Mas neste dia, eu ‘tava mesmo pescando com minhoca, a lambarizada, para fazer jus ao nome do poço, beliscando-iscas: um enxame, e olhe, algumas até chegavam a botar a cara fora d’água, na desfeita, pra ver o pescador vexado com aquele dança-trança prateado, comum lá delas: a água do rio começa a subir um pouco, olhei e vi que chovia lá pras bandas da Guardinha.
Redobrei a atenção, porque o bom pescador é aquele que desabusa Lamba, em qualquer poço, e fisga-o antes mesmo que ele belisque: punho firme, mas leve, mente lá embaixo... a água do rio sobe mais um pouco... atenção tredobrada... eu tava, eu tava... Ouvi esta voz e fiquei encabulado, não havia ninguém naquele poço além deste pescador que vos fala, e... eu tava, eu tava... Comecei a procurar de onde vinha, exatamente aquela voz: os Lambaris desmoralizando este pescador... eu tava, eu tava... Tornei a olhar em volta, e eu tava, eu tava... Ah, desta vez percebi: a voz vinha de debaixo duma moita de ‘garra compadre que pendia n’água... eu tava, eu tava... Ligeirinho, levantei a moita e... ‘tava lá... bem num remoinho, rodando-vitrola, onde um espinho do garra compadre se enfiava feito agulha; um pedacinho de disco da música “Eu tava na peneira, eu tava peneirando...” e girava, girava... eu tava, eu tava.
SERTÃO FLAMBOYANT (estórias)
Zamuner, José Alaercio
Leitura do texto
Fazendo uso do dicionário, reescrever o texto na linguagem culta.
Pequisar sobre o garra-compadre
Pesquisar sobre o lambari
Desenho da pescaria
Entrevistar dois pescadores e pedir que contem algumas de suas aventuras
Produção de texto: Das histórias contadas pelos pescadores, escrever a que mais gostou
Olá, Terezinha, como vai?
ResponderExcluirSou o José Alaercio. Está em andamento sua página?
Mando meu site.
http://alaerciozamuner.wordpress.com/
Até