Há tempos deixei de abastecer este Blog, mesmo assim ele continua ativo, servindo de inspiração para muitos professores. Se você chegou até aqui, saiba que os conteúdos aqui postados são aulas que preparei para mim. Eu não quis guardar minhas experiências, pois sei que a maioria dos professores não têm muito tempo. Aproveite. Blog criado em 18/09/2006

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19 de março de 2008

São José


O HOMEM QUE SEGUIA SEUS SONHOS

Nasci na casa de saúde São José, no Rio de Janeiro. Como foi um parto bastante complicado, minha mãe me consagrou ao santo, pedindo que me ajudasse a viver. José passou a ser uma referência para a minha vida, e desde 1987, ano seguinte à minha peregrinação a Santiago de Compostela, dou uma festa em sua homenagem, no dia 19 de março. Convido amigos, pessoas trabalhadoras e honestas e, antes do jantar, rezamos por todos aqueles que procuram manter a dignidade no que fazem. Oramos também pelos que se encontram desempregados, sem nenhuma perspectiva para o futuro.

Na pequena introdução que faço antes da prece, costumo lembrar que das cinco vezes que a palavra “sonho” aparece no Novo Testamento, quatro se referem a José, o carpinteiro. Em todos estes casos, ele está sempre sendo convencido por um anjo a fazer exatamente o contrário do que estava planejando.

O anjo pede que ele não abandone sua mulher, embora ela esteja grávida. Ele podia dizer coisas do tipo “o que os vizinhos vão pensar”. Mas volta para casa, e acredita na palavra revelada.

O anjo o envia para o Egito. A sua resposta podia ter sido: “mas eu já estou aqui estabelecido como carpinteiro, tenho minha clientela, não posso deixar tudo de lado agora”. Entretanto, arruma suas coisas, e parte em direção ao desconhecido.

O anjo pede que volte do Egito. E José podia ter de novo pensado: “logo agora que eu consegui estabilizar de novo minha vida, e que tenho uma família para sustentar?”

Ao contrário do que o senso comum manda, José segue seus sonhos. Sabe que tem um destino a cumprir e que o destino de quase todos os homens neste planeta: proteger e sustentar sua família. Como milhões de Josés anônimos, ele procura dar conta da tarefa, mesmo tendo de fazer coisas que estão muito além de sua compreensão.

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Ser como um Rio que Flui
Paulo Coelho