
A vida é a paz do presente que todos fazemos.
Sem paz o presente da vida se perde fechado.
Sem vida o presente da paz não constrói o passado.


Na rua o presente da paz vai no rosto da festa.
Na paz o presente constrói nossa vida modesta.
Sem festa o presente da vida não entra na paz.
Sem paz nossa vida presente não sabe o que faz.

A paz deste santo Natal é o presente da história.
A vida constrói o presente acordando a memória.
Na festa as crianças sorrindo são nosso presente.
Na paz o sorriso da festa é um eterno inocente.


Na rua o presente da festa alegrou as crianças.
Na festa o presente renova saudosas lembranças.
Sem nossos sorrisos de paz não existem presentes.
Sem guerra o presente constrói um futuro decente.


A paz que os tratados escrevem começa na vida.
A vida que cresce na paz floresceu na avenida.
As flores abriram nos vasos pela cidade.
As flores do mundo se abrem na paz da igualdade.

O mundo começa a entender o sentido da vida.
A festa começa a voltar nesta grande avenida.
O sol atravessa de luz toda água do orvalho.
O canto da vida retorna no palco do galho.


O vento balança de novo as saudosas bandeiras.
E o tempo retorna na paz da criança faceira.
Levando o estandarte da vida voltemos à praça
Que a paz deste santo Natal é o presente da graça.


(Elpídio M. Cardoso – Curitiba, 24/12/1977)


O texto foi escrito para demonstrar a paz que desejamos, que é esperada e manifestada no período natalino. Todos sentem que o Natal é um tempo diferente. Deveríamos sentir o espírito do Natal o ano inteiro. A paz que se respira na época natalina é a mesma que se sentiu no nascimento de Cristo. As crianças a demonstram através do sorriso, os adultos recordam o fato histórico. Cristo pregou a paz, mas os homens nem sempre a vivem. Para obtê-la, os homens fazem tratados, bastaria vivê-la, tratando a todos com igualdade. A paz é vida, é um presente que cada um pode dar a si mesmo. Não há sentido viver sem paz. Ela é construída por nós mesmos, e devemos demonstrá-la sempre.


Brincadeira

ADIVINHE O NÚMERO QUE ALGUÉM PENSOU

Peça para alguém que pense um número qualquer. Diga-lhe que duplique, acrescente 4, multiplique o valor obtido por cinco, acrescente 12 e multiplique por 10. Mande que tire 320 deste valor. Pergunte á pessoa o valor da soma e retire os dois últimos algarismos. Fica o número que a pessoa pensou.

Exemplo:

Número pensado ................................................. 6

Duplicado ............................................................ 12

Acrescentado 4 .................................................... 16

Multiplicado por cinco ........................................ 80

Somando 12 ......................................................... 92

Multiplicado por 10 ............................................. 920

Tirando 320 ......................................................... 600

Desprezando os dois últimos algarismos fica o

Número pensado ................................................. 6

Um blog


Há tempos procurava algo com que me identificasse. Tive a idéia de passar adiante coisas que vivencio e aprendo, como também alguma experiência de professora, de sala de aula mesmo. Pensei muito, mas não sabia como. Surgiu uma luz. Por que não um blog? Mas como? Blog é para jovem! – pensei. Juntando muita curiosidade e cinco minutos de explicação de meu afilhado, iniciei sua criação. Consegui o primeiro blog, que não deu certo. Aproveitando os arquivos e aprendendo com os próprios erros, surgiu o Sala de Aula. Gostei.

Está direcionado aos professores de Língua Portuguesa e Ensino Religioso Interconfessional que buscam diversificar suas aulas e não têm muito tempo para isso. Também pretende facilitar o preparo de aulas para os professores iniciantes, talvez ainda um pouco inseguros. O Blog não tem compromisso com seqüência de conteúdos, outros blogs já fazem isso. Como gosto de fotografia, pintura, artesanato e culinária..., decidi publicar sobre isto também, penso que assim não fica cansativo para o visitante nem para mim.

Não sou escritora. Pode ser que você conheça muitos dos textos publicados, o que não significa que devem ser descartados. Muitos deles são aulas que preparei durante minha vida profissional, claro que fiz uma adequação, ilustrando-os com fotos. Analise, você tem a opção de escolher. Além do mais, estão aí, prontinhos. O trabalho de preparar as aulas exige silêncio, abstração, mas na maioria das vezes é feito, no local de trabalho, no barulho: sirenes, barulho de crianças, um colega que chega ou sai da sala dos professores, um funcionário colando um recado, ou que realiza a limpeza na hora que você está mais inspirado, e adeus concentração. Utilize algumas aulas prontas, é só imprimir e adaptar à sua maneira. Desconsidere o que não lhe for útil e diminua o tempo gasto na preparação das aulas.

Já me disseram que eu não ganho nada publicando blog, mas todo professor sabe que quem ensina, não perde nada. Ao contrário, ganha experiência, atualiza-se, revê. Pretendo publicar novas postagens todos os meses. Não pense que é fácil. Pode ser que com o tempo eu me canse de publicar este blog. Mesmo que isso aconteça, já valeu a pena, pois sei que pude ser útil a alguém.

Terezinha Bordignon

9 de outubro de 2006

Horário de verão

Jô Soares

Composição Infantil


O horário de verão é um horário que acontece sempre no começo do verão mas que não dá certo porque assim que o verão acaba ele acaba também. Para mim o horário de verão é muito bom porque a gente pode brincar lá fora mais tempo pensando que ainda é mais cedo apesar de ser mais tarde.

Meu pai diz que o horário de verão ajuda a economizar a eletricidade mas eu não acho porque lá em casa, no verão ou no inverno ele sempre reclama da conta.

Minha mãe não gosta do horário de verão porque apesar dela corrigir os ponteiros de todos os relógios, até o meu do Mikey, ela diz que tem um relógio dela que fica todo atrapalhado no horário de verão. É um tal de relógio biológico. Ela fala muito desse tal de relógio mas eu nunca vi. Do jeito que ela fala do relógio biológico eu acho que ela deve guardar ele no banheiro.

Meu avô acha que quando começa o horário de verão ele fica uma hora mais velho mas quando termina ele fica mais novo outra vez. Meu avô já está caduco. Minha avó também.

No colégio, o horário de verão é bem melhor porque quando atrasado ou não faz o dever de casa põe logo a culpa no horário de verão. A minha professora não acredita mas aí a gente chora e pronto. A minha professora é muito bonita e eu espero que ela não se zangue quando ela ler isso.

Meu melhor amigo, o Zezinho, acha que o horário de verão deveria ter uma diferença de doze horas porque aí a gente ia ficar igual no Japão e a gente não ia precisar de ir ao colégio porque já era noite. Eu até acho uma boa idéia, a não ser nas férias.

Minha irmãzinha menor não está nem aí para horário de verão. Para ela tanto faz. Ela tem dois meses.

O seu Ariovaldo, que vende doce na porta do colégio e que é meu ídolo, acha o horário de verão muito bom porque como fica claro mais tempo dá ele vender mais maria-mole e paçoca. Para mim tanto faz porque eu como maria-mole e paçoca até no escuro.

Não é em todos os lugares do Brasil que tem horário de verão. Isso eu já não entendi direito. Acho que deve ser por que o horário de verão é muito caro e tem Estados que não podem pagar para ter ele. Por mim, o horário de verão tinha que ser igual para todo mundo, até para os pobres. Quando o Brasil for um país muito rico, aí sim todos verão o horário de verão.

ASSINADO

Eu


SUGESTÃO:
Responda:

Em que tempo as ações acontecem?
Quem é a personagem principal do texto? Quais suas características?
Qual a linguagem utilizada pela personagem principal?
O texto é realmente uma composição infantil? Por quê?
O que é o relógio biológico?
Qual a intensão do autor do texto, ao escrever sobre o horário de verão?
O que você pensa sobre o horário de verão?

Provérbio budista



Quando se atira uma bola para o alto, ela não fica, mas volta para a terra; do mesmo modo, todas as suas ações boas ou más voltarão para você sob outra forma, segundo o desejo do seu coração, seja qual for o caminho que tomar.

Provérbio budista

Um teatro

OS PÉS DO PAVÃO


Cenário: um jardim
Personagens: um corvo de garras longas
um pavão de cauda colorida e pés irregulares e feios

Corvo:
(humildemente observa em silêncio o Pavão no jardim)


Pavão: (Andando no jardim exibe orgulhosamente o esplendor de sua cauda, imensa e colorida...) (andar todo garboso) Meu Deus como sou lindo! Que cauda linda é a minha! Sou a mais bela ave do jardim. Ninguém vence minha beleza. O corvo então, coitadinho, pretinho ... Há, há, há... Há, há, há...

Corvo: (Falou com voz animada)
- Bela plumagem, hem amigo? Você é muito lindo

Pavão: (Arrogante e orgulhoso)
- Ousa falar comigo, corvo insignificante? Ousa dirigir a palavra a mim, você que é negro, agourento e desprezível?

Corvo: (muito irritado)
- Seu pavão racista, vou denunciá-lo à justiça, você será processado. E fique sabendo que suas penas podem ser bonitas, mas eu não gostaria de ter os pés como os seus. Olhe só para seus pés. Cruá, cruá, cruá... Cruá, cruá, cruá...

Pavão: (preocupado, olhando os próprios pés)
- Meus pés? O que tem eles?

Corvo: (mostrando os pés do pavão)
- São abertos, irregulares. Não servem para agarrar, mal lhe dão apoio para andar... Não amigo. Fique lá com suas penas, que eu prefiro minhas garras sólidas! Veja só como são fortes!

Pavão: (Saindo de mansinho)- Desculpe amigo Corvo, tenho um compromisso: estou indo a uma sapateiro. Como não me lembrei disso antes. (Sai de cabeça baixa)

Corvo: (Pensativo, balança a cabeça para os lados)
- Acabo de descobrir uma grande verdade: Não existe beleza perfeita! Agora vou caçar com minhas garras potentes! (Sai voando) Cruá, cruá, cruá... Cruá, cruá, cruá, vou à delegacia denunciar o pavão. Quem ri por último ri melhor!

Interpretação ilustrada



AURORA BOREAL

Tenho quarenta janelas

nas paredes do meu quarto.

Sem vidros nem bambinelas

posso ver atrás delas

o mundo em que me reparto.

Por uma entra a luz do sol,

por outra a luz do luar,

por outra a luz das estrelas

que andam no céu a rolar.

Por esta entra a Via Láctea

como um vapor de algodão,

por aquela a luz dos homens,

pela outra a escuridão.

Pela maior entra o espanto,

pela menor a certeza,

pela da frente a beleza

que inunda de canto a canto.

Pela quadrada entra a esperança

de quatro lados iguais,

quatro arestas, quatro vértices,

quatro pontos cardeais.

Pela redonda entra o sonho,

que as vigias são redondas,

e o sonho afaga e embala

à semelhança das ondas.

Por além entra a tristeza,

por aquela entra entra a saudade,

e o desejo, e a humildade,

e o silêncio, e a surpresa,

e o amor dos homens, e o tédio,

e o medo, e a melancolia,

e essa fome sem remédio

a que se chama poesia,

e a inocência, e a bondade,

e a dor própria, e a dor alheia,

e a paixão que se incendeia,

e a viuvez, e a piedade,

e o grande pássaro branco,

e o grande pássaro negro

que se olham obliquamente,

arrepiados de medo,

todos os risos e todos os choros,

todas as fomes e todas as sedes,

tudo alonga a sua sombra

nas minhas quatro paredes

Oh janelas do meu quarto,

quem vos pudesse rasgar!

Com tanta janela aberta

falta-me luz e ar.

(Antonio Gedeão)


Sugestão de atividade:

1- Leitura

2- Dividir a sala em equipes. Em sulfite ou papel craft, cada equipe desenha uma janela descrita no texto, previamente sorteada. Colorir e expor os desenhos na ordem do poema. Um texto do poema também deve ser exposto. O professor pode distribuir o desenho para o aluno desenhar na janela o que o poeta enxerga.

OBS: Este poema deve ser trabalhado com turmas de 8ª série ou do 2º Grau. Melhor se os desenhos forem colados em papel craft, para o professor fazer a exposiçaõ quando todas as turmas terminarem, assim uma turma não se espelhará na criatividade de outra. Não é uma atividade muito fácil, mas o resultado é compensador.

Inspiração


Este desenho pode inspirar poesia, descrição, narrativa... Pode ser associado a um texto jornalístico, a algum texto do livro didático, enfim, o professor é quem decide.

Escrevendo com argumentos

CÃO


_ É verdade que os cães mordem as pessoas que demonstram medo?

_ Por ter uma visão apurada o cão consegue, mesmo que a certa distância, perceber alterações nos movimentos de uma pessoa amedrontada. “O animal descende do lobo e dele herdou o instinto da caça”. Se alguém passa a andar furtivamente na sua frente ou com uma postura submissa, ele identifica logo uma presa fácil. O mesmo acontece quando a pessoa corre. Nem sempre o cão persegue a vítima para atacá-la. Muitas vezes só quer espantá-la e mostrar quem é que manda no território. O problema é que, quando alguém está com medo do animal, costuma fazer movimentos bruscos, como levantar a mão. O que é um gesto de defesa para a pessoa é entendido como uma forma de ataque pelo cão, o que pode leva-lo a avançar.

SUPERINTERESSANTE, (novembro de 1992)

SUGESTÃO:
_ Leitura do texto. Comentário oral.
_ Ouvir depoimentos de fatos verídicos.
_ Recolher o texto e distribuir o desenho abaixo.
_ Produção de texto a partir do desenho



Imprimir o desenho. O aluno pode escrever o texto explicando o que aconteceu baseando-se nos argumentos do texto "Cão"

jogral

O NORDESTINO E A SECA













Aluno A – Deixando para trás a roça e a casa,

Aluno B – Fugindo à seca numa luta imensa,

Aluno C – O nordestino, sob um sol que abrasa,

Aluno D – Guarda no olhar a luz de eterna crença.

Aluno E – A mansa voz dos córregos calou;

Aluno A – A passarada já não canta em festa;

Aluno B – De tudo enfim, de tudo que ele amou,

Aluno C – Uma saudade amarga apenas resta.

Aluno D – E, em procissão de dor e de amargura,

Aluno E – Em busca d’água pela estrada em fora,

Aluno A – Ele ainda crê na sede que o tortura,

Aluno B – No milagre da chuva que demora.

Aluno C – E quando finda toda essa tormenta,

Aluno D – E a chuva cai num hino de esperança,

Aluno E – Na fé sublime e forte que o sustenta,

Aluno A – Ele retorna certo da bonança.

Heitor Barret

Poesia
















O SOL

Amado na praia,
odiado nos campos agrícolas.
Será uma estrela de fogo
ou apenas um ponto de luz
nesta imensidão do céu?

Imagine, se, por acaso
a Terra se desprendesse de sua órbita 
e o Sol e a Terra se chocassem,
Seria um Deus nos acuda...

Fabrício Fantim - Aluno em 1992


Fábula de la fontaine

O LENHADOR E A MORTE
La Fontaine


Um velho lenhador, cansado pelos anos e do fardo que carregava, regressando ao lar caminhava tropegamente, queixando-se da sorte que nunca o favorecera.

Exausto, sob o peso que lhe magoava as costas, deitou o fardo ao chão e sentou-se-lhe ao lado, passando a analisar o longo percurso dos anos vividos.

Que felicidades tivera neste mundo? Existia por ventura alguém mais indigente do que ele? Escasso era o pão e nem sempre o tinha; descanso algum jamais desfrutara; além disso, impostos, conscrição, mulher e filhos para sustentar, os credores e mil outras atribulações além do trabalho insano. Esse era o quadro desolador de sua pobre existência; e não via diante de si a réstea luminosa da esperança.

Amargurado, abatido ante a própria impotência, num assomo de desespero chamou pela morte para que o livrasse de tão cruel angustia.

Sem demora a Morte se lhe apresenta e pergunta:

_ Aqui estou; que me queres tu?

_ Apenas um pequeno esforço: põe-me este feixe no dorso.


COMENTÁRIO:
Esta fábula exprime em síntese o sentimento mais natural ao homem: o amor pela vida. Pois embora tudo lhe seja contra e triste, ele mantém sua divisa: "Antes sofrer do que morrer!" Pois a morte é o fim de todos os males, a vida é sempre o maior de todos os bens.

Dia dos mortos


A MORTE COMO TEMA

Aos vinte anos, Alexandre da Macedônia chorava porque não mais existiam reinos para conquistar; aos setenta, Joseph Stalin, do alto de sua onipotência terrena, era obrigado a admitir: “no fim a morte sempre vence”. Já o filósofo espanhol Miguel de Unamuno reconhece: “o homem é um animal doente porque sabe que vai morrer”.

No Dia de Finados, no lugar da pressa, de todos os dias, o silêncio, a tranqüilidade, a meditação. No lugar dos projetos terrenos e ambiciosos, a recordação do mistério a cerca da morte. Sem dúvida, é um dia marcado pela saudade dos que já partiram: mas é também uma interrogação sobre nosso futuro. Em lugar do hoje, surge a inevitável pergunta sobre o depois...


Impossibilitados de vencer a morte, tentamos esquece-la. Nossa sociedade exilou a morte. Nas cidades maiores, tão logo alguém morre, é levado para uma impessoal câmara mortuária, isto é, longe de casa, longe do mundo dos vivos. Não mais aceitamos carregar luto e tentamos esquecer quem já partiu. Afinal, argumentamos, a vida continua. Todos somos mortais, nos ensina a experiência. Na prática, agimos como se não devêssemos morrer. A morte é sempre algo que acontece com os outros...


O Dia de Finados é a recordação de que, num dia qualquer, a indesejada marcará encontro conosco. Não sabemos o lugar, nem as circunstâncias, temos porém certeza de que este encontro acontecerá. É possível que aconteça mais rapidamente do que imaginamos. Ninguém tem garantia de chegar ao ano dois mil. Nem mesmo temos garantia de chegar ao fim do ano, ou mesmo ao fim do dia...


O Dia de Finados pode também trazer um lado alegre. Para o cristão, a morte não é o fim, é o começo. Para o cristão, a morte não terá a última palavra. Depois da morte, a alegria da Ressurreição. Francisco de Assis, porque tinha certeza na Ressurreição e no amor de Deus, chamava a morte de “irmã”. Para o filósofo a morte pode ser até bela. E explica: “ a morte é bela, quando a vida foi bela”.

(Correio Riograndense)


QUANDO FALECE

Veja as analogias feitas a certos profissionais quando estes falecem.

A notícia pode ser dada assim:

O bombeiro - apagou-se

O alfaiate - abotoou o paletó

O açougueiro - desencarnou

O locutor - saiu do ar

A telefonista - cortou a ligação

O político - renunciou

O futebolista - foi expulso de campo

O árbitro - trilou o apito final

O jornalista - colocou ponto final

O humorista - ficou sério


ALGUNS PENSAMENTOS SOBRE A MORTE

Assim como um dia bem ocupado nos dá satisfação ao adormecer, uma vida bem vivida nos dá tranqüilidade ao morrer. (Leonardo da Vinci)

A morte despe-nos dos nossos bens para nos vestir de nossas honras.
(Provérbio popular)

Na morte e na boda verás quem te honra. (Provérbio popular)

Vivemos uma vida mortal. A morte não vem no último dia da nossa existência. Morremos a cada dia, na medida em que se desgastam as nossas energias, a nossa saúde, o nosso tempo na história. (Frei Beto)

Ao nascer, a criança... passa por uma violenta crise: é apertada, empurrada de todos os lados, e por fim lançada no mundo. Ela não sabe que a espera um mundo mais vasto que o ventre materno, cheio de largos horizontes e de ilimitadas possibilidades de comunicação. Ao morrer, o homem passa por uma crise semelhante: enfraquece, vai perdendo o ar, agoniza e é como que arrancado deste mundo muito mais vasto que aquele que acaba de deixar e que a sua capacidade de relacionamento se estenderá ao Infinito. (Leonardo Boff)


SUGESTÕES PARA REFLEXÃO:

No início de novembro temos o Dia de Finados. É um dia para meditação: Tudo passará, e o depois, como será?

Todos gostaríamos de ser imortais, de que a morte não existisse. Gostaríamos de jamais morrer, de nunca ter fim. Ocorre o contrário: todos somos mortais. Tudo neste mundo é material e vai terminar: o ouro, o átomo.

O fato de sermos mortais nos leva à certeza de que passaremos, e ninguém quer ser passageiro. Comparada à vida do Universo, nossa existência, provavelmente, não passa de um milésimo de segundo. Todos seremos pó: rico, pobre, branco, preto, jovem,velho, criança... Somos matéria orgânica e matéria orgânica apodrece. “Tu és pó e ao pó hás de tornar” Gn. 3,19

Nós existimos em um corpo. Ele nos serve como instrumento de comunicação e guarda uma vida que iniciou, mas que para muitas crenças, não acabará. Isso nos conforta. Quase todos temos medo da morte. Ela é fria e invencível. Tentamos esquecê-la, evitamos falar seu nome, evitamos pensar, mas é difícil aceitá-la. Para tentar esquecê-la, agimos como se fôssemos imortais.

Há uma certeza inquestionável: Todos morreremos. Não sabemos o dia, a hora, o lugar e as circunstâncias. Somos mortais. A mortalidade acaba com nosso orgulho. A terra é para a todos. Não adianta dinheiro, posição social, conta bancária, palácio de ouro, jeitinho brasileiro. “De que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?” Mt. 16,26

Para aquele que acredita em Cristo, a morte deve ser motivo de alegria. O texto afirma que para o cristão a morte não é o fim, mas o início de uma vida plena de felicidade, porque um dia ressuscitará como Cristo ressuscitou. Nosso corpo tem um destino eterno.

ATIVIDADE:
1- Escrever um texto: TÍTULO: A vida
2- Desenhar o que escreveu.

8 de outubro de 2006

Ecologia no quintal


Um fato verídico
Quando eu ainda vivia num ninho, com meus pais, fui seqüestrada. Passei a morar num cativeiro pequeno na cidade, junto com minhas irmãs e primas. Ali não aprendi muita coisa, recebia uma ração, não tinha alimento com sabor variado de bichinhos e frutas. Perdi o contato com meus pais. Após denúncia ao IBAMA fui solta repentinamente. Sofri muito, pois não sabia como me alimentar sozinha e não tinha mais onde dormir. Passei frio à noite e sede de dia. Por sorte, conservei meu instinto de sobrevivência e assim não morri. Aos pouco fui me adaptando à vida solitária. Agora vivo só e livre. Sou muito mansinha e deixo que me fotografem. Visito vários quintais e telhados, fujo dos cães e gatos e meninos maldosos. Muitas pessoas me acham bonita e adoram meu canto, também ficam admirados quando me vêem na cidade tão perto das pessoas. O que fazer se aprendi a viver livre depois de grande? Às vezes pergunto: Por que teve que ser assim? E eu mesma me dou a respostas: foi um caçador. Tenho consciência de que ele mudou o meu destino. Sou como aquelas pessoas que migram para as cidades e nunca mais se adaptam mais à vida do campo.
TB

Provérbio


Nunca recites poesia
para quem não é poeta.


Provérbio budista



Reflita

"Os que amam profundamente jamais envelhecem.
Poderão morrer de velhice, porém morrerão jovens."
(Arthur Pinero)

"Quem perde a vergonha,
não tem mais o que perder."

(Adágio popular)

O diamante


O Hindu tinha chegado aos arredores de certa aldeia e aí sentou-se para dormir, debaixo de uma árvore.

Chega correndo, então, um habitante daquela aldeia e diz quase sem fôlego:

- Aquela pedra! Eu quero aquela pedra!

- Mas que pedra? Perguntou-lhe o Hindu.

- Ontem à noite, eu vi, meu Senhor Shiva e, num sonho, ele disse que viesse aos arredores da cidade, ao pôr-do-sol; aí, devia estar o Hindu que me daria uma pedra muito grande e preciosa que me faria rico para sempre.

Então o Hindu mexeu na sua trouxa e tirou fora a pedra e foi dizendo: “Provavelmente é desta que ele falou: encontrei-a num trilho de floresta alguns dias atrás; podes levá-las.”

E assim falando, ofereceu-lhe a pedra.

O homem olhou maravilhado para a pedra. Era um diamante e, talvez, o maior jamais visto no mundo, do tamanho de uma cabeça humana!

Pegou, pois, o diamante e foi-se embora.

Mas, quando veio a noite, ele virava de um lado para outro em sua cama e nada de dormir. Então, rompendo o dia foi ver de novo o Hindu e o despertou dizendo:

- Eu quero que me dê essa riqueza que lhe tornou possível desfazer-se de um diamante tão grande assim tão facilmente!

(Anthony de Mello)

7 de outubro de 2006

O mendigo e a pedra

Numa pequena cidade do interior havia um pobre mendigo. Fazia tudo que todo mendigo faz: dormia nas calçadas, pedia pão, roupas velhas (é o que todo mundo dá). Ganhava estas coisas e as colocava dentro de sua mochila. Nos dias bonitos de sol, ele sentava na praça, estendia sua roupa no chão para secar. Pegava o pão velho e amassava-o com uma pedra que ele trazia na mochila, comia como se fosse uma sopa. Era um mendigo que não incomodava, até gostava de conversar e brincar com algumas crianças.

Assim levava a vida... Quando ele demorava para aparecer o povo sentia falta. Ele, porém, mais cedo ou mais tarde sempre chegava.

Aconteceu, porém, que num dia de muito frio, o mendigo não apareceu. Estava morto! Foi achado no começo da rua principal. O povo correu para ver o homem morto. Do lado dele estava a mochila e mais nada.

O povo, “cheio de bondade” ajeitou o enterro e o levou ao cemitério.

Um jovem curioso revirou a mochila e gostou da pedra que o mendigo usava para amassar o pão velho. Levou-a para sua casa. Ao lavá-la, descobriu que era uma pedra preciosa: um diamante. Todo o dinheiro da cidade não dava para comprá-la.


Desenho para cartaz


ANÁLISE DO TEXTO:

MENDIGO:

- Era rico e não sabia
- Lavava a roupa, mas não lavava a pedra
- Misturou trapo, pão velho e a pedra preciosa
- A pedra ficou encardida
- Não se valorizava
- Acomodou-se na vida – era mais fácil pedir
- Escolheu o pior lugar – a rua
- Deixou casa, convívio familiar
- Contentou-se com restos
- Não via suas capacidades
- Há muitas pessoas que são como ele

MOCHILA

- Representa a vida das pessoas.
- Muitas não acrescentam nada de bom em si mesmas
- Não investem em si próprios
- Não acreditam em suas capacidades e vivem mendigando
- EX: Não consigo aprender isto – faça para mim
Não consigo desenhar – vou para para alguém
Não sei fazer este serviço ...

DIA DE SOL

- Representa a juventude
- As oportunidades
- As facilidades
- O tempo oportuno

DIA DE FRIO

- A velhice
- A falta de oportunidade
- A doença
- As dificuldades

O POVO

- A maior parte das pessoas (negativas)
- Pessoas que criticam
- Ajudam a enterrar
- Não querem o sucesso dos outros
- Só dão restos, coisas que não são úteis
- Não ensinam

PÃO SECO – ROUPAS VELHAS

- Crítica
- Desvalorização

O JOVEM

- Representa a minoria das pessoas (positivas)
- Pessoas com força de vontade
- Que buscam alternativas
- Vão atrás das oportunidades
- Esforçam-se (o jovem lavou a pedra)

O DIAMANTE

- São as nossas capacidades
- Representa nosso valor
- Nossos talentos, dados por Deus – devem ser polidos

PROPOSTA

- Fazer uma busca interior
- Ter curiosidade em descobrir e desenvolver as capacidades
- É preciso lavar e polir o diamante escondido em cada um
- Mendigo – se tivesse recebido ajuda, podia ter descoberto seu valor
- Muitas pessoas nos aguardam, querem descobrir seu valor
- 1º descobrir nosso diamante
- Depois ajudar outras pessoas.


SUGESTÃO DE ATIVIDADE EM DUPLAS:

RESPONDA: O que representa

- O mendigo?
- A mochila?
- O dia de sol?
- O dia de frio?
- O povo?
- O pão seco e as roupas velhas?
- O jovem?
- O diamante?

2- Quem são os mendigos de hoje que aguardam nossa ajuda para descobrir o diamante que existe nele?

3- O que fazer para mexer na mochila do mendigo que vive conosco?

4- Como tratamos os mendigos de hoje?

5- Desenhar o texto como história em quadrinhos.



MENSAGEM

- Onde está o teu tesouro, lá também está teu coração. Mt. 6,21

- O reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. Mt. 13, 44

- Há pessoas que não sabem viver sem depender dos outros. São como certos animais que só vivem bem quando têm dono. Célio Devenat

- Aquele que anda de rastro, como um verme, nunca poderá queixar-se de que foi pisado por alguém. Kant