Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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7 de junho de 2015

Descrição



Busque nas suas lembranças uma cena que você presenciou. Se achar difícil, reproduza uma foto. Desenhe-a e explique-a. Veja o exemplo abaixo


Numa viagem de férias, visitei alguns pontos turísticos da parte mais antiga da cidade de Florianópolis. Notei que Florianópolis, apesar de ser uma cidade antiga, tinha diversos prédios históricos restaurados e pintados com cores fortes e variadas, formando um contraste com prédios antigos não restaurados, de cores encardidas, e prédios modernos mais altos. Eu definiria essa cidade usando as cores cinza, vermelho, amarelo e azul.
A foto que tirei foi para registrar a presença dos pombos, integrados ao ambiente urbano, sobrevivendo dos restos da sociedade.
Na imagem original a água não existe, a mulher usa sandálias e o piso é de pedras. Extraindo esses elementos, é possível notar que existe uma profundidade na rua, onde estão duas pessoas encostadas numa parede de cor amarela. O fundo escuro da parede faz avançar as pernas das duas pessoas. Também há perspectiva, pois o pombo distante é menor que o pombo mais próximo. A mulher está situada antes da barraca de lanches.
Apesar do cinza do chão, do recipiente de lixo e dos pássaros passarem uma sensação de frio, a imagem sugere o verão. Isto é possível de ser constatado quando se olha para a saia da mulher. Ela ficou destacada dos demais elementos da imagem. O fundo amarelo da barraca, contrastou com o violeta da saia e esta ganhou volume. O violeta claro e escuro da saia deu a ilusão de movimento, formando avanço e recuo do tecido. As flores, coloridas com as três cores primárias, desenhadas sobre o violeta, que é uma cor secundária, contribuíram para que acontecesse harmonia.
Houve equilíbrio entre cores quentes e frias, lembrando o verão e o mar, característicos daquela cidade no mês de janeiro. 

1 de junho de 2015

Atividades com espelho-2



(Cada aluno deve trazer um espelho para a sala de aula)

ATIVIDADES:
1- Leitura do poema Mulher ao Espelho, de Cecília Meireles



Mulher ao espelho

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seu
se morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

Cecília Meireles




Pablo Picasso: Mulher em frente ao espelho (1932), 
Nova Iorque, Museu de Arte Moderna


Ao observarmos a pintura de Pablo Picasso, vemos a imagem de duas mulheres: uma dentro de um espelho oval e outra fora. A mulher que está fora e tem sua imagem refletida no espelho não foi retratada igual, ela desvia seu olhar dele. Seu rosto está sereno. Foi pintada com cores claras.  A mulher refletida no espelho é sombria, foi pintada com cores mais fortes. Seu olhar é firme, mas expressa sofrimento. Ela está com a cabeça coberta e enrolada num manto azul, uma forma de ver a si mesma. Ambas se tocam, para mostrar que são a mesma pessoa.
Para construir a imagem, Picasso utilizou círculos de diferentes tamanho e outra formas, com linhas curvas e retas, características cubistas.
O artista nos faz ver que também somos como aquela mulher. Somos duas pessoas quando nos convém. Quando convivemos com outras pessoas procuramos  nos mostrar agradável, gentil, preocupamo-nos com nossa aparência, com o que as pessoas poderão pensar, no dia a dia, às vezes deixamos transparecer nosso lado sombrio, onde estão nossos sentimentos.
Comparando a pintura de Picasso com a poesia de Cecília Meireles podemos  constatar que os dois artistas, embora cada um na sua modalidade, descrevem a mulher à sua maneira. Mas existem similaridades. Picasso e Cecília mostram uma mulher descaracterizada, que se olha no espelho e enxerga o seu interior: isto é os seus sentimentos.
Em Picasso, a mulher que está fora do espelho representa a mulher vista pela sociedade, bonita, alegre, feliz. A que está diante do espelho é como ela se enxerga, não se olha, como se não tivesse coragem de enfrentar suas angustias, seus verdadeiros sentimentos. A que está fora se esconde por trás de uma máscara feliz e vive uma mentira, ao passo que a mulher refletida no espelho não usa disfarce, ela não desvia o olhar, pelo contrário, apesar de mostrar uma fisionomia abatida, consegue encarar a mulher que está fora com frieza e com firmeza, ali está a verdadeira mulher.
Em Cecília, a mulher também está dividida. Por fora ela usa disfarces para não mostrar sua insatisfação de nunca ter sido o que sempre desejou ser: muda a cor dos cabelos, muda de nome para esconder o desgosto, mas ela não acredita no disfarce, pois sabe que é só tinta, por baixo da tinta está a verdadeira mulher, a caveira. Essa mulher sofrida, apesar de ter sido santa como Maria e pecadora como Madalena, só vê uma solução: a morte. Para ela não importa a forma de morrer, pois sua fé lhe diz que ao morrer encontrará a paz ao falar com Deus.
Portanto, tanto Picasso quanto Cecília apresentam essa mulher de forma universal. Ela representa a raça humana que vive esses dois episódios: o bem e o mal, a alegria e a tristeza, a verdade e o erro, a vida e a morte.



2- Comentário sobre a tela Mulher em frente ao espelho, de Pablo Picasso
3- Leitura dos poemas: Versos de Natal, de Manuel Bandeira,  Retrato, de Cecília Meireles e Espelho de Mário Quintana


Versos de Natal
Espelho, amigo verdadeiro,
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo  exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até o fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em por seus chinelinhos atrás da porta.
Manuel Bandeira - 1939
Em: Antologia Poética, Manuel Bandeira, Rio de Janeiro, Sabiá: 1961, 5ª edição

Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo,
assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos, sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
– Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Cecília Meireles



Espelho 
Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse
Que me olha e é tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto… é cada vez menos estranho…
Meu Deus, meu Deus…
Parece Meu velho pai – que já morreu!
Como pude ficarmos assim?
Nosso olhar – duro – interroga:
“O que fizeste de mim?! Eu, Pai?! Tu é que me invadiste,
Lentamente, ruga a ruga… Que importa! Eu sou, ainda,
Aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra.
Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!
– Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste

(Mário Quintana)




4- Produção de texto: O Aluno deve se olhar no espelho e escrever sobre si.

5- Quem quiser, poderá ler o texto para os colegas.

6- Olhar no espelho e se desenhar.

7- Exposição dos desenhos.



25 de agosto de 2014

Fotografia antiga




Aparentemente, parece ser uma fotografia do século passado, não colorida, na qual são retratados um casal com filhos, de várias idades,  O casal que está atrás não demonstra intimidade, O homem, pode ser o namorado ou marido da filha mais velha. As mulheres, com exceção à mãe, usam vestidos simples aparentando ser do mesmo tecido e cor.  As meninas com os cabelos cortados do mesmo jeito, usam  enormes laços para amarrá-los. Os calçados e meias das mulheres são iguais. Como há várias meninas, conclui-se que o bebê no colo é o filho mais novo da mulher. Parece ser um menino.

A família não demonstra ter grandes posses. Isso é percebido nos móveis, as cadeiras são muito simples  e uma menina está sentada sobre uma caixa de madeira, indício de que não havia cadeira para todos. Não há uma preocupação com as poses, as crianças estão a vontade, e intercaladas entre os adultos. A mão do pai pesa sobre o ombro da menina, deixando-o mais baixo. A foto foi tirada em um ambiente interno, sobre um tapete. O fundo foi revestido com um tecido e com uma cortina escura. Lateralmente há vasos de flores. As mulheres mais velhas usam vestidos longos. Com exceção do bebê, todos usam roupas escuras, o que torna o ambiente carregado. Os homens usam terno e gravata, um costume da época.         (A fotografia pode ter outra interpretação)


     


SUGESTÃO:
1- Mostre e explique a foto analisada para o aluno. 

2- Solicite ao aluno que traga para a sala de aula uma foto antiga de sua família para ser analisada . (Com a facilidade dos celulares com câmeras, não preciso trazer a foto original, mas uma reprodução impressa. Se a escola permitir, peça uma foto da foto, na hora do exercício deixe o aluno usar o aparelho para vê-la.)



19 de agosto de 2014

Desenho e produção de texto



Reprodução com mudança do ambiente, colorida com lápis de cor.

SUGESTÃO:

Para esta atividade o aluno pode usar uma foto trazida de casa ou recortada de revista. Ele deve reproduzir a foto, fazendo algumas interferências. O professor sugere um tema. No caso da foto acima, nota-se a poluição ambiental. 

Depois da seleção da foto, ela é recortada, colada numa folha, desenhada e colorida. Não é necessário seguir as cores originais.

Após o término do desenho, o professor, com autorização do aluno,  pode mostrar o trabalho à sala e pedir a outro aluno para explicar a mensagem da foto original e da reprodução.

Para continuar a atividade, depois da análise de algumas fotos, o aluno escolhe uma delas e escreve sua análise ou um texto dissertativo.

Finalizando, o professor lê alguns textos e reescreve-os no quadro ou recolhe os textos para avaliar o trabalho.

6 de maio de 2014

Livro do Artista

Para produzir do “Livro do Artista”, o aluno deverá, durante uma semana, tomar nota dos acontecimentos bons ou ruins  que lhe chamaram a atenção. Depois disso, deve escolher um acontecimento por dia e fazer uma produção, pode ser uma colagem, um desenho ou uma pintura para fazer o Livro do Artista. Cada desenho deve receber uma breve explicação. Esta técnica é positiva, porque além de desenvolver o talento artístico do aluno, também desenvolve sua habilidade de escrever. Uma artista que utilizou esta técnica foi Frida Kahlo. Ela retratou seu sentimentos, substituindo o diário. Este trabalho influenciou as obras da artista. 




Segunda-feira – 24/09/2012  - TERÇO DAS ROSAS
Escolhi fazer este desenho porque fui convidada para o Terço das Rosas e gostei. Todas as segundas-feiras às 19 horas vou ao Terço das Rosas. Ele é rezado assim:

Arruma-se um altar com a Bíblia, uma vela, algumas rosas e uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. As pessoas que participam ficam em circulo, nas parte externa da casa, porque vão muitas pessoas, aproximadamente cem pessoas. Uma dirigente faz a uma oração e leva a imagem de Nossa Senhora para cada participante fazer o seu pedido secreto. Enquanto isso, são entoados hinos a Maria. A seguir, ela faz  outra oração e escolhe uma das rosas, um laço, uma marca a distingue como a rosa escolhida, depois distribui todas as rosas para os participantes do terço, inclusive a rosa escolhida. O terço é rezado coletivamente. Cada vez que se inicia uma Ave Maria, as rosas vão para as mãos da pessoa seguinte. No último Ave Maria, a pessoa que ficou com a rosa marcada pela dirigente, será a anfitriã do terço da semana seguinte.

Terça-feira – 25/09/2012  - ANIVERSÁRIO DA SOPHIA
            Esta é a Sophia. Nesta terça-feira ela completou um aninho e convidou os parentes e alguns coleguinhas para a festa. Como sua mãe é minha prima, fui convidada. O tema da festa foi “Joaninha”.


Quarta-feira – 26/09/2012  - PREVENÇÃO
            Esta é minha dentista. Na quarta-feira fui fazer uma limpeza nos dentes e ela encontrou uma cárie. Não tive escolha, tive que me submeter a uma anestesia para fazer a restauração. Como não foi muito agradável, escolhi o fato para fazer o desenho. A dentista do desenho dá medo, mas pessoalmente é uma pessoa muito delicada.


Quinta-feira – 26/09/2012  - HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO
            Nesta quinta, eu passava roupas enquanto ouvia o horário eleitoral no rádio. O rádio estava um pouco distante e consequentemente o som ficava mais baixo. Fiquei curiosa com o resultado de um debate e me aproximei do rádio para erguer o volume. Eu fiquei ali mesmo ouvindo, até que senti um cheiro de queimado. Recordei-me do ferro de passar. Eu havia deixado ele em cima de uma blusa. O resultado mais ou menos este do desenho. A blusa ficou inutilizável.


Sexta-feira – 27/09/2012  - MADRUGADA

            Quanta dedicação! Mais uma noite indo dormir de madrugada, fazendo as atividades do curso. Tenho me dedicado aos estudos dia e noite, mas são tantas atividades e estou com medo de não dar conta até o dia 03 de novembro. Com tantos exercícios assim, é necessário um tempo maior.


Sábado – 28/09/2012  - UM PEDIDO
Marcelo foi meu aluno quando adolescente. Não era muito dedicado aos estudos, mas concluiu o segundo grau. O problema dele foi um vício. Em conseqüência, muito jovem ainda adoeceu e ficou com sequelas, de modo que agora trabalha e se aproveita da situação para sustenta este vício. Sábado, bateu palmas no meu portão e pediu cinco reais. Disse que tinha ficado seis meses internado numa clínica psiquiátrica e que precisava do dinheiro para comprar remédios. Não acreditei na história porque vi atualizações em sua página do Face Book. Fiquei com pena, mas não o ajudei.


Domingo – 30/09/2012  - ADEUS

Liguei a TV e naquele instante estava sendo transmitido o enterro da Hebe Camargo. Ela não é parente minha, mas senti uma tristeza. Afinal, muitas noites eu assisti seu programa e me distraí com suas gargalhadas. Sua alegria era contagiante. Eu também gostava de ver como estava vestida, suas jóias, seus sapatos. Fiquei surpresa ao ver como era querida, não era só eu que gostava da Hebe, milhares de pessoas também gostavam. Há pessoas que nascem e brilham. Hebe foi uma dessas pessoas. Fiquei com pena de ela ter partido, mas ao mesmo tempo pensei: Ela precisava ir para não sofrer mais. Adeus Hebe.


15 de abril de 2009

Atividade com espelho-1



Antes do aluno desenvolver seu texto, o professor pode comentar sobre um dos temas:
- Vaidade femina, exagero ou necessidade?
- Independência feminina
- O visual da mulher moderna

O desenho também pode ser usado para desenvolver um diálo entre profissional e cliente, um monólogo da personagem com o espelho ou ainda um teatro

24 de julho de 2008

O Velho, o Menino e o Burro


Um velho e um menino seguiam pela estrada montados num burro. Pelo caminho, as pessoas com as quais cruzavam diziam:

Que crueldade a desses dois! Querem matar o burro!

O velho, impressionadíssimo com os comentários, mandou o menino descer. Mais adiante, outras pessoas, observando a cena, diziam:

Que velho malvado, refestelado no burro, e o menino, coitado, andando a pé!

O velho, então, desceu do burro e mandou o menino montar. Daí a pouco, outras pessoas, vendo a cena, comentaram:

Onde já se viu coisa igual? Um menino cheio de vida, montado no burro, e o velho a caminhar pela estrada!

Depois dessa, o velho não teve dúvidas. Mandou o menino descer e ambos, com esforço, passaram a carregar o burro.

Está claro que os comentários não se fizeram demorar, e desta vez seguidos de gargalhadas. Evidentemente, todo o mundo estranhava os dois carregarem o burro.

La Fontaine

ATIVIDADE:

1- DESENHE O TEXTO " O velho, o meninino e o burro" NOS QUADRINHOS :

Numa estrada, um velho e um menino andam montados num burro

As pessoas que vêem a cena falam:

- Querem matar o burro!

O Velho mandou o menino descer.








As pessoas comentam:

- Que velho malvado!

O velho mandou o menino montar.

E as pessoas criticam:








Eles passam a carregar o burro e as pessoas comentam e riem.

Escreva a mensagem que o texto lhe trouxe.