Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu a 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. Faleceu em 28 de dezembro de 1918, na mesma cidade. Fez o Curso de Humanidades no Colégio do Padre Belmonte. Cursou a contra-gosto a Faculdade de Medicina, que abandonou no 5º ano, para matricular-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde esteve somente um ano.
Foi jornalista, poeta, crítico, orador, ocupando ainda o honroso cargo de secretário do Congresso Pan-Americano,
Além de poesias, escreveu cantos, crônicas e críticas para revistas e jornais. Foi, ainda, professor, tendo lecionado por algum tempo no Pedagogium, do Distrito Federal. Consagrou os últimos anos da vida à propaganda do serviço militar obrigatório, realizando uma série de conferências em várias capitais do país. Quando a morte se aproximava, exclamou agonizante :
"- Amanhece... Vou escrever!"
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso” E eu vos direi,
no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol,
saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão
contigo?”
Eu vos direi: “Amai para entende-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Olavo Bilac
HINO À BANDEIRA
Letra de Olavo Bilac
Música de Francisco Braga
I
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz !
Tua nobre presença lembrança
A grandeza da Pátria nos traz
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil !
II
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul;
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil !
III
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil !
IV
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momento de festa ou de dor,
Paira sempre a sagrada Bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil !